Após meses de negociações e processos judiciais, Elon Musk comprou finalmente o Twitter. A 28 de outubro, o homem mais rico do mundo tinha a rede social na palma da mão. A sua primeira medida? Despedir os diretores executivos da empresa e retirá-la da bolsa. Os despedimentos em massa seguiram-se, enquanto outros funcionários decidiram sair de livre vontade.
Mas as mudanças drásticas não ficam por aqui, e nem todos estão felizes com as mesmas. Aliás, diversas figuras públicas eliminaram a conta da rede social depois de Elon Musk a ter adquirido, com receio de que se tornasse uma plataforma aberta a conteúdos ofensivos, como o discurso de ódio, ou à partilha de desinformação. Na fatídica sexta-feira, há duas semanas, houve mais de 86 mil visitas à página de desativação do Twitter, segundo a o jornal The Washington Post, um número que, mesmo assim, é inferior às 300 mil visitas à página de inscrição do mesmo.
A produtora e cineasta Shonda Rhimes e a artista Sara Bareilles foram apenas algumas das celebridades que decidiram eliminar a conta. "Olá a todos. Vou-me embora daqui. Sem julgamento. Vamos manter a fé. Vamos proteger a nossa democracia. Tentemos ser mais amáveis. Vamos tentar salvar o planeta. Tentemos ser mais generosos. Vamos procurar encontrar a paz no mundo", escreveu Ken Olin, produtor e realizador, como mensagem de despedida.
"Estou chocada com alguma da "liberdade de expressão" que tenho visto nesta plataforma desde a sua aquisição. Discurso de ódio sob o véu da "liberdade de expressão" é inaceitável; por isso opto por ficar fora do Twitter, uma vez que já não é um espaço seguro para mim, para os meus filhos e para outros POC", escreveu também Toni Braxton, cantora, atriz e compositora.
"Pensei que poderia esperar para ver se ele [Elon Musk] restabelecia a conta de Trump, mas decidi que havia muitas razões para deixar a rede mesmo sem o retorno de Trump", disse por sua vez Bill Morrison.
"O facto de Elon Musk ter assumido o Twitter e torná-lo uma empresa privada com menos supervisão tornou imediatamente a plataforma mais propensa ao discurso do ódio, ataques direcionados, e à disseminação de desinformação", comentou Alex Winter, ator conhecido por interpretar Bill nos filmes Bill & Ted, ao lado de Keanu Reeves, num e-mail ao site da NBC News.