Viver

O homem que sabe o que as mulheres querem

Cobra mil libras por uma noite e cerca de 13.500 por duas semanas de férias. Por que razão mulheres ricas e de sucesso contratam Madison James para mudarem a sua vida sexual? Entrevista com Mr. James para desvendar este mistério.

Foto: Jay Brooks
13 de janeiro de 2021 | Bridget Harrison
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Enquanto comemos um caril vegano na Marco Pierre White’s Steakhouse, em Birmingham, Madison James explica-me porque procuram as mulheres os seus serviços. Fala de forma desprendida e profissional, como se fosse um cirurgião plástico a fornecer a uma mulher as razões por que deve submeter-se a injeções de preenchimento facial. Porém, neste caso, não são transformações estéticas que as mulheres procuram. Pagam 1.170 euros para passar a noite com ele. Jantar, bebidas, sexo. "Recentemente tive uma cliente que era uma advogada de 46 anos", revela, enquanto me enche o copo com água mineral gaseificada. "Foi casada muitos anos, mas achava que faltava algo na sua vida sexual. Perguntei-lhe que tipo de experiências procurava e começámos a trocar mensagens sobre o assunto." Madison James organizou um jantar para se encontrar com a advogada no restaurante onde estamos agora, ao qual chama o seu "escritório". No 23.° andar do The Cube Building, nas imediações do Gas Street Canal Basin, temos uma vista de 360 graus sobre Birmingham, mas o mais importante deste espaço é o facto de as mesas, cobertas com toalhas brancas, estarem colocadas a uma distância discreta umas das outras. Os encontros de Madison James envolvem conversas que não se destinam a ouvidos alheios. "Nós fizemos o nosso pedido e começámos, de imediato, a falar de forma muito íntima, até chegarmos ao ponto de como ela sentia os seus orgasmos e de como queria explorar uma forma diferente de os alcançar", diz Madison James. A cliente tinha reservado um apartamento no The Rotunda Building que se encontra nas imediações. Depois de ela pagar a conta da refeição de ambos, foram até ao bar a fim de continuarem a conversar sobre o que a cliente gostaria de experimentar na cama. Acabaram por seguir para o apartamento, onde ela lhe deu um envelope repleto de notas de 50 libras. Madison James só aceita pagamentos em dinheiro. Foi então que o serviço que presta começou realmente. "Fi-la deitar-se na cama e comecei a tirar-lhe a roupa e a explorar lentamente o seu corpo. Fazia uma pausa entre cada toque e sensação para ter a certeza de que ela se descontraía e usufruía do prazer que lhe causava. Passámos uma noite de paixão. Eu perguntava-lhe constantemente: ‘Que te parece isto? E, então, assim? Queres que continue?’" Mais tarde, a advogada disse a Madison James que fora a primeira vez que um homem a ouvira e fizera por lhe agradar na cama. A reserva do apartamento terminava no dia seguinte, depois de terem passado a manhã a "estabelecerem uma ligação", segundo as palavras de Madison James. Este processo incluiu sexo oral quando ela acordou. Abraços, conversa e pequeno-almoço.

