Graham’s Porto Tawny 50 Anos
Charles Symington, diretor de produção da Symington Family Estates e enólogo principal da Graham’s, não tem dúvida que a imagem da Aged Tawny Collection "encontra inspiração na idade e singularidade dos Porto Tawny 40 e 50 Anos". Aponta as ilustrações da autoria de Mariana Rodrigues que "refletem alguns dos mais raros elementos da fauna e flora da paisagem do Vale do Douro". O responsável acrescenta ainda que a caixa de madeira que acompanha cada garrafa "é forrada com papel de parede no interior e azulejos na parte de trás, procurando recriar a familiaridade do ambiente caseiro e revisitar as tendências do design de interiores britânico desde o século XVI".
O diretor de produção explica que o vinho foi monitorizado também pelo seu pai, Peter Symington, constituindo assim duas gerações de master blenders. Charles Symington conta que selecionou dois componentes primários incorporados no 50 Anos: o primeiro corresponde a um vinho de 1969 colocado de parte por Peter Symington para assinalar o seu nascimento. E o segundo, refere, "inclui vinhos de 1970 e 1973, misturados em 1982". Conta que "a evaporação de mais de 50 por cento destes vinhos desde que foram separados para envelhecimento de longa duração resultou numa concentração notável".
Feito a partir de uma mistura de castas tradicionais durienses, é apontado para ser servido ligeiramente fresco, por si só, ou acompanhado de queijos curados, sobremesas com base de nata ou frutos secos". As garrafas de 0,75 e 4,5 litros têm um preço recomendado de 500 euros e 2.700 euros, respetivamente. Charles garante que a equipa de Enologia da Graham’s "preparou este vinho para consumo imediato e, depois de aberto, deverá ser desfrutado em oito semanas".
O diretor de produção refere que este Porto Tawny 50 Anos é de particular importância para a casa, "visto que a mistura inclui alguns dos primeiros vinhos produzidos pela nossa família após a aquisição da Graham’s, em 1970". Charles Symington conclui que os Porto Tawny 40 e 50 Anos, "além de expressarem o terroir das Quintas Graham’s pertencentes à família Symington, são vinhos passados de geração em geração. Um testemunho das artes de blending, tanoaria e envelhecimento".
Paço dos Infantes Branco 2022
Ricardo Xarepe Silva, enólogo da Herdade da Lisboa, revela que o Paço dos Infantes Branco é um vinho que representa a identidade do projeto: "Direto e redondo, mas fresco e versátil, tanto para o consumo a solo, como para a mesa". O responsável sustenta que "a fermentação de cada variedade é feita individualmente em depósitos de inox a baixas temperaturas para potenciar o carácter varietal e a complexidade aromática de cada uma delas, seguindo-se um estágio de 4 meses sobre as borras finas com bâtonnage mensal".
O branco, com um preço recomendado de 8,99 euros, é produzido com as castas Antão Vaz (50%), Arinto (30%) e Verdelho (20%) e a temperatura indicada pela casa para o servir é de 8 a 10ºC. Ricardo Xarepe Silva sugere que o branco é "ideal com pratos de peixe e marisco e comida asiática" e acrescenta que "tem o seu momento ótimo de consumo durante os próximos 3 anos, embora possa ser guardado, pois vai evoluir positivamente".
O responsável releva que o vinho é mais fresco do que a região Alentejo por norma apresenta, "devido à influência do microclima específico da região da Vidigueira, juntamente com os solos xistosos da Herdade da Lisboa". Para Ricardo Xarepe é o terroir da Herdade da Lisboa que o diferencia com "grandes amplitudes térmicas diárias a que a sub-região está sujeita, que permitem que as maturações decorram de forma mais gradual, com maior preservação de acidez natural e frescura nas uvas, potenciando desta forma uma maturação mais equilibrada e completa". De resto, conclui que "o respeito pelo terroir é um dos pontos principais na produção de todos os vinhos da Herdade da Lisboa".
