Quinta da Gricha Porto Vintage 2022
Ricardo Pinto Nunes, enólogo da Churchill’s, explica que a Quinta da Gricha se situa "na margem sul do rio Douro entre o Pinhão e o Tua, virada a norte". Refere que as vinhas mais antigas têm mais de 70 anos exatamente onde este Porto foi produzido.
Relativamente à vinificação, o enólogo sustenta que todos os portos são vinificados em tradicionais lagares de granito, "mesmo sendo mais dispendioso", mas acredita "ser ainda o processo de maceração mais eficiente para a produção da mais alta qualidade". Explica que "durante os primeiros seis meses, os vinhos do Porto jovens ficam no inverno no Douro antes de serem transportados para as caves em Vila Nova de Gaia, onde passam um período de envelhecimento de 18 meses em tonéis de madeira de grande capacidade antes do seu engarrafamento". As castas são 100% um "field blend", incluindo Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinto Cão.
Ricardo Pinto Nunes recomenda colocar a garrafa em pé durante algumas horas antes de decantar "pelo menos duas horas antes do serviço" e servir à temperatura ambiente entre os 16 e 18ºC. Acrescenta que as harmonizações clássicas com um vinho do Porto Vintage são os queijos, tradicionalmente o Stilton e sobremesas de chocolate.
Com um preço de 65 euros, este vinho tipicamente de guarda, é descrito pelo responsável como resultado da visão de Johnny Graham, "marcado pelo seu estilo mais seco e estruturado, características apenas possíveis pela utilização exclusiva de uvas de castas autóctones letra A, a melhor qualidade no Douro". E ainda pela "utilização única de leveduras indígenas durante a fermentação, atrasando o processo em cerca de 12-24 horas em relação ao padrão". Ricardo Pinto Nunes refere também que esse tempo "permite às leveduras consumir naturalmente quantidades mais elevadas de açúcar em álcool e o resultado é um álcool mais natural e níveis mais baixos de aguardente".
O enólogo acrescenta que a área vitivinícola "é certificada no Modo de Produção Integrada, um esquema internacional de viticultura sustentável, regulado pela Organização Internacional para o Controlo Biológico e Integrado.
Quinta da Lixa – Único 360
Carlos Teixeira, enólogo da casa, refere que o branco é o resultado de "um projeto que desde há já muito tempo estava a ser pensado" e que é, no seu entender, "uma vontade de fazer um vinho de grande expressão e autenticidade". Uma espécie de regresso ao passado quando se fala de vinificação, explica, "quer por ser feita uma fermentação em lagar e, portanto, em maceração, e uma fermentação em betão, duas das formas mais antigas de fermentar vinhos brancos no país e sobretudo na região".
O vinho, com as castas Alvarinho e Avesso em quantidades iguais, tem o nome 360 que vem do formato da cuba de cimento redonda. O enólogo diz que "o Avesso foi colhido de uma vinha muito particular que foi fermentado em lagar e que depois de terminada a fermentação continuou em contacto com as massas por quatro meses", enquanto o Alvarinho "fermentou na cuba redonda de cimento e findo o processo manteve-se em contacto com as borras totais por mais nove meses".
Carlos Teixeira recomenda que deve ser servido a 12ºC., bebido sozinho ou acompanhando uma refeição como "uma paleta de borrego assada no forno a lenha, grelos salteados e arroz crocante também ele do mesmo forno".
O preço recomendado de 55 euros, teve por base, segundo o responsável, "os custos totais inerentes ao produto final e o fator tempo que é sempre difícil de valorizar".
Carlos Teixeira não tem dúvida que houve um conjunto de circunstâncias com influência neste vinho, como "o fator humano na tomada de decisão de qual as vinhas em particular, dos métodos de vinificação e do momento de engarrafar". Aponta ainda os solos "que são uma mistura de granito muito próprio da região dos vinhos verdes e o xisto característico do Douro que, pela sua proximidade, faz com que apresentem esta mistura", o que conferem, no seu entendimento, "uma mineralidade e um carácter salgado muito próprios" e, por último, "as castas, pelo seu perfil e complexidade, plantadas num microclima único fazem deste vinho aquilo que agora se apresenta ao mercado".
