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Perguntas e respostas. Tudo sobre a tragédia Astroworld

Desde os relatos da investigação até aos testemunhos de que algo não estava bem, afinal, o que correu mal neste festival?

Foto: Getty Images
11 de novembro de 2021 | Ana Filipa Damião
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Até agora, foram confirmadas pelo menos oito vítimas mortais, entre os 14 e os 27 anos, e dezenas de feridos, resultado de uma multidão descontrolada durante o concerto de Travis Scott da passada sexta-feira, dia 5 de novembro.

O concerto, que ocorreu em Houston, nos Estados Unidos, fazia parte do festival de música Astroworld e contava com a presença de pelo menos 50 mil indivíduos, de acordo com os Bombeiros de Houston.

Embora a causa do surto permaneça sobre investigação, vários testemunhos revelaram como a multidão começou a ser empurrada para junto do palco durante a atuação, o que fez com que algumas pessoas caíssem e se gerasse o pânico.

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O evento "foi agitado desde o início", disse Neema Djavadzadeh ao The New York Times. "Houve muitas lutas durante o dia". E mesmo com estas lutas a acontecer, a Live Nation, que organizou o evento, só parou o concerto trinta minutos antes da hora planeada, por volta das dez da noite, quarenta minutos após o incidente ter começado, avançou o The New York Times.

Muitos meios perguntavam-se se a segurança no recinto era suficiente para controlar 50 mil fãs. A isto, Sylvester Turner, presidente da câmara da cidade, afirmou que sim. Ao todo, o recinto contava com 505 seguranças do evento, 91 agentes de segurança privados e 76 polícias.

Além disso, "não se pode simplesmente acabar [o concerto] quando se tem mais de 50 mil indivíduos. Temos de nos preocupar com motins quando se tem um grupo tão jovem", comentou Troy Finner, chefe da polícia de Houston, à mesma publicação.

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Por outro lado, Samuel Peña, chefe dos bombeiros, contou à NBC que o concerto deveria ter sido cancelado mais cedo e que existem provas que mostram várias pessoas a abordar os seguranças pois algo não estava bem. Noutro vídeo vê-se diversos indivíduos entrar no recinto desordenadamente, por volta das duas da tarde, quando a atuação do rapper só começava às nove horas.

No dia a seguir à tragédia, Travis Scott dirigiu-se às redes sociais. "Estou completamente devastado com o que aconteceu ontem à noite. As minhas preces vão para as famílias de todos os que foram impactados pelo o que aconteceu no Festival Astroworld", escreveu no Twitter.

"A polícia de Houston tem o meu apoio total enquanto continua a investigar a perdas de vida. Estou comprometido a trabalhar em conjunto com a comunidade de Houston para apoiar as famílias [das vítimas]". O rapper irá também reembolsar os participantes do Astroworld, bem como cobrir os custos dos funerais, avançou o site da Los Angeles Magazine.

Sabe-se ainda que Travis Scott e a promotora Live Nation foram processados por Manuel Souza, uma vítima do incidente. Souza acusou-o de "encorajar violência" e negligenciar a segurança do público.

Os concertos de Travis Scott são conhecidos por terem uma energia caótica e selvagem, tanto por parte do cantor como da audiência. Em 2015, Scott foi acusado e culpado de incitar fãs a subirem ao palco em Lollapalooza, Chicago.

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