Bose: 60 anos a dar-nos música
A Bose celebra o aniversário com novos "diamantes," produtos inovadores e um estudo sobre o impacto da música nas nossas vidas.
Saída diretamente dos laboratórios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Bose é uma das poucas marcas de áudio cujo nome se tornou sinónimo de qualidade e consistência.
Em 60 anos, a marca já foi ao espaço – literalmente –, já que era responsável pelos sistemas de som a bordo dos vaivéns da NASA, e transformou a qualidade sonora na aviação comercial com as suas tecnologias de cancelamento de ruído. Continua a bordo de quase todos os modelos da Porsche (e alguns selecionados de outras marcas) e acompanha-nos no dia a dia com uma das melhores gamas de auscultadores e colunas portáteis.
Para celebrar as bodas de diamante, a marca americana apresentou uma cor inspirada nos diamantes – lá está −, que passa a estar disponível na linha Ultra: QuietComfort Ultra Headphones, QuietComfort Ultra Earbuds e os surpreendentes Ultra Open Earbuds. Lançou igualmente os novos Earbuds QuietComfort, que oferecem qualidades premium a um preço mais acessível, e uma Smart Soundbar ainda mais inteligente.
A qualidade sonora dos Earbuds é excelente, e o cancelamento de ruído muito eficaz – como seria de esperar, dada a história da marca. Tem três opções: Quiet, Off e Aware, que potencia os sons do exterior. A bateria dura 8,5 horas, com a possibilidade de recarregar os auriculares na caixa, e o dispositivo possui proteção IPX4, contra água. Também permite o pairing com mais do que um aparelho ao mesmo tempo (computador e telemóvel, por exemplo), uma funcionalidade mais comum em aparelhos premium.
Back to the Future
A marca foi fundada em 1964 por Amar Bose, pouco depois de ter terminado o doutoramento no MIT. Para celebrar essa conquista, ofereceu a si próprio um sistema de som que prometia muito no papel, mas cuja qualidade sonora o dececionou. O interesse de Amar pela música e eletrónica já vinha de longe tendo, aos 13 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, montado uma loja de reparações de rádios. Desta vez, fechou-se no laboratório de acústica do MIT e deu início a uma pesquisa que resultou em três patentes e na criação da Bose Corporation. Amar Bose nunca deixou de lecionar no MIT e, em 2011, dois anos antes de falecer, doou a maioria das suas ações ao instituto, que é atualmente o maior acionista da empresa – embora sem intervenção direta na gestão.
Entre as muitas conquistas da marca ao longo destes 60 anos, destacam-se as colunas 901 de 1968, que resultam dessas primeiras patentes de Bose. Eram tão revolucionárias para a época que, apesar de destinadas ao mercado doméstico, foram rapidamente adotadas em salas de concerto e estúdios de música profissionais. Isso abriu as portas da Bose no mercado profissional, culminando no lançamento das 800 Professional Speaker, o primeiro êxito mundial da marca.
Foi também uma experiência pessoal frustrante que levou Amar a desenvolver outra das inovações mais importantes da Bose: o cancelamento de ruído ativo. Conta-se que ele criou o primeiro esboço da tecnologia durante um voo entre Boston e Zurique, porque não conseguia ouvir música com o barulho do avião. Um dos primeiros protótipos esteve a bordo do Rutan Voyager em 1986, no voo que completou a primeira volta ao mundo sem escalas e sem reabastecimento. O voo durou 9 dias, 3 minutos e 44 segundos, e, graças aos auscultadores, os pilotos Jeana Yeager e Dick Rutan não ficaram surdos. Nos anos 1990, a Bose foi eleita como a fabricante nº 1 de headsets pela revista Professional Pilot por nove anos consecutivos, e apresentou os primeiros modelos com cancelamento de ruído para o mercado de consumo.
Ainda nos anos 1980, os engenheiros da Bose perceberam que podiam oferecer uma qualidade sonora muito superior no interior de um automóvel do que em casa, devido ao espaço delimitado e à posição fixa dos ouvintes. Nasceu assim uma linha destinada ao segmento automóvel que tem na Porsche, hoje, o seu principal parceiro.
No setor profissional, destaca-se também o Auditioner Audio Demonstrator, um sistema que permite recriar o som "real" para qualquer ouvinte, independentemente da sua posição, num evento ou edifício – e isto mesmo antes de o sistema de som estar montado ou o edifício sequer existir. Foi um avanço gigantesco em termos de planeamento acústico e que acabou por ser adotado nos Jogos Olímpicos, na Capela Sistina ou em Meca.
O impacto da música
Para assinalar os 60 anos, a Bose promoveu um estudo sobre o impacto da música nas nossas vidas. O 60 Years of Music and Emotion recolheu mais de 6 mil testemunhos de pessoas com idades entre os 18 e os 64 anos, nos EUA e no Reino Unido.
Um dos dados mais curiosos foi a importância dada à música: 56% dos participantes colocaram-na entre os seus cinco principais interesses, ultrapassando áreas como o desporto, cinema, entretenimento e viagens.
O estudo revelou também que a música ouvida durante a juventude molda o gosto musical ao longo das décadas. Assim, quem cresceu nos anos 1970 tende a manter a paixão por artistas como David Bowie ou Elton John, enquanto quem amadureceu nos anos 1990 continua a ouvir Madonna ou Metallica. "Mais de 80% dos inquiridos escolheram a música que ouviam na adolescência e na idade adulta como aquela que ouviriam para o resto da vida," refere o estudo. Ainda assim, mais de 75% dos participantes mantêm o desejo de descobrir músicas de outras gerações, o que explica a popularidade crescente de artistas como Michael Jackson, Queen ou 2Pac.
É curioso notar também o desaparecimento de artistas como Beyoncé ou Taylor Swift. Embora liderem os rankings atualmente, não foram mencionadas entre os artistas mais influentes dos últimos anos. Parece que a antiguidade ainda é um posto, e nomes como Queen e os Beatles continuam a liderar. Pelo menos, por agora.
Independentemente das preferências musicais, uma coisa é certa, a Bose pretende continuar a dar-nos música por mais 60 anos. E com o Natal e a Black Friday à porta, talvez seja uma boa altura para dar uma olhadela a alguns dos últimos "diamantes" saídos de Framingham, Massachusetts.
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