Cristina 2019
Da casa Howard’s Folly, o enólogo David Baverstock conta que a história do vinho "é uma extraordinária homenagem a Cristina Francisquinho, pessoa que cuida das vinhas em Portalegre desde 2014". Refere ainda que "foi ela que descobriu a vinha que deu origem a este vinho – localizada nas montanhas de São Mamede, de nome Vinha da Jacinta, uma vinha velha, com uvas que se caracterizam por ter grande intensidade e complexidade".
O responsável pela enologia refere que este tinto "é feito pelo desengace e um esmagamento suave antes da fermentação, que ocorre em pequenas cubas abertas de aço inoxidável com bastante remontagem à mão para ter uma ótima maceração e extração". A seguir, são 12 meses de envelhecimento em barricas novas de carvalho francês e americano. A vinha, velha, é constituída por diferentes castas típicas da região, por isso David Baverstock considera-o um field blend, não sabendo bem as castas que tem. O enólogo sugere os 16ºC. para o servir, por exemplo, "com carnes vermelhas como javali ou cabrito assado".
O preço recomendado de 70 euros tem em conta a idade da vinha, o processo de vinificação e a qualidade. Para David, "o vinho que poderia estar com um valor mais elevado, no entanto sendo a primeira colheita foi preferível colocá-lo num valor ajustado às circunstâncias". É apontado como um vinho de guarda, com um mínimo de cinco anos e máximo de 15, mas considera que "está ótimo para ser bebido já".
David Baverstock garante que "foi feito com o objetivo de expressar perfeitamente o terroir e potencial das vinhas de que é proveniente e também de Portalegre em geral" e, sendo um vinho desta região, "as suas características diferenciadoras são a frescura, elegância e equilíbrio, sendo ao mesmo tempo um vinho com carácter e estrutura poderosa".
O enólogo conclui que o Cristina "é um reflexo desta vinha cujo local como referido é de grande biodiversidade com florestas, grandes altitudes e solos de origem granítica".
Adega Ponte da Barca Branco Loureiro-Alvarinho Premium
Sílvia Resende, da adega minhota, refere-se à imagem da garrafa: um naperão, como "uma pequena peça de renda ou bordado, da qual todos os portugueses se lembram de ver em tantas casas". A responsável refere que este branco "procura capturar a essência dessa nostalgia e a dedicação artesanal através da combinação harmoniosa das castas Loureiro e Alvarinho".
Sílvia Resende explica que o "verde" é proveniente de vinhas com uma idade média de 15 anos com as castas Alvarinho e Loureiro, "e as uvas são vinificadas de forma a extrair o seu máximo potencial qualitativo: maceração suave, decantação durante 12 horas, seguida de fermentação com leveduras selecionadas a temperatura controlada (16-18ºC), para preservar os aromas primários das castas". A responsável, que compilou os dados fornecidos pelo diretor de marketing, Bruno Almeida e pelo enólogo José Oliveira, aponta que o vinho branco deve ser consumido entre os 8 e os 10 ºC. e pode ser apreciado sozinho ou acompanhando entradas variadas, saladas, pratos de marisco, peixes, carnes brancas e pratos asiáticos. Com um preço de cinco euros, é um vinho pensado para ser consumido jovem, e apresenta, segundo a responsável, um blend destas duas castas que proporcionam "um perfil mais complexo e equilibrado".
Sílvia Resende conclui que o terroir da Região dos Vinhos Verdes "exerce uma influência significativa na produção deste vinho conhecido pelo seu clima ameno e húmido, com solo granítico, que contribui para a frescura e mineralidade dos vinhos". Para os responsáveis da adega, "este vinho não só é uma celebração das tradições vinícolas portuguesas, mas também uma homenagem ao artesanato típico português, refletido no seu nome e embalagem". Concluem que "a cuidadosa seleção de uvas e o processo de vinificação rigoroso garantem que cada garrafa ofereça uma experiência autêntica e de alta qualidade, tornando-o uma excelente escolha tanto para momentos de convívio como para acompanhar refeições".