"O mundo da moda apoia-se num mito", disse Jennifer Hyman, cofundadora e presidente da empresa de aluguer de roupa norte-americana Rent the Runway. Segundo a responsável, a indústria só funciona se convencer o consumidor "a comprar cada vez mais coisas de que não precisa. Estou a dizer que o orgulho da posse está morto, e o orgulho do acesso é o novo luxo."
Hyman falou sobre o futuro da sustentabilidade da moda durante uma palestra que também contou com a presença da fundadora do Fair Fashion Center, Cara Smyth, e de Matt Scanlan, cofundador e CEO da Naadam. O evento fez parte da segunda cúpula anual The Year Ahead: Luxury, organizada pela Bloomberg na sede da empresa em Manhattan. Entre os oradores estavam o CEO da Tiffany, Alessandro Bogliolo, o arquiteto Robert A.M. Stern e a chef de confeitaria Christina Tosi, além de executivos da Porsche, Virtuoso e Marriott.
A maioria das pessoas quase nem toca nas roupas que têm no armário, disse Hyman, mas um dos benefícios do modelo de acesso para o vestuário é poder gerar dados sobre o tipo de roupa que as pessoas vestem e quais os materiais que são mais duráveis para reutilização e lavagem.
"Podemos, desta forma, voltar aos nossos parceiros de design e ajudá-los a fabricar produtos mais sustentáveis ??no futuro", disse Hyman. A Rent the Runway observa mais empresas a imitar o seu modelo: startups, designers e marcas que visam ajudar as pessoas a ter acesso a roupas, desde empresas que oferecem serviços de assinatura, como as Stitch Fix e Le Tote, até a startup de aluguer de roupas Armoire, de Seattle. A Rent the Runway tem uma parceria com a Nordstrom para facilitar a recolha e devolução.
Esse tipo de colaboração será a próxima grande tendência da moda sustentável, prevê Smyth, do Fair Fashion Center. "Haverá um acordo entre novos modelos de negócios", disse. "Tem que ser uma abordagem colaborativa."