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Bose: 60 anos a dar-nos música

A Bose celebra o aniversário com novos "diamantes," produtos inovadores e um estudo sobre o impacto da música nas nossas vidas.

Foto: DR
05 de novembro de 2024 | Bruno Lobo
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Saída diretamente dos laboratórios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a Bose é uma das poucas marcas de áudio cujo nome se tornou sinónimo de qualidade e consistência.  

Em 60 anos, a marca já foi ao espaço – literalmente –, já que era responsável pelos sistemas de som a bordo dos vaivéns da NASA, e transformou a qualidade sonora na aviação comercial com as suas tecnologias de cancelamento de ruído. Continua a bordo de quase todos os modelos da Porsche (e alguns selecionados de outras marcas) e acompanha-nos no dia a dia com uma das melhores gamas de auscultadores e colunas portáteis.

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Para celebrar as bodas de diamante, a marca americana apresentou uma cor inspirada nos diamantes – lá está −, que passa a estar disponível na linha Ultra: QuietComfort Ultra Headphones, QuietComfort Ultra Earbuds e os surpreendentes Ultra Open Earbuds. Lançou igualmente os novos Earbuds QuietComfort, que oferecem qualidades premium a um preço mais acessível, e uma Smart Soundbar ainda mais inteligente. 

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A qualidade sonora dos Earbuds é excelente, e o cancelamento de ruído muito eficaz – como seria de esperar, dada a história da marca. Tem três opções: Quiet, Off e Aware, que potencia os sons do exterior. A bateria dura 8,5 horas, com a possibilidade de recarregar os auriculares na caixa, e o dispositivo possui proteção IPX4, contra água. Também permite o pairing com mais do que um aparelho ao mesmo tempo (computador e telemóvel, por exemplo), uma funcionalidade mais comum em aparelhos premium. 

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Back to the Future 

A marca foi fundada em 1964 por Amar Bose, pouco depois de ter terminado o doutoramento no MIT. Para celebrar essa conquista, ofereceu a si próprio um sistema de som que prometia muito no papel, mas cuja qualidade sonora o dececionou. O interesse de Amar pela música e eletrónica já vinha de longe tendo, aos 13 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, montado uma loja de reparações de rádios. Desta vez, fechou-se no laboratório de acústica do MIT e deu início a uma pesquisa que resultou em três patentes e na criação da Bose CorporationAmar Bose nunca deixou de lecionar no MIT e, em 2011, dois anos antes de falecer, doou a maioria das suas ações ao instituto, que é atualmente o maior acionista da empresa – embora sem intervenção direta na gestão. 

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Entre as muitas conquistas da marca ao longo destes 60 anos, destacam-se as colunas 901 de 1968, que resultam dessas primeiras patentes de Bose. Eram tão revolucionárias para a época que, apesar de destinadas ao mercado doméstico, foram rapidamente adotadas em salas de concerto e estúdios de música profissionais. Isso abriu as portas da Bose no mercado profissional, culminando no lançamento das 800 Professional Speaker, o primeiro êxito mundial da marca. 

Foi também uma experiência pessoal frustrante que levou Amar a desenvolver outra das inovações mais importantes da Bose: o cancelamento de ruído ativo. Conta-se que ele criou o primeiro esboço da tecnologia durante um voo entre Boston e Zurique, porque não conseguia ouvir música com o barulho do avião. Um dos primeiros protótipos esteve a bordo do Rutan Voyager em 1986, no voo que completou a primeira volta ao mundo sem escalas e sem reabastecimento. O voo durou 9 dias, 3 minutos e 44 segundos, e, graças aos auscultadores, os pilotos Jeana Yeager e Dick Rutan não ficaram surdos. Nos anos 1990, a Bose foi eleita como a fabricante nº 1 de headsets pela revista Professional Pilot por nove anos consecutivos, e apresentou os primeiros modelos com cancelamento de ruído para o mercado de consumo.

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Ainda nos anos 1980, os engenheiros da Bose perceberam que podiam oferecer uma qualidade sonora muito superior no interior de um automóvel do que em casa, devido ao espaço delimitado e à posição fixa dos ouvintes. Nasceu assim uma linha destinada ao segmento automóvel que tem na Porsche, hoje, o seu principal parceiro. 

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No setor profissional, destaca-se também o Auditioner Audio Demonstrator, um sistema que permite recriar o som "real" para qualquer ouvinte, independentemente da sua posição, num evento ou edifício – e isto mesmo antes de o sistema de som estar montado ou o edifício sequer existir. Foi um avanço gigantesco em termos de planeamento acústico e que acabou por ser adotado nos Jogos Olímpicos, na Capela Sistina ou em Meca. 

O impacto da música 

Para assinalar os 60 anos, a Bose promoveu um estudo sobre o impacto da música nas nossas vidas. O 60 Years of Music and Emotion recolheu mais de 6 mil testemunhos de pessoas com idades entre os 18 e os 64 anos, nos EUA e no Reino Unido.  

Um dos dados mais curiosos foi a importância dada à música: 56% dos participantes colocaram-na entre os seus cinco principais interesses, ultrapassando áreas como o desporto, cinema, entretenimento e viagens. 

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O estudo revelou também que a música ouvida durante a juventude molda o gosto musical ao longo das décadas. Assim, quem cresceu nos anos 1970 tende a manter a paixão por artistas como David Bowie ou Elton John, enquanto quem amadureceu nos anos 1990 continua a ouvir Madonna ou Metallica. "Mais de 80% dos inquiridos escolheram a música que ouviam na adolescência e na idade adulta como aquela que ouviriam para o resto da vida," refere o estudo. Ainda assim, mais de 75% dos participantes mantêm o desejo de descobrir músicas de outras gerações, o que explica a popularidade crescente de artistas como Michael Jackson, Queen ou 2Pac. 

É curioso notar também o desaparecimento de artistas como Beyoncé ou Taylor Swift. Embora liderem os rankings atualmente, não foram mencionadas entre os artistas mais influentes dos últimos anos. Parece que a antiguidade ainda é um posto, e nomes como Queen e os Beatles continuam a liderar. Pelo menos, por agora. 

Independentemente das preferências musicais, uma coisa é certa, a Bose pretende continuar a dar-nos música por mais 60 anos. E com o Natal e a Black Friday à porta, talvez seja uma boa altura para dar uma olhadela a alguns dos últimos "diamantes" saídos de Framingham, Massachusetts.  

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