Porque é que o novo filme de Scorsese não é apenas mais um filme de Scorsese
É hoje que estreia o aguardado filme de Scorsese, O Irlandês, que além de ter um elenco de luxo, como seria de calcular, chega em exclusivo à Netflix.
Qualquer filme de Martin Scorsese (1942, Queens, Nova Iorque) tem dois efeitos: o primeiro é criar uma atmosfera de suspense em jeito de countdown até chegar o dia da estreia entre os seus fiéis fãs. O segundo é o gerar de um burburinho entre a crítica que vibra para ver como é que o realizador melhora, de filme para filme, o seu estilo e género tão específicos e autênticos. Ver reunidos Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci num elenco de luxo como o do novo O Irlandês é, só por si, uma raridade e um acontecimento que merece toda a atenção e devido palco.
Sejamos realistas: é provável que, daqui para a frente, seja quase impossível ver tão talentosos nomes num só filme. Atores de peso e com uma reputação consagrada no mundo fascinante dos gangues e dos crimes, um universo muito pessoal do próprio Scorsese e que sem dúvida marca o seu estilo – De Niro, Al Pacino e Pesci são os protagonistas criminosos. Isto porque – e antes de mais – o filme é sobre o crime organizado nos Estados Unidos do pós-guerra que percorre as décadas de 50 à de 70.
Robert de Niro é Frank Sheeran, veterano da Segunda Guerra Mundial convertido em assassino da máfia norte-americana, que trabalhou juntamente com algumas das mais poderosas figuras do século passado. O enredo é um relato de um dos maiores mistérios por resolver nos Estados Unidos: o desaparecimento do dirigente sindicalista Jimmy Hoffa (Al Pacino). Como seria de esperar, Scorsese mostra a nu o poderoso e perigoso submundo nova-iorquino. O mistério em que o trio está envolto adensa-se, com críticas positivas em consagradas publicações: se para a Rolling Stone Robert De Niro é "monumental", para a Variety Al Pacino é "extraordinário", e para o The New York Times, Pesci é "uma revelação". Além disso, é o primeiro filme de Martin Scorsese com estreia numa plataforma de streaming, a Netflix, e embora em Portugal não seja o caso, uma vez que O Irlandês não passará pelos cinemas, é também o maior lançamento de um filme Netflix em sala a nível mundial.
Martin Scorsese tem raízes italianas, apesar de ter nascido em Queens, Nova Iorque. O facto de ter crescido no bairro de Little Italy deu-lhe algumas das visões e histórias futuras para os seus filmes. As suas primeiras curtas-metragens foram desde logo notadas, ainda na altura em que estudava na Universidade de Cinema de Nova Iorque, e o seu primeiro filme Quem Bate à Minha Porta? (Who's That Knocking at My Door) surge em 1967, com Zina Bethune e Anne Collette no elenco. Entre os seus primeiros filmes de sucesso estão Os Cavaleiros do Asfalto (Mean Streets, de 1973), Taxi Driver (1976), Tudo Bons Rapazes (Goodfellas, 1990) ou A Idade da Inocência (1993). Nos últimos vinte anos, enriqueceu o mundo cinematográfico com verdadeiras relíquias como Gangues de Nova Iorque (2002, que lhe valeu o Globo de Ouro de Melhor Realizador), O Aviador (2004, que recebeu cinco Óscares), Shutter Island (2010) e O Lobo de Wall Street (2013). Entre os 150 prémios que recebeu ao longo da sua carreira (e as suas 221 nomeações) recebeu o Óscar de Melhor Realizador e Melhor Filme, com The Departed – Entre Inimigos (2006). Com Hugo (2011) recebeu a sua sétima nomeação para o Óscar de Melhor Filme, e o filme venceu cinco Óscares.
Em 2013 recebeu o prémio de carreira Cecil B. DeMille dos Globos de Ouro. Entre os seus atores de eleição, Leonardo DiCaprio tem um lugar especial no cinema de Scorsese, já que é o protagonista de muitos das suas louvadas realizações. Uma mais-valia para ambos, diríamos, já que boa parte do sucesso da carreira de Leonardo DiCaprio assenta nos papéis que criou para o realizador de Queens. Envoltos em criminalidade, mistério e atmosferas onde o poder é sempre a disputa magistral, os filmes de Scorsese têm uma identidade muito própria, que se mantém aos seus 77 anos.
O Irlandês estreia esta quarta, 27 de novembro, em exclusivo na Netflix.
Já saiu o trailer de “007: Sem Tempo Para Morrer”
Daniel Craig regressa às salas de cinema a 8 de abril de 2020 na pele de James Bond.
Top 50 de "A Guerra das Estrelas"
Passados 42 anos, a saga da Guerra das Estrelas chega, finalmente, ao fim com a estreia de A Ascensão de Skywalker marcada para o dia 19 de dezembro deste ano. Como se comportam os filmes principais e os recentes spinoffs? O seu preferido ainda é 'O Império Contra-Ataca'? E quão bem conhece os filmes? Fazemos um levantamento dos pontos altos e baixos, das cenas mais importantes e das falhas. Aviso: contém spoilers.
Depois de cinco anos de restauro, a catedral parisiense volta a abrir, com inauguração nos dias 7 e 8 de dezembro.
Criada por José Ferreira Pinto Basto em 1824, num mundo em tudo tão diverso do nosso, a Vista Alegre está viva e de boa saúde. As comemorações do bicentenário iniciaram-se com o lançamento do prato de calendário "Duck Time", assinado pela dupla italiana ALE+ALE.
No dia 26 de outubro, o segundo centenário da marca é assinalado no Teatro Vista Alegre, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, num leilão de peças para os maiores colecionadores de porcelana.
“Diálogos” é a exposição de cinco coleções nascida da partilha entre artesãos e designers que inovam a tradição com fibras vegetais.