Stéphanie Frappart está prestes a fazer história. Se ser árbitro já não é tarefa fácil, como será sê-lo enquanto mulher num universo marcadamente masculino? A francesa de 37 anos, natural de Plessis-Bouchard, em Val-d'Oise, foi a primeira mulher a arbitrar um jogo de qualificação para um Campeonato do Mundo masculino, a primeira mulher como árbitro central na Liga dos Campeões (em dezembro de 2020), na Liga das Nações da UEFA, na Supertaça Europeia e na Primeira Liga e na Segunda Liga francesas.
Agora está prestes a tornar-se a primeira mulher a arbitrar no Euro 2020, que se realizará de 11 de junho a 11 de julho de 2021 (a edição foi adiada um ano por causa da pandemia). Além disso, Stéphanie Frappart é a única árbitra central de alto nível de França e a única capaz de viver desta posição, entre as cerca de 1000 árbitras francesas.
A profissional obteve a sua primeira licença de futebol aos 10 anos no clube AS Herblay, de acordo com a revista Madame Figaro. Nove anos depois, ingressou na arbitragem, na divisão regional de honra, na Île-de-France. Em 2014, fez sua estreia na Segunda Liga e em 2019 na Primeira Liga francesas. No mesmo ano, também se tornou na primeira mulher a apitar a Supertaça da Europa. "Cumpri duas das minhas metas em dois meses", disse à AFP (Agence France-Presse) na altura.
Perante as críticas machistas que se pode ler nas redes sociais, e depois de o treinador do Olympique Lyonnais a censurar em público em abril passado, Stéphanie Frappart permanece impassível. Apoia publicamente as mulheres que se revelaram vítimas de violência sexual. "Famosa pela diplomacia, pela calma e pelo diálogo, ela poderá, depois do Euro, voltar-se para os Jogos Olímpicos de Tóquio, onde deverá apitar a partir do final de julho as partidas de futebol feminino e masculino", remata a Madame Figaro