Quarenta anos depois do lançamento de Apollo 11, o voo espacial que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin à Lua, a NASA prepara-se para enviar de novo uma nave ao satélite, com o lançamento de Artemis I, uma expedição não tripulada com o objetivo de estabelecer presença humana na Lua. Estima-se que cada um dos quatro lançamentos de Artemis custem mais de quatro mil milhões de dólares (num programa de mais 90 mil milhões no total), sendo que o primeiro pode vir a acontecer esta sexta-feira, dia 2, após o adiamento de 29 de agosto.
Oportunidade económica, descoberta e inspiração para a próxima geração são as razões pela qual a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço quer voltar à Lua, avançou a Forbes espanhola. A nova experiência deverá testar a possibilidade de vida humana não só na superfície lunar, mas também em Marte, segundo a mesma publicação. Atualmente, a agência encontra-se a trabalhar com diversas empresas privadas e instituições sem fins lucrativos para alcançar o seu objetivo, com foco em produtos tecnológicos inovadores.
Jipes lunares
Sierra Space, empresa do ramo espacial, está a trabalhar em parceria com a Nissan, fabricante de automóveis, e com a Teledyne Brown, empresa de engenharia aeroespacial, a fim de contribuir na área das comunicações e software de voo na missão Artemis I, além de estar a desenvolver naves de carga para a Estação Espacial Internacional e ainda rovers lunares para 2025.
Outro nome focado em "automobilismo" é a Astrolab, que está a construir o FLEX - Flexible Logistics and Exploration – um rover concebido para transportar passageiros e carga até 1500 quilos. O que distingue o FLEX, segundo a Astrolab, é a sua "inovadora arquitetura de sistema de mobilidade, que lhe dá a capacidade de recolher e depositar cargas modulares em apoio à ciência robótica, exploração, logística, pesquisa e preparação no terreno, construção, utilização de recursos, e outras atividades".
Minissatélites
Satélites minúsculos, como os CubeSats, têm sido utilizados durante anos na exploração do universo. A Southwest Research Institute, uma organização independente sem fins lucrativos especializada em investigação aplicada e desenvolvimento, é responsável por trabalhar no CubeSat que irá recolher dados sobre partículas e campos magnéticos solares. Constituído por seis CubeSat (cada um é do tamanho de uma caixa de cereais), o CuSP irá "apanhar boleia" a bordo do primeiro voo do Sistema de Lançamento Espacial da NASA (com a Artemis) e uma vez ejetado irá orbitar em torno do Sol. Os dados recolhidos darão aos cientistas uma visão única do ambiente espacial interplanetário.
O objetivo da organização é construir um sistema, através dos seus satélites, que possa prever o mau tempo no Sol, já que este tem o poder de danificar os sistemas elétricos e de comunicação no planeta.
Amostras do solo
A recolha e análise de amostras, como rochas e poeira, é uma parte essencial da missão Artemis I, pois só assim os cientistas poderão descobrir se a superfície lunar é apta para atividades humanas. Masten Space Systems, iSpace e Lunar Outpost são as empresas que farão este trabalho, pelo valor total de 25 mil dólares, avançou a edição espanhola da Forbes. Ao que tudo indica, as divisões japonesa e europeia da iSpace (contrato de cinco mil dólares cada) planeiam recolher os materiais e depois vendê-los à NASA, o que marcará, se tudo correr como planeado, a primeira transação comercial de material lunar no espaço. Enquanto a equipa japonesa planeia recolher amostras no lado nordeste da lua, até novembro de 2022, o projeto europeu só irá ser lançado em 2023, centrando-se no sul.