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Até que ponto podemos confiar no TikTok?

Segundo um especialista espanhol, a aplicação mais famosa do momento tem falhas de segurança indesculpáveis.

Foto: Kon Karampelas / Unsplash
30 de junho de 2020 | Rita Silva Avelar
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Hilariante e interessante para uns, absurdamente insuportável para outros, o TikTok está em 150 países, tem mais de 1 bilião de utilizadores, e foi descarregado mais de 175 milhões de vezes só nos Estados Unidos. No último ano, tornou-se numa das aplicações mais populares entre as faixas etárias mais jovens, com tempos de consumo superiores face ao Instagram ou ao YouTube. Uma plataforma de vídeos cujos protagonistas são os utilizadores, o TikTik ganhou expressividade entre o público mais jovem, criando desafios e movimentos que se traduzem muitas vezes em coreografias.

Mas Enrique Dans, especialista em Tecnologia Inovadora, professor na IE Business School de Madrid, escreve, na Forbes americana, que nem tudo são boas notícias, e que as redes sociais têm os seus perigos, umas mais que outras. "Há um ano atrás, publiquei um artigo na Forbes criticando o TikTok por não ter assumido a responsabilidade por uma variedade de utilizações indevidas da aplicação" começa por escrever. A seguir, resume as provas. "Desde então, as forças armadas americanas proibiram o seu uso pelos seus membros, e descrevem-no [ao TikTok] como uma ameaça à ciber segurança. A empresa israelita de ciber-segurança Check Point investigou-a [à aplicação] e conclui que tem grandes vulnerabilidades, bem como questões de segurança em geral. O governo dos EUA também está a investigá-la".

E Dans vai mais longe. "Entretanto, o CEO da Reddit e co-fundador Steve Huffman descreve-a como uma "aplicação fundamentalmente parasitária que está sempre a ouvir" e adverte contra a instalação daquilo a que ele chama "spyware". Vários grupos de defesa das crianças afirmam que [o TikTok] representa um risco claro para as crianças. A Apple afirma ter "apanhado" o TikTok a usar mecanismos para espiar milhões de utilizadores" adverte.

Este especialista conclui dizendo que, pessoalmente, não tem nada contra o TikTok, e admite até que quem o usa, geralmente, considera-o divertido, uma moda, uma forma de se expressar, ou mesmo um veículo de ativismo. Mas que não se podem ter ilusões: sob o seu exterior aparentemente inocente, o TikTok é um perigo público. "Há trinta anos que ensino inovação e estou aberto a todas as novas ideias. Não tenho nada contra a China, um país que estudo de perto, não tenho interesses em nenhum dos concorrentes de TikTok: falo com base na minha análise, na minha experiência e no que muitos outros analistas têm escrito. Já o digo há algum tempo, e tudo o que estou a ver e a ler confirma a minha análise" revela, deixando ainda uma última advertência: "O TikTok não pode ser corrigido: os seus problemas residem na sua própria concepção e na cultura que lhe está por detrás. O meu conselho é que o evite como "a peste". Não diga que não foi avisado."

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