Por dentro do melhor hotel do mundo
Símbolo máximo do luxo das arábias, o La Mamounia, em Marraquexe, mantém o charme e a grandeza de sempre, como se Winston Churchill ainda por aqui andasse. O próximo passo? Mais uma ampliação.
Longe da agitação da medina, toda ela labirintos sinuosos e tesouros empilhados, existe um lugar que é ao mesmo tempo a joia da coroa de Marraquexe e o antídoto para a sua desordem natural. São duas cidades numa só: aquela em que fintamos motas e turistas, mergulhamos nos souks cheios especiarias e passeamos pelas amplas praças de comércio local (des)organizadas em círculo. E há a Marraquexe das amplas avenidas, onde se descobrem por exemplo o Museu Yves Saint Laurent, para ver de perto algumas das criações mais icónicas do designer francês, que aqui viveu, o adjacente e ‘instagramável’ jardim Majorelle ou a imponente mesquita Koutobia. Algures entre as duas, ergue-se o majestoso La Mamounia, o charme de Marraquexe, o luxo máximo das arábias, um lugar onde cada hóspede parece viver um segredo só seu.
Naquele que é considerado muitas vezes o melhor hotel do mundo por títulos como a Condé Nast Traveller, tudo pode acontecer, desde jantarmos com uma estrela de Hollywood na mesa ao lado a sentarmo-nos para um dos melhores jantares das nossas vidas. E essa sensação é evidente assim que se ultrapassam os grandiosos portões do La Mamounia e se percorrem os impressionantes jardins com verdes de todos os tons. Inaugurou como hotel em 1923, mas muito antes disso, no séc XVIII, sabe-se que foi oferecido ao príncipe Al Mamoun pelo pai o rei Sidi Mohamed Ben Abdellah, um presente de casamento como mandava a tradição da época. Enquanto hotel, inicialmente com apenas 50 quartos, sempre foi pequeno demais para os hóspedes, que ao longo das décadas incluíram nomes tão diferentes como Charlie Chaplin e Winston Churchill ("Este lugar é maravilhoso" escreveu o primeiro-ministro britânico numa carta para a mulher, Clementine, em 1935). Um dos nomes mais ilustres a dormir no La Mamounia, Churchill vinha para aqui pintar e admirar a vista da sua varanda virada para as palmeiras e tem até hoje uma suite o seu nome, a sua preferida claro está, e ainda um bar. Depois de três anos em remodelação, o hotel reabriu em 2009 com toda a pompa e circunstancia devida, o glamour de Hollywood a dividir protagonismo com as tradições marroquinas. A renovação esteve a cargo de Jacques Garcia, a imaginação sem limites que conhecemos do Hotel Costes a fazer das suas em Marraquexe e misturando referências Art Deco com a arquitetura tradicional marroquina. Nos planos, para além da possível venda a privados de parte do hotel, está uma nova ampliação, ainda no segredo dos deuses.
Cada um dos três restaurantes principais (para além do da piscina, mais descontraído) foca-se numa nacionalidade: há um italiano, um francês e o Le Marocain, comida típica marroquina servida em todo o seu esplendor e paragem obrigatória para quem vem a Marraquexe e ao La Mamounia. A experiência começa no pátio em tons de azul, perfeito nos dias de verão, enquanto se ouve a música tradicional que sai do alaúde. Depois, é escolher entre as várias zonas do restaurante, das mais privadas e românticas ao exterior quase a entrar no jardim. A verdadeira alegria está no menu, descrito pelos empregados com generosidade e cheio de pequenas surpresas, da exaustiva e deliciosa seleção de saladas marroquinas ao pregado com vegetais da horta, sem esquecer a criativa pastilla de lagosta ou as tagines de várias carnes.
Seguindo a mesma premissa de máxima atenção ao detalhe, o luxuoso spa é uma combinação dos melhores especialistas e tratamentos do mundo, em parceria com marcas como a Valmont e combinando preceitos marroquinos e orientais. Está aberto aos hóspedes, mas também a quem vem de fora, que também pode optar por um day pass, um passe para um dia inteiro no hotel passado entre a piscina, os jardins e os restaurantes. A pensar nos mais exigentes, a equipa do La Mamounia organiza ainda experiências de luxo em Marraquexe, entre elas viagens de balão, provas de vinho e visitas ao deserto Agafay. Isto se tiver coragem de sair do quarto, claro está.
Reservas em www.mamounia.com
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