Foto: IMDb

Madison James diz-me que cerca de metade das aproximadamente 50 mulheres que o contrataram, nos últimos cinco anos, têm uma história semelhante. Muitas delas eram casadas, mas raramente tinham sexo ou haviam deixado de o ter. "Telefonavam-me e diziam: ‘Eu e o meu marido temos relações sexuais uma vez por mês. Somos muito convencionais. Ele não gosta muito de sexo oral. Trata-se de algo de que eu não tenho experiência, mas gostava de explorar esta parte da vida sexual.’" Outras mulheres perderam a confiança nas suas competências sexuais ou desejam apenas vingar-se do seu companheiro porque ele teve um affair. Independentemente das suas necessidades particulares, o objetivo é o mesmo, diz Madison James. "As mulheres com as quais me encontro perderam a sua energia sexual porque a sua essência feminina não foi alimentada durante um longo período. Procuram-me para as ajudar a reencontrá-la." As suas frases estão repletas de jargão da psicoterapia, como a anterior, que, penso eu, são o resultado dos muitos livros sobre sexo e prazer que me disse ter lido. De momento, lê o Mating Intelligence Unleashed: The Role of the Mind in Sex, Dating and Love que numa tradução à letra pode significar: "O Entendimento do Acasalamento sem Restrições: O Papel da Mente no Sexo, Namoro e Amor", escrito pelos psicólogos Helen Fisher, Scott Barry Kaufman e Glenn Geher. Ou talvez tenha aprendido esta maneira de expor as coisas nos workshops de sexo tântrico que frequentou com uma mulher de 42 anos, a qual é sua cliente há muito tempo. Acabaram de regressar de uma viagem de duas semanas a Koh Samui, na Tailândia, onde ficaram numa vivenda à beira-mar que ela arrendou. Madison James cobrou 13.500 libras [cerca de 15.700 euros], despesas incluídas. (O preço máximo que pediu foi 45 mil libras [cerca de 52.600 euros] por uma viagem de seis semanas à volta da Ásia.) Ele e a cliente passavam o dia num workshop com mais seis casais e só saíam à noite para fazerem o "trabalho de casa". O marido dela está ao corrente desta situação, confessa Madison James. "Eles gostam muito um do outro e são grandes amigos, mas não têm relações sexuais há nove anos. Quando nos conhecemos, toda a sua psique se encontrava ajustada a esta situação. Estava desligada. Focámo-nos na adaptação da sua energia sexual de modo a funcionar de novo e não apenas no quarto como um espaço para dormir." Encontrou-se com esta cliente durante 18 meses. Usavam uma personal assistant app para planear as viagens e trocar materiais de leitura quando estavam afastados fisicamente. Interessavam-se, de facto, um pelo outro, admite Madison James. Corriam o risco de se apaixonarem? Não. Isso não seria prático. Sentiam-se felizes por poderem regressar às suas vidas depois de terem lido um livro em conjunto, assegura-me. No que me diz respeito, penso que ela não estava interessada em trocar o conforto da sua vida pelo que quer que fosse.

Madison James tem outra cliente regular, cujo marido viaja com frequência e que nada sabe da relação da mulher com ele. Encontram-se, de mês a mês ou de seis semanas em seis semanas, quando o marido está ausente. "É óbvio que se eu passo algum tempo em casa de uma mulher casada, a situação tem de ser da maior conveniência para ambos, sem que subsista a possibilidade de o marido regressar a meio da noite", declara Madison James. "Mas se o marido se ausenta durante uma semana não há qualquer problema." Já se sentiu culpado? Não. Nunca aparece sem ser convidado. "Uma vez recebi uma chamada de um marido enfurecido. Disse-lhe: ‘Se tem algum problema deve resolvê-lo com a sua mulher. Não tenho nada a ver com isso.’" Explica melhor: "Se uma mulher me contacta, está a fazer o que pensa ser o mais conveniente para ela. Se existe alguém na sua vida que não concorda com a sua decisão, devem ser eles a falar sobre o assunto, não eu, que sou uma terceira pessoa." As restantes clientes de Madison James vivem sozinhas. As suas histórias tendem a assemelhar-se: conhecem um homem e têm relações sexuais que se revelam dececionantes. "Acabam por se dar conta de que não têm de aturar aquilo", diz Madison James. "Se pagam por serviços que melhoram a sua vida, como uma mulher a dias ou uma assistente pessoal, porque não fazê-lo numa área que é importante para elas? Comigo sentem-se à vontade para especificarem e descobrirem o que querem fazer na cama com alguém que está disposto a proporcionar-lhes o que pretendem." O que pretendem, diz-me Madison James, estende-se muitas vezes ao BDSM (sexo que envolve bondage, disciplina, domínio e submissão, e sadomasoquismo). Esta é uma das especialidades de Madison James. Viu "um aumento da procura" pelo BDSM depois de As Cinquenta Sombras de Grey se ter tornado um bestseller. "Este livro leva-nos a pensar que não há qualquer problema em as mulheres abdicarem do controlo sem parecerem fracas ou estarem a dar um passo atrás no empoderamento feminino. Na realidade é o oposto. São elas que estabelecem os limites." Madison James diz que o BDSM agrada sobretudo às mulheres que têm empregos particularmente stressantes. "Acreditam que é emocionante confiar a obtenção do seu prazer a outra pessoa, sobretudo quando esse prazer lhes é negado na sua vida sexual normal." E, como Madison James comenta, as fantasias do BDSM podem ser difíceis de abordar num relacionamento que já dura há muito.

