Tem sido uma semana e tanto para Barack Obama. De facto, seria difícil imaginar uma reação mais impactante ao primeiro volume do seu livro de memórias – o segundo ainda não tem datas definidas – lançado mundialmente a 17 de novembro.
Aquele que foi o 44º presidente dos EUA entre 2009 e 2017 viu mais de 890 mil cópias do seu novo livro desaparecerem no primeiro dia de vendas nos EUA e Canadá, incluindo pré-vendas, livros eletrónicos e audiolivros, segundo a editora Crown Publishing Group, pertencente à Penguin Random House.
Um recorde de vendas num só dia para aquela casa, que publicou também As Cinquenta Sombras de Grey. Mas há mais. Em comparação com as memórias de outros chefes de estado, Obama vai à frente no primeiro dia de vendas, se tivermos por exemplo em conta os livros dos seus antecessores George W. Bush, Momentos de Decisão (220 mil cópias) ou Bill Clinton, A Minha Vida (400 mil cópias).
Hillary Clinton com a sua versão das presidenciais de 2016 em O que Aconteceu também não teve o êxito de Obama, chegando às 300 mil cópias vendidas nas primeiras semanas. Quem se consegue aproximar, ainda que ligeiramente abaixo, com 725 mil cópias vendidas no seu lançamento é, curiosamente, a sua mulher Michelle Obama com o livro Becoming: A Minha História, em 2018. Em Portugal foram vendidos 2 mil exemplares de Uma Terra Prometida no seu lançamento.
Ora, se na primeira metade de 2020 o livro mais popular do mundo foi Lá, Onde o Vento Chora, de Delia Owens, com perto de 715 mil copias vendidas durante esse tempo, agora não existem dúvidas. Pelo menos para este ano. As vendas mais rápidas de sempre continuam a pertender a Harry Potter e os Talismãs da Morte (2007) com 8 milhões de cópias vendidas em 24 horas.
Nas 768 páginas que demoraram cerca de dois anos a escrever, Barack Obama fala da sua juventude e aspirações políticas e também do seu papel enquanto marido e pai, mas o core do livro vai para a sua experiência presidencial, com destaque para alguns momentos decisivos no seu percurso.
Passados quatro anos desde a sua saída da Casa Branca e duas semanas após as eleições norte-americanas que deram a vitória a Joe Biden e que afastaram Donald Trump da presidência, Barack Obama volta a fazer história. E o momento não poderia ter sido mais apropriado.