Taboadella Grande Villae Branco 2021
Luísa Amorim, CEO da empresa que detém a Quinta da Taboadella, explica que a história deste vinho inicia-se no lugar onde é feito "que data de 1255, mas a sua ocupação é bem mais antiga e remonta ao século I com a herança de uma Villae Romana". A responsável explica que a propriedade pertencia a uma classe rural alta "constituída por uma casa, uma adega e um celeiro a par de outras pequenas construções aconchegadas por uma floresta mista de pinho, carvalho e castanheiro". Luísa Amorim refere que a nova imagem da garrafa, a cargo do professor Eduardo Aires, "é representada através de um desenho a tinta-da-china, expressivo e emocional, que nos sinais e exuberância dos traços a negro evoca a racionalidade do desenho arquitetónico que tanto a caracteriza".
Relativamente ao vinho branco, o enólogo Jorge Alves revela que é composto 100% pela casta Encruzado, oriunda de parcelas distintas, com altitudes médias de 500 metros. O consultor explica que, "ao contrário de outras castas, o Encruzado é mais recente, no entanto, é a estrela que mais brilha, estando de certa forma restrita e associada exclusivamente à Região Vitivinícola do Dão".
O enólogo residente, Rodrigo Costa, aponta um intervalo entre 12 e 15º graus para servir o vinho que pode ser degustado "num momento a solo, mas brilhará certamente se acompanhado de peixes gordos ou de um arroz caldoso de robalo ou ainda de um peixe galo ou um rodovalho". Com um preço recomendado de 38 euros, o Grande Villae Branco é descrito como tendo um potencial de guarda superior a 10 anos.
Ana Mota, diretora de Viticultura e Produção, não tem dúvidas que a Taboadella, interpreta o terroir de altitude e a variabilidade dos solos graníticos, mas "segue de uma forma muito própria o classicismo da região". A responsável sugere que este branco, com enologia pouco interventiva, se destina "aos apreciadores de grandes vinhos brancos, em particular os apreciadores de Encruzado".
Porto Rozès 40 Anos
A enóloga Jorgina Quintela que faz parte da equipa de enologia que integra Manuel Henrique Silva e Luciano Madureira, indica que este vinho "é o estilo e testemunho da Casa Rozès que veio complementar a categoria Tawny dos portos velhos". Acrescenta que se trata de um blend onde "não houve qualquer dificuldade na sua produção" e conclui que foi "um novo e feliz desafio para criar esta categoria", que não existia na casa.
Manuel Henrique Silva sugere uma temperatura entre os 14 e os 16 graus para consumir o Porto e "pode ser saboreado em qualquer momento, mas combina na perfeição com doces conventuais e outras sobremesas". O preço de €110 foi, segundo o enólogo Luciano Madureira, "definido de acordo com o maior respeito pela idade dos vinhos velhos deste blend". O responsável refere que o vinho "está pronto a ser apreciado".
Jorgina Quintela garante que este Rozès "não é comparável a outros vinhos da região" até porque "cada casa tem o seu estilo". Sugere que seja degustado "em boa companhia, numa partilha de bons momentos que ficam na memória".
Herdade da Amada Vinhas Próprias Branco 2022
O enólogo residente Bruno Pinto da Silva destaca o seu "sonho de fazer bem e fazer diferente", assim como dos administradores Luís e Helena Marvanejo que adquiriram a propriedade em Elvas em 2018.
Explica que a herdade é "um dos maiores terroirs da Península Ibérica com vinhas plantadas pelo método tradicional de enxertia tudo feito de uma só vez". Acrescenta que o maior desafio deste branco foi "tentar encontrar o equilíbrio entre uma boa maturação fenólica e de açúcares, mantendo a acidez natural". O enólogo refere que este vinho "tem como base a casta roupeiro, em praticamente 60% do lote" e define-a como "desafiante, mas que, quando colhida sem sobrematuração, oferece vinhos riquíssimos". A complementar esta base, foram ainda incluídas as castas Arinto e Fernão Pires.
Quanto à vinificação, o enólogo recorda que a colheita das uvas foi manual e "rapidamente entraram para um contentor de frio na própria vinha, seguindo no dia seguinte para a adega". Acrescenta que "a fermentação alcoólica ocorreu durante praticamente um mês e o vinho permaneceu em cubas de inox durante os seis meses seguintes sobre borra fina, até entrar na garrafa".
Aponta entre 10 a 12 graus para o servir e garante que foi "desenhado e pensado para estar à mesa". Salienta que "a sua acidez vincada permite-lhe ser uma excelente opção para peixes, mas também para pratos de carne". Com o preço de venda ao público de €10,95 , Bruno Pinto da Silva acredita "num ótimo potencial de envelhecimento", mas aconselha o seu consumo até aos cinco anos. O enólogo garante que se pretendeu "sentir a essência do Alentejo, com a leveza da sua modernidade" e revela que entre a equipa, quando apresentaram o projeto, disseram que "é um novo Alentejo, mais jovem, mais fresco, da uva à garrafa".
O responsável pela enologia salienta que a Herdade da Amada se destaca pela sua "peneplanície, uma paisagem típica do Alto Alentejo, onde os acidentes de relevo se traduzem numa diversidade de altitudes que assumem um papel fundamental, tendo o seu ponto mais alto nos 306 metros".
Quinta do Pessegueiro Tinta Roriz 2021
O responsável pela equipa de enologia, João Nicolau de Almeida, refere que "a casta Tinta Roriz – conhecida por este nome na região do douro – é autóctone e uma das mais conhecidas e plantadas na Península Ibérica". Porém, acrescenta que "para produzir vinhos excelentes a sua produção tem que ser controlada e equilibrada".
O enólogo salienta que a Tinta Roriz "é desafiante do ponto de vista enológico, já que apresenta elevada concentração de taninos, o seu maior desafio é a maturação fenólica das uvas". Por outro lado, garante que "esta variedade necessita do seu terroir ideal para poder alcançar a performance desejada, tais como a altitude, a exposição solar e as condições climatéricas favoráveis ao longo do ano".
Referindo-se à proveniência do vinho tinto na Quinta do Pessegueiro, João Nicolau de Almeida explica que a monoparcela é de 1,1 hectares com uma idade superior a 40 anos, virada a poente, com 300 metros de altitude. O enólogo destaca que tinha já como objetivo fazer uma monocasta de Tinta Roriz, "sendo ela uma casta muito antiga e muito representativa no Douro e no ano 2021, sendo ele seco e quente e com uma produção controlada, havia as condições iniciais a favor para se realizar".
O responsável recorda que o vinho foi feito em lagar de granito, "onde ocorreu a fermentação alcoólica completa, com leveduras indígenas e pisa a pé suave". Seguiu-se a fermentação malolática em cuba de inox e o envelhecimento, conclui, foi feito em ovo de cimento durante 12 meses.
Como notas de prova, João Nicolau de Almeida refere que é "um vinho muito atraente com aromas a frutos vermelhos e negros, ao mesmo tempo concerta a elegância e robustez num registo profundo e vivo". Quanto ao "pairing", indica que pode ser acompanhado "com pratos de peixe gordo, bacalhau, guisado de carne vermelha entre outros, a uma temperatura entre 16 e 18 graus. Desta edição monocasta, foram para o mercado pouco mais de 1000 garrafas com um valor recomendado de €30.