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À medida que vai falando, pergunto-me como seria se eu contratasse Madison James. Não deixa de ser atraente com os seus olhos amendoados e a barba curta, ligeiramente grisalha. Nota-se, por baixo da sua camisa TM Lewin, que está em boa forma física. Mas, por outro lado, há o seu tom monótono – que pretende ser sincero –, o discurso de terapeuta e o esforço de tentar manter o contacto visual quando fala. Falta-lhe humor e um pouco de graça, até. É certo que o nosso encontro não tem nada a ver com o seu "desempenho profissional", mas não revela qualquer sensualidade. Depois, pergunto-me: "Fará isto parte do seu encanto?" Agradará, por certo, às mulheres que na presença de um homem não se sentem ameaçadas nem julgadas – tanto mais que está profissionalmente ao seu serviço – porque se sentem mais capazes de verbalizar o que querem, o que é mais difícil de fazer perante um homem tão atraente e sensual que nos intimida, alguém a quem sentimos que temos de agradar ou impressionar. Madison James acredita que muito do seu sucesso assenta no facto de pôr as mulheres à vontade. "Agarremos numa mulher e coloquemo-la frente a um homem que a faz sentir tímida e introvertida. Depois, ponhamo-la num cenário em que ela se comporta como o oposto. Trata-se de a fazer sentir-se confortável. É preciso levá-la a perceber que se pode expressar livremente e que o que diz é entendido de uma forma positiva." Cito-lhe uma estatística relativa ao orgasm gap [lacuna do orgasmo], uma questão a que tem sido dada muita atenção nos últimos tempos. Investigações sobre este assunto revelam que existe uma disparidade enorme entre o orgasmo feminino e o masculino. A publicação recente dos resultados das pesquisas que foram levadas a cabo pelo Kinsey Institute mostra que 95% dos homens alcançam "geralmente ou sempre" o orgasmo durante o ato sexual, ao passo que apenas 65% das mulheres o conseguem. Madison James ergue uma sobrancelha. Surpreende-o que o número de orgasmos femininos seja tão elevado. "Muitas das mulheres com quem estive não têm sequer a certeza se atingiram um orgasmo." Este aparente desequilíbrio da satisfação sexual entre homens e mulheres, e a forma como pode ser abordado, tornou-se um tema sensível este ano. O que antes era um assunto negligenciado – ou, pelo menos, remetido para o consultório dos sexólogos e da terapia de casais – tornou-se tema de livros (Sex Drive, de Stephanie Theobald, com base no qual se prepara um filme em Hollywood; Vagina: A Re-Education, de Lynn Enright, publicado recentemente), de podcasts (Laid Bare, F***s Given) e de artigos de opinião em revistas. Esta questão estende-se da discussão acesa sobre o orgasm gap à masturbação e da relação tensa das mulheres com a sua anatomia, à necessidade de que o prazer delas seja incluído no currículo da educação sexual nas escolas. Além disso, existe um setor comercial em rápido crescimento que inclui novos brinquedos sexuais e pornografia destinados às mulheres, bem como retiros para casais. Atualmente, o assunto é alvo de tanta atenção que o site de saúde e estilo de vida feminino Refinery29 chama ao prazer feminino "a maior tendência de bem-estar de 2019".

Foto: IMDb

Dami Olonisakin, a anfitriã do podcast Laid Bare, diz que agora o assunto está a ser falado abertamente e que cada vez mais pessoas se juntam à discussão. O Laid Bare, cujos ouvintes partilham os seus dilemas e encontros sexuais dececionantes, foi para o ar em outubro [de 2018] e tem entre 20 mil a 30 mil ouvintes semanais. "Há muitas mulheres que não têm relações sexuais satisfatórias e até recentemente pensava-se que não tinham de manifestar qualquer emoção", diz Dami Olonisakin, considerada uma pessoa influente nesta matéria e que manteve um blogue sobre sexo e relações interpessoais durante vários anos. "Em parte, esta atitude está relacionada com o facto de as mulheres não quererem ferir o ego masculino. Por outro lado, tem que ver com o não entendermos suficientemente o nosso corpo e não termos tido educação sexual apropriada. Mas agora que as pessoas discutem o assunto, permite-se que outras mulheres adquiram confiança para falarem e dizerem: ‘Não era isto de que estava à espera. Que posso fazer em relação a esta questão?’"

