Poucos sabiam o que esperar, muito menos os mais de 400 jornalistas da Bloomberg na região. Apenas recentemente alguns começaram a retornar ao escritório. Enquanto isso, a experiência continua ao ritmo do aumento dos casos de Covid-19 nos EUA e na Europa, com Espanha, França, Itália e Portugal em confinamento e cidades como Nova Iorque praticamente paradas.
Consultámos os jornalistas da Bloomberg em Pequim, Xangai, Hong Kong, Seul e Tóquio para obter dicas e conselhos:
Maximizar a produtividade
O maior conselho: "Vá" ao trabalho. "Tente manter alguma coisa de sua rotina original antes de começar a trabalhar em casa", diz Eric Lam, repórter em Hong Kong. Se precisava de estar na secretária às 8h da manhã, não se levante às 7h59. Reserve um pouco de tempo antes de começar para despertar, preparar o pequeno-almoço. Especialmente para aqueles que, como eu, não são madrugadores."
A roupa também é importante. Isso significa roupas de trabalho confortáveis, não pijamas. "Isso faz-me sentir desperta, renovada, produtiva e menos desleixada", diz Kristine Servando, chefe adjunta da divisão Asia digital em Hong Kong. "Faz parte do truque mental de demarcar entre trabalho e o resto da sua vida." "Para os homens: façam a barba", diz Edward Gelband, que faz parte da equipa de distribuição de media em Tóquio.
Criar um "ambiente de escritório" também é importante. Tente montar o seu espaço de trabalho numa sala bem iluminada ou com o máximo de luz natural possível. Tenha uma boa cadeira. Levante-se. Faça muito mais reuniões: comunique-se. Alex Millson, chefe de redação em Hong Kong, tem uma dica indispensável para evitar distrações de parceiros e filhos: phones. E acrescenta: "Acabei de comprar um par de AirPods Pro, que são ótimos para abafar o grupo de jogos que recebemos uma vez por semana e outras distrações por perto." O jornalista também comprou uma almofada lombar. "Salvou-me totalmente. Claro, não é bom se estiver a trabalhar no sofá."
Estipular limites
Quando se mora no escritório, é fácil trabalhar demais. Kristine, em Hong Kong, enfatiza a importância de desconectar completamente quando deve. Resista ao desejo de voltar ao computador após o jantar. "Caso contrário, a vida profissional invade a vida doméstica, física e mentalmente."
"A maior surpresa para mim é a rapidez com que o dia pode passar sem que se perceba, em comparação com o trabalho no escritório", diz Lam. "Não ter de me deslocar faz-me sentir muito mais produtivo. Mas, por outro lado, às vezes parece que não se terminou quando o horário de trabalho termina. Portanto, é importante saber quando se levantar e desconectar."
E se meus filhos também estiverem em casa?
"Crianças de 3 anos são inerentemente atraídas por teclados, ratos ou qualquer coisa que faça clique, por isso é importante que tenha coisas ainda mais irresistíveis à mão, como brinquedos ou os seus biscoitos favoritos", diz Young-Sam Cho, editor em Hong Kong. "Dizer ‘não, não pegues nisso’ ou ‘espere, estou a enviando uma manchete/artigo importante’ simplesmente não funciona. Se nada funcionar, dê-lhes o iPad." "E nunca os acorde." Clara Ferreira Marques, 40 anos, colunista da Bloomberg Opinion em Hong Kong que mora com o marido e três filhos, e destaca a importância de programar tempo livre para as crianças. "Isso é um desafio para a maioria de nós que acabamos sozinhos em casa, mas não impossível."