Prazeres / Sabores

JNcQUOI Frou Frou. Viagem até Hong Kong

É o novo restaurante do Grupo Amorim Luxury, com o chef Ku Yan Onn na cozinha e muitas surpresas intimistas ao longo do jantar, classificado como uma experiência imersiva. Comprovamos.

Foto: DR
15 de setembro de 2023 | Rita Silva Avelar
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Lisboa pode ser exótica. Prova-o o JNcQUOI Asia, segundo restaurante lançado pelo Grupo Amorim Luxury, que agora acolhe no seu interior um outro: o Frou Frou. O nome desperta desde logo curiosidade, apetece perceber do que se trata, alicia-nos a algo divertido. Abrem-se umas majestosas e enigmáticas portas, e sabemos que estamos perante um décor rigoroso, fiel aos loucos anos 20, mas numa China underground e elitista. Tudo isto foi pensado por Jean-Philippe Demeyer, excêntrico designer de interiores belga que consta na lista dos 100 melhores arquitetos pela Architectural Digest, e percebemos porquê.

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Há uma explosão de cores e padrões que nos remetem para algo de misterioso e elegante ao mesmo tempo, a luz é cuidada, o som é curioso: percebemos, quando nos explicam, que a experiência de som imersiva que proporciona uma sensação de estar dentro de uma bolha de som. É isto a que se chama arquitetura do som: parece que estamos dentro de um estúdio de gravação, com os sons a chegar na mesma proporção de todo o lado, em que também as vozes das outras mesas não sobressaem. Hovannes K. é o conceituado produtor e sound designer o responsável por esta fusão entre a atmosfera sonora do estúdio e o intimismo deste sítio. Está, num canto da sala, a decorrer um mini concerto com o Guzheng, um instrumento musical tradicional da China.

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Aberto desde 1 de setembro, parece atrair todos os tipos de clientes, nacionais e internacionais, mais entendidos na cozinha chinesa ou mais amadores. Os pratos chegam às mesas, fumegantes, apetitosos. Com o chef Ku Yan Onn na cozinha, em sintonia com o António Bóia, chef líder das cozinhas do Grupo Amorim Luxury, ao comando desta experiência gastronómica, obtemos uma fiel reprodução dos pratos tradicionais chineses. Para apurar o palato, sugerem-nos dois cocktails pensados especialmente para o Frou Frou: The Lion, com Absolut Elyx, sake, lemongrass, pimenta de Sichuan, soda de chá verde e maçã-limão, e o The Monkey, com Beefeater 24,  Dry Curaçao (triple sec), manjericão tailandês, orgeat (xarope de amêndoas), pepino, baunilha, pêssego e soda de jasmim (a €20 cada). Para acompanhar, o couvert contempla nozes pecan caramelizadas com flor de sal (€4,90).

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Nas entradas, deliciamo-nos com dumplings de lavagante (€32) e de camarão, frango e wasabi – este frito, uma delícia – (€17) e ainda com as tostas de camarão tigre e sésamo (€29) e ainda com a salada de pato, que mistura ingredientes tão frescos como a romã ou a toranja (€21). Estas abrem o apetite para os tais principais, que, por sinal, são muitos. Em destaque está o Pato Cantonês com molho de ameixa (€55) ou Noodles ao estilo de Hong Kong com lavagante (€92), mas também o frango kung pao (€25) ou com a vaca salteada com pimenta preta (€34). Tudo isto vai chegando à mesa com parcimónia, respeitando todos os momentos com uma religiosa certeza que são para desfrutar com tempo. Na sobremesa, somos surpreendidos com a baba de tubarão, uma deliciosa combinação de arroz doce e doce de ovos e bolacha, tudo envolvido e, à semelhança do que acontece no Avenida ou no Ásia, servida de uma grande taça trazida à mesa. Quando as luzes baixam, percebemos que se aproxima um momento de espectáculo: é a desarmante live performance da Miss Frou Frou, que canta desde Frank Sinatra a outras baladas imponentes, em curtos intervalos. Vai-nos surpreendendo assim ao longo da experiência, e deixamo-nos ir.
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Onde? Avenida da Liberdade, número 144, Lisboa. Quando? Funciona apenas ao jantar, das 19h00 às 24h00 à segunda, terça, quarta-feira e domingo e à quinta, sexta-feira e sábado o período de abertura extende-se das 19h00 até às 02h00.  Reservas 21 051 3015

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