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Bernard Arnault, o homem mais rico do mundo... por uns segundos

Há um homem que está a desafiar Jeff Bezos no lugar de pessoa mais rica do mundo

Foto: Getty Images
26 de maio de 2021 | Joana Moreira
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Durante algumas horas Bernard Arnault tornou-se, na última segunda-feira, 24, o homem mais rico do mundo. Jeff Bezos, CEO da Amazon, depressa voltou ao primeiro lugar na lista da Forbes The World’s Real-Time Billionnaires, que é atualizada em tempo real. Esta terça-feira Arnault voltou ao topo da tabela. Horas depois, Jeff Bezos voltou a recuperar o pódio, numa luta de titãs que vai entretendo a imprensa da especialidade.

Mas quem é o homem que está a desafiar o dono da Amazon? Bernard Arnault é o presidente e diretor executivo da Louis Vuitton Moet Hennessy (LVMH), a maior empresa de artigos de luxo do mundo e detentora de marcas como a Louis Vuitton, Sephora, Stella McCartney, Gucci, Christian Dior, Givenchy, Veuve Clicquot ou Dom Pérignon. Todas são administradas de forma independente, mas operadas sob o chapéu da LVMH. A fortuna da família está, à data de publicação deste artigo, fixada nos 187.9 mil milhões de euros, apenas atrás da de Jeff Bezos (com 188.9).

Numa entrevista ao jornal Financial Times, em janeiro, o francês confessava: "Sempre gostei de ser o número um (...) Não tive sucesso no piano, não tive sucesso no ténis. Considero sucesso chegar a um ponto em que todas as minhas equipas e o grupo são número um no mundo". Com 72 anos, Bernard Arnault, que nasceu em Roubaix, uma cidade industrial no norte de França, é hoje responsável por um portefólio de 70 marcas, entre elas uma aquisição recente, a Tiffany & Co. Numa compra histórica, o conglomerado francês de marcas de luxo adquiriu a joalheira americana numa fusão de 13,7 mil milhões de euros, a maior de sempre do setor. "Mais do que nunca estamos convencidos do formidável potencial da marca Tiffany e acreditamos que a LVMH é o lar certo para a Tiffany e os seus funcionários durante esta próxima etapa emocionante", disse Arnault no comunicado oficial aquando da transação.

Foto: Getty Images
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Casado, com cinco filhos – quatro deles trabalham no império LVMH – Bernard Arnault é, há muito tempo, o homem mais rico da Europa. É, aliás, dos poucos europeus a figurar nos lugares cimeiros da lista de pessoas mais ricas do mundo. A compilação da Forbes é dominada sobretudo por norte-americanos. Depois de Arnault, só Amancio Ortega (dono da Inditex) rompe com a tradição norte-americana, ao ocupar o décimo lugar da tabela

Desde o início da crise motivada pelo covid-19 que as maiores fortunas do mundo têm oscilado. Segundo o índice de multimilionários da Bloomberg, Arnault perdeu mais dinheiro do que qualquer outra pessoa no mundo desde o início da pandemia. Parco nas entrevistas que dá, o empresário francês dá importância à longevidade e persistência. "Não quero soar como um pessimista. Algumas marcas por aí fora chegarão ao sucesso. Mas os seus gerentes não podem ter pressa. Leva tempo. Mas uma vez que se consiga todos os elementos alinhados para uma marca de sucesso, dura muito tempo. Permanecem e permanecem, e merecem-no", dizia já em 2001 ao Harvard Business Review.

Considerado um visionário e responsável por revitalizar a Moda francesa devolvendo o prestígio a determinadas marcas, Arnault é também acusado de ser extremamente competitivo, característica que não faz por esconder. "Quero sempre ganhar", disse em entrevista à CNBC, em 2018. Em outubro, o The New York Times chamou-lhe mesmo o "Sun Tzu do luxo".

Mas a grande questão que assombra o legado do magnata é quem lhe seguirá as pisadas nos negócios. "O melhor em termos de capacidade de gestão vai ser escolhido no futuro, não por ser um membro da família. Mas, como disse, o grupo como um todo é uma família, e por isso vamos escolher na família quem for o melhor. Mas acho que ainda vou lá ficar durante alguns anos", disse no programa The Brave Ones, na televisão norte-americana.

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