Um recorde de 13% dos apartamentos vendidos em 2019 tinham menos de 24 metros quadrados ou eram menores do que dois lugares de estacionamento, de acordo com relatório da Liber Research Community divulgado na segunda-feira. Estas unidades minúsculas representavam apenas 0,2% das vendas totais em 2010.
Os preços altíssimos dos imóveis em Hong Kong dificultam a aquisição de imóveis pela geração mais jovem. A acessibilidade dos preços do mercado imobiliário da cidade é a pior no mundo, superando outros centros como Vancouver, Sydney e Los Angeles.
Nos últimos anos, as imobiliárias passaram a oferecer residências mais pequenas para facilitar as compras. Isto apesar destes minúsculos apartamentos, que podem custar mais de 5 milhões de dólares de Hong Kong (645 mil dólares norte-americanos), mal conseguirem responder às necessidades básicas.
Entre os 8.550 nano-apartamentos examinados pela Liber Research entre 2010 e 2019, 85% não tinham um quarto separado e 70% não possuíam janela na casa de banho. Quase todos tinham cozinha aberta.
Há muito tempo que os imóveis pequenos são um problema em Hong Kong. Pessoas de baixos rendimentos recorrem às chamadas casas-caixão, que são essencialmente apenas um espaço para dormir. Os que não podem pagar renda, mas preferem um espaço maior, vivem ilegalmente em edifícios industriais ou casas de contentores.
A Henderson Land Development liderou as vendas de nano-apartamentos, respondendo por 30% do total no período.
Embora a economia da cidade tenha estado sob pressão durante a pandemia - o desemprego subiu para um máximo em 15 anos - o mercado imobiliário continua resiliente. Os preços dos imóveis caíram apenas 1% em 2020, segundo dados da Centaline.