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Há provas de que o exercício físico pode tratar a depressão

Treinar regularmente é benéfico para a saúde física e mental: um novo estudo revela que o exercício físico funciona como antidepressivos nos adultos.

Foto: Photo by Alexander Redl on Unsplash
07 de setembro de 2020 | Inês Esteves
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Já se sabe que a atividade física tem propriedades antidepressivas, como o estudo recente feito pelo BMC Public Health indica, este tem benefícios contra a depressão que abrangem a população no geral, de todas as faixas etárias.

Esta semana, saiu um novo estudo feito pela Universidade de Rutgers que continua a evidenciar a relação entre o exercício físico e os antidepressivos – este estudo conclui que exercício aeróbico (cardio) tem capacidades antidepressivas bastante eficazes entre adultos diagnosticados com depressão profunda. Estes resultados foram publicados no jornal Psychological Medicine.

Este estudo examinou como os indicadores cerebrais relacionados com a sensação de recompensa/felicidade do cérebro e controlo cognitivo podem ajudar a prever a probabilidade de se desenvolver uma depressão grave, ao beneficiar de oito semanas de exercício aeróbico moderado.

Foram recrutados 66 jovens adultos diagnosticados com depressão profunda. Metade dos jovens tiveram de realizar exercícios aeróbicos de intensidade moderada, e a outra metade não fazia cardio, fazia apenas exercícios de alongamento de intensidade leve durante 8 semanas, ambas as metades 3 vezes por semana. Os sintomas depressivos foram avaliados antes, durante e depois das 8 semanas. Os investigadores também estudaram a capacidade cerebral do processamento da recompensa (recompensa positiva) e do controlo cognitivo (negatividade relacionada com o erro) antes e depois das intervenções de ambos os exercícios.

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Observou-se que o exercício aeróbico (de intensidade moderada) teve mais eficácia em reduzir os sintomas da depressão. Em média, o grupo do cardio reduziu 55% dos sintomas, enquanto o grupo dos alongamentos reduziu os sintomas 31%.

Os investigadores acrescentam também que os participantes com maior capacidade de processamento da recompensa e mais sintomas de depressão severa quando o estudo começou são mais propícios a responder melhor ao exercício aeróbico como tratamento, ao invés de um tratamento regular para depressão clínica.

Apesar dos resultados surpreendentes, os investigadores afirmam que a investigação tem de ser replicada, e tem de ser estudado se o exercício tem a mesma eficácia como antidepressivo nos adolescentes e se funciona em adultos que não reajam bem aos tratamentos tradicionais da depressão.  

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