As duas palavras do futuro são natureza e coletivo, se não formos engolidos pela tecnologia entretanto, por isso este revigorado vegan resolveu ser mais do que um restaurante. É uma queijaria artesanal chamada Eva, uma mercearia chamada Pistácio, daqueles produtos bons vendidos a granel e de pequenos produtores locais, tem uma linha de kombuchas chamada Era, feita de produtos naturais apenas, e fermentada ali na cozinha do Ortéa, e uma montra de bolos vegan, de meter inveja a muitas pastelarias finas, que podem ser vendidos para fora. E em breve vai inaugurar o futuro bistrô. The more the merrier.
Aconselhamos começar precisamente pela tábua de queijos que são tudo menos aborrecidos, feitos à base de caju tostado e cogumelo eringuy salteado com tomilho, com a textura e as especiarias certas, acompanhados por um bom pão de kamut ou brioche caseiro sem glúten. Que pode balançar com as suaves gyozas botânicas, à base de um duo de cogumelos shimeji e paris, nabo, sementes de sésamo e gengibre acompanhados por um aromático molho ponzu.
A carta é sazonal, oferece bruschettas, sanduíches e bowls, mas optámos pelo sabor intenso do parpadele caseiro de cogumelos em vinho tinto com avelãs fumadas e trufa e pelo conforto de um bom e equilibrado pad thai de tofu em noodles de arroz, vegetais salteados, amendoim, coentros, rebentos de soja e pó de alga nori. Para rematar, mousse de chocolate fudge com arando e nozes pecan ou frutos vermelhos assados, por exemplo, ou aventure-se na magnífica oferta de bolos e tartes sem glúten e que só usam açúcares naturais como o agave, as tâmaras e o açúcar de coco. Há opções que até podem brilhar mais fora das refeições principais, como o bowl à base da açaí e banana ou uma escolha de panquecas ideais para brunches ou lanches longos.
É uma mesa informal e saborosa que convida não só vegetarianos e veganos, mas todos. Ao jantar é bom, mas durante o dia deve ser ainda melhor, quando as grandes janelas deixam entrar a luz evidenciando as nuances de verde. Não é o lugar mais silencioso, a música está sempre presente, assim como as diversas conversas de sala, tem o cosmopolitismo que vai desabrochando em Lisboa.
A paz vem da decoração acolhedora e iluminada em madeiras naturais e matizes de verde selva, plantas por todo o lado, mesmo dentro dos armário envidraçados. É o lugar para levar os amigos desconfiados da alimentação saudável, que mais não seja porque é a que mais respeita o planeta em que todos vivemos, ou para levar um grupo em convívio e é evidente a sua maior frequência por uma maioria de clientes nascidos depois dos anos 80. Mas também é ideal para encontrar um amor ou um confidente a quem se conta segredos nos recantos, como nos jardins de sempre.
Onde? Rua Dom Luis, nº 19C, Santos, Lisboa. Quando? Segunda a sexta-feira de 12h às 23h, ao fim-de-semana das 11h às 23h Reservas 936 217 616