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Estará Madison James à altura desta viragem? Diz-me que quando tinha vinte e poucos anos leu o livro The Multi-Orgasmic Couple, do professor tauista Mantak Chia, o qual lhe ensinou a pôr o orgasmo da mulher sempre em primeiro lugar. Depois apercebeu-se, rapidamente, de que o que fazia na cama com as namoradas era diferente. "Elas agradecer-me-iam mais tarde pelo tempo que passávamos juntos", diz. Em conversa com os amigos descobriu que o sexo, para a maior parte deles, parecia ser apenas uma coisa banal, cujo objetivo era servirem-se a si próprios. "Perguntei-lhes: ‘Como é que ela se sente quando o sexo acontece?’ Respondiam: ‘Bem, é apenas isso. Fazemo-lo e é tudo.’ Nenhum perguntava o que quer que fosse à mulher com a qual tinham relações sexuais." Madison James diz que esta é uma situação de "negligência". Sentindo que era uma área de oportunidade, abandonou o emprego de corretor de hipotecas para trabalhar como acompanhante. (Cresceu no norte de Londres e mudou-se para Birmingham, há três anos, com a filha que tem 18 anos. "A mãe partiu quando ela tinha cinco anos", explica. Quer a filha quer o resto da família sabem o que ele faz.) Desde então, tem feito um esforço no sentido de melhorar a qualidade dos serviços que oferece. Compra fatos do designer Ozwald Boateng e de Hugo Boss, especializou-se em perfumes para homens e mulheres, pratica a arte marcial gigong e faz exercício físico todos os dias. É vegano. Tem um site, themadisonjames.com, ao qual se refere como uma mistura de Goop [empresa de saúde natural, cuja proprietária é a atriz Gwyneth Paltrow] com Tom Ford [estilista norte-americano]. Nele podemos encontrar elegantes fotos suas a preto e branco que mostram os seus músculos abdominais bem torneados, bem como de mulheres bonitas em êxtase. No site encontra-se também um blogue, no qual descreve os seus recentes "encontros como acompanhante" e que se lê como um romance de amor. Podemos ainda encontrar uma secção de conselhos, como, por exemplo, "9 passos para dar a uma mulher um orgasmo de fazer perder a cabeça". Está a desenvolver um baralho de cartas para casais baseado nos Sete Véus, uma prática tauista que dá orientações aos parceiros no sentido de os ajudar a explorarem-se mutuamente na intimidade. Também propõe uma bibliografia que inclui, de forma algo incongruente, Economia Donut: Sete Formas de Pensar como Um Economista do Século XXI, de Kate Raworth, uma académica de Oxford.

 Se os testemunhos apresentados no site são fidedignos, Madison James está de facto a chegar a algum lado. Uma cliente recente escreveu: "Antes do nosso encontro perguntei-me que raio ia eu fazer e cheguei mesmo a pensar cancelá-lo. Mas quando te vi no bar do hotel, os meus medos desapareceram. Senti-me uma vedeta na tua companhia. Porém, o que mais me surpreendeu foi o à-vontade que senti. Era como se te conhecesse há muito e, ao mesmo tempo, estivesse a viver a experiência intensa e forte de um primeiro encontro. Desde que me casei, há 17 anos, nunca vivenciei nada parecido com outro homem e a minha capacidade de sentir um orgasmo tão intenso foi de cortar a respiração." Uma outra escreveu: "É uma sensação tão boa estar com um homem que sabe como mostrar afeto e fazer uma mulher sentir-se especial, o que é raro nos tempos que correm." Mais um exemplo: "Foi tão refrescante estar com um homem lindo que genuinamente se importou com o que eu estava a sentir, concentrando-se cem por cento no que eu experienciava. A única coisa que posso dizer é que é perfeitamente possível viver uma ligação genuína e intensa com alguém de quem se gosta, apesar de se lhe pagar."