Quanta Terra Grande Reserva Branco 2022
Um dos enólogos da dupla Quanta Terra, Celso Pereira – o outro é Jorge Alves –, aponta este vinho como representando a continuidade de um trabalho "no planalto de Alijó, de estudo, análise e acompanhamento do desempenho de castas típicas desta região, da sua performance neste solo granítico e da relação com as amplitudes térmicas extremas". Para Celso, o branco é uma das suas grandes referências até porque lançou a primeira colheita há cerca de 12 anos e continua a ser surpreendido "com a estrutura e a frescura e, por outro lado, pela aceitação no mercado".
No que diz respeito às dificuldades para o produzir, Celso Pereira refere que é um vinho "com alguma complexidade, intenso, com boa estrutura, para o qual se procura um equilíbrio perfeito entre a acidez e o PH natural das castas que o compõem – Gouveio e Viosinho". O branco provém de uvas cultivadas em solo granítico, uma altitude de 610 metros, vindimadas manualmente, com maceração pelicular a frio durante quatro dias e um estágio de cerca de 12 meses em barricas de 500 litros de carvalho francês. Celso Pereira garante que "tem uma capacidade de guarda extraordinária".
O enólogo e produtor salienta que "cada garrafa encerra em si o território" e justifica a escolha das castas como sendo as que acompanha há anos e que "caraterizam perfeitamente o planalto de Alijó". A temperatura indicada para o servir é de 12 a 14 graus e sugere-se "sozinho ou a acompanhar pratos de carnes brancas e de peixe, sushi e sashimi".
Os 27,49 euros são justificados pelo responsável pela "qualidade do vinho com todas as exigências de produção" e pelo limite de 10 mil garrafas, isto é, "nunca será um vinho para produzir em massa". Para Celso Pereira, este vinho "pede um consumidor mais informado, que aprecie vinhos mais estruturados e mais complexos". Este vinho, conclui, "reflete o terroir do planalto de Alijó, que é sempre o desafio, como uma excelente opção para os dias e as noites longas que se seguem".
Essência Branco
O diretor comercial da marca Terras do Grifo, Miguel Pinho, diz que o branco foi criado em 2013 com o intuito de alargar a gama de produtos disponíveis da marca "e mostrar a exuberância aromática, a boa acidez e a frescura dos vinhos brancos do Douro Superior". A ideia é sempre disponibilizar o branco em garrafas de 1,5 litros, "incentivando os consumidores a consumi-lo com amigos, sempre em boa companhia, de forma moderada, como um ato de cultura e celebração, comemorando a vida e a amizade".
O diretor comercial aponta a agricultura sustentável e a forte preocupação ecológica, até por as três propriedades estarem integradas no Parque Natural do Douro Internacional. Miguel Pinho explica que "as uvas são colhidas manualmente, selecionadas e transportadas em camiões refrigerados até ao centro de vinificação". O nome Essência tem a ver com o momento exato em que é engarrafado, que é precisamente a altura em que atinge o seu auge aromático. O responsável salienta que o maior desafio que enfrenta na região do Douro Superior, "é a definição do momento da vindima exato para assegurar que este vinho mantém o seu perfil sempre bem vincado". Acrescenta que o fenómeno das alterações climáticas tem um impacto direto na produção deste vinho. Com as castas Rabigato, Códega do Larinho, Gouveio Real e Malvasia Fina, a casa sugere o consumo entre os 10 e 12 graus, pode ser bebido sozinho ou uma refeição rica em petiscos ou outra tendo o peixe como base. Com um preço recomendado de 40 euros, Miguel Pinho esclarece que os destinatários deste vinho "são todas as pessoas que gostem de vinho de qualidade e que procurem uma experiência vínica genuína e autêntica do Douro". Para o diretor comercial, este branco é um exemplo de "um vinho de terroir" e o resultado da "combinação harmoniosa do solo, com as castas autóctones, a influência de um clima ímpar, finalizando com a experiência acumulada de viticultores e enólogos".