A Samsung chama-lhe Nightography, e a ideia é chamar a atenção para as potencialidades da câmara fotográfica do S23 Ultra: "do amanhecer ao anoitecer". Para passar das palavras aos atos, organizou uma apresentação no Planetário da Marinha, em Lisboa, onde foi possível fotografar um céu completamente estrelado, e verificar que o nível de detalhe captado é realmente impressionante. Atenção, porque ninguém está ainda a sugerir que atirem a Nikon Z6II para o lixo, mas para fotógrafos de fim de semana, em situações de pouca luz, estes novos Samsung portam-se mesmo muito bem e tudo graças a um novo sensor de 200 MP. O maior da classe.
A fotografia será, certamente, um dos pontos fortes dos novos Galaxy, e já falaremos mais sobre o tema, mas antes vamos conhecer um pouco melhor as outras suas características, começando por um aspeto que vale a pena destacar e que é, bem... o próprio aspeto do telefone. Nota-se que houve uma preocupação em dar continuidade às linhas e aos tamanhos dos modelos, mas surgiu também uma nova abordagem estética que está bem evidente nas lentes isoladas – em lugar de estarem integradas num bloco, como é padrão em quase todas as marcas.
A Samsung já tinha dado esse passo com o S22 Ultra, e agora adota-o para os restantes modelos da série. Assim, o S23 Ultra permanece praticamente inalterado, mas os restantes ficam mais parecidos com ele. É verdade que gostos não se discutem, mas parece-nos um passo em direção a uma maior elegância.
Depois, temos de destacar algo que não se vê, embora se sinta – e vá continuar a sentir daqui por um par de anos. Em 2023 a Samsung deu finalmente ouvidos aos consumidores europeus, que reclamavam que os seus Galaxy eram inferiores aos do resto do mundo – e com razão, porque vinham equipados com um processador Exynos inferior aos Snapdragon. Agora, todos os modelos vêm com os Snapdargon 8 Gen 2 que são, sem dúvida, os mais poderosos do mundo Android. E com um plus, porque utilizam uma versão "afinada" para trabalhar especificamente com a linha S, e assim hardware e software conseguem "comunicar" melhor e funcionar mais rápido. É por isso, também, que se vangloriam das capacidades como "consola de jogos" dos telemóveis ou basicamente de tudo o que exija maior capacidade de processamento.
Mas regressemos então às câmaras, às quais a marca coreana foi buscar um aliado de peso: Mr. Ridley Scott. Exatamente, o realizador de Alien, Blade Runner, Gladiador e tantos outros filmes fantásticos está a gravar uma curta-metragem filmada unicamente com um Ultra, o que diz muito sobre a qualidade e a versatilidade do telefone. Claro que Ridley Scott usa gimbals, luzes e outros acessórios nas filmagens, mas é basicamente um telemóvel igual ao que qualquer um de nós pode levar no bolso.
Tudo isto se passa com os Ultra, que estreiam este novo sensor de 200 MP desenvolvido pela Samsung. Na realidade trata-se de uma segunda geração, pois existe uma primeira que a marca nunca chegou a utilizar nos seus telefones, embora a tenha cedido à Motorola e à Xiaomi, que equipam alguns dos seus modelos mais recentes com ela. Infelizmente, o modelo normal do S23 e o Plus não só não vêm com o novo sensor, como nem recebem o da primeira geração ou sequer o sensor de 108 MP que tinha sido utilizado no Ultra anterior. A opção, pelo contrário, foi manter tudo exatamente como estava, deixando depois a cargo do novo processador realizar melhorias de imagem em fotografia e vídeo. A marca afirma que são significativas, mas ainda não foi possível fazer essa verificação. Por outro lado, recorrendo aos earbuds Galaxy 2 é possível captar o som em surround, independentemente do modelo utilizado.
Almost last, mas definitivamente not least, esta nova série S apresenta uma variedade de materiais reciclados superior à de qualquer outro smartphone Galaxy, o que inclui alumínio e vidro reciclados e plásticos provenientes de redes de pesca descartadas, garrafas e garrafões PET. Serão 22% de componentes reciclados, aos quais se somam as caixas, feitas com papel totalmente reciclado.
Agora sim, para terminar, os preços. O lado negro de todos os gadgets e certamente destes novos Galaxy que tiveram um importante acréscimo de preço relativamente à geração anterior. São assim necessários mais 109 euros para adquirir o modelo de 128 GB do S23 simples, e mais 170 para o modelo de entrada de gama de S23 Ultra, que tem agora 256 GB. Já a versão mais cara deste modelo custa 1869 euros. É muito dinheiro por um smartphone. A boa notícia é que está a decorrer uma campanha de prélançamento – os telefones vão chegar ao mercado no dia 17 de fevereiro – que permite comprar o modelo superior em memória pelo preço do inferior. Ou seja, o S23+ de 512 GB, por exemplo, está ao preço do de 256Gb, o que representa uma poupança de 120 euros. Quando tudo está tão caro, quem sabe seja de aproveitar.