A Dr.ª Tammy Nelson, uma psicoterapeuta americana especialista em terapia de casal, publicou recentemente um livro no qual aborda, em parte, o seu trabalho de investigação sobre as razões que levam as mulheres a terem sexo fora do casamento. Diz que é um mito a crença de que são os homens que procuram de forma mais ativa uma relação meramente sexual. Acrescenta que acredita que as mulheres que sentem dificuldade em verbalizar o que as excita consideram mais fácil abrir-se com um estranho ou com alguém que sabem que não voltarão a ver. Atualmente, contudo, as mulheres que têm este comportamento tendem a ir a sites de encontros casuais, como o Ashley Madison, em vez de recorrerem a acompanhantes masculinos, diz aquela psicoterapeuta. "Eles não estão, muito simplesmente, disponíveis. Mesmo através da Internet não é fácil encontrar um acompanhante." E não fazem parte da nossa cultura, observa. "É raro vermos anúncios de acompanhantes masculinos. Não aparecem nos media, nos filmes, nem na televisão, portanto, a maior parte das mulheres nem sabe que eles existem. E, claro, não é socialmente aceitável… por enquanto." Tammy Nelson, no livro When You Are the One Who Cheats: Ten Things You Need to Know, observa que essa situação pode mudar. "Se cada vez mais homens entram no negócio de fornecer satisfação sexual e prazer às mulheres, talvez venha a ser mais aceite e cada vez mais mulheres os procurem de forma a satisfazerem as suas necessidades fora da relação em que se encontram. Ou como uma opção para aquelas que pretendem sexo casual ou que desejam descobrir o seu próprio corpo."

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Madison James iniciou uma consultoria para homens que querem ser acompanhantes. Cobra cem libras por hora para responder a questões através de e-mail e ajuda-os a desenvolver o seu próprio site. Aparentemente é abordado por vários homens por semana, mas ignora a maior parte das solicitações. "Há muitos homens que me enviam e-mails a dizer que querem ganhar dinheiro. Nem me dou ao trabalho de lhes responder. O que as mulheres pretendem é uma experiência nova. O que torna esta experiência diferente é retirarmos prazer por lhes agradar. Se estivermos focados no dinheiro, as prioridades estão erradas. Se não formos autênticos, a mulher vai acabar por perceber isso." É por esta razão que Madison James pede uma fotografia antes de aceitar uma cliente. Também descarta qualquer homem que não se saiba expressar. "Um homem pode ser fantástico na cama, mas para ir mais além tem de saber comunicar, seja no seu site, seja através do e-mail ou das mensagens. Se ele escrever como uma criança de 12 anos, nenhuma mulher estará na disposição de pagar mil libras para passar a noite com ele." Acrescenta que, pela mesma razão, um acompanhante de sucesso precisa de cuidar da sua imagem. "Fornecemos um serviço a mulheres que estão habituadas a ter o melhor. Se não nos comportarmos da maneira adequada, elas não se mostrarão interessadas em nós." Recentemente postou no seu blogue um artigo intitulado "Como dizer à sua namorada que dorme com outra mulher por dinheiro". Tem de se ser honesto em relação a este assunto desde o início, diz Madison James. É por isso que continua a viver sozinho aos 37 anos? Sim, acaba por admitir. As poucas mulheres com as quais gostaria de se relacionar afastaram-se quando souberam o que fazia para ganhar a vida. Pagamos a conta, mas antes de nos separarmos Madison James quer enviar algumas mensagens a todos os homens. "Número um: preste atenção", alerta. "Não entre a matar. Vá com calma. Demore o tempo que for preciso. Esteja atendo à forma como ela reage. Número dois: o toque. Pergunte-lhe como gosta de ser tocada e onde gosta que a acaricie." Enquanto esperamos que o elevador chegue, Madison James ajuda-me a vestir o anoraque antes de envergar o seu casaco de caxemira da Hugo Boss. Quando chegamos ao piso térreo, segura a porta enquanto eu saio. Abraçamo-nos e, durante um efémero momento, imagino-me a ir com ele para o The Rotunda Building. Por um segundo, invejo a advogada de 46 anos. Madison James pode não parecer um homem bem-humorado e repetir chavões da Nova Era, mas não me restam dúvidas de que aumenta a autoconfiança de uma mulher de uma forma que um cirurgião plástico nunca seria capaz.

Exclusivo The Times Magazine/Atlântico Press

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