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Ilha norueguesa quer banir o tempo

Sommarøy é uma ilha onde o sol não se põe durante 69 dias no verão. Os residentes defendem que não se deveriam usar os horários convencionais dado que não contam as horas como o resto do mundo.

Foto: Sommarøy Arctic Hotel Tromsø
23 de novembro de 2019 | Vitória Amaral

Na ilha de Sommarøy, na Noruega, está a decorrer uma campanha contra o conceito de tempo de modo a deixar os habitantes "fazerem o que querem quando querem". Situada a norte do Círculo Polar Ártico e muito perto da costa oeste do território continental norueguês, em Sommarøy não amanhece durante o inverno e não anoitece no verão, levando a maioria dos 300 habitantes da ilha a acreditarem que os horários de funcionamento convencionais não se deviam aplicar por ali. Isto porque o tempo não é passado nem contado da mesma forma que no resto do mundo.

Kjell Ove Hveding, líder da campanha, explicou à emissora norueguesa NRK que o objetivo é "proporcionar a flexibilidade absoluta, 24 horas por dia", já que o relógio funciona como uma espécie de limitação sem a qual cada um poderá viver livre de horários.

Entre 18 de maio e 26 de julho, o facto de não anoitecer dificulta a distinção entre dia e noite. Este problema está bem presente entre a população e até manifestado na ponte que liga a ilha ao território continental, coberta de inúmeros relógios abandonados. De acordo com Hveding, a abolição oficial do tempo é apenas uma oficialização do que já é realidade: " A meio da noite, o que as pessoas da cidade podem chamar duas da manhã, podem ver-se crianças a jogar futebol e pessoas a pintar as casas ou a cortar a relva."

A campanha tem ganho atenção internacional depois de ter sido apresentada uma petição ao parlamento norueguês em junho para discutir as questões práticas e os desafios de se avançar com a ideia. Outras cidades do norte, incluindo Finnmar e Nordland, também demonstraram o seu apoio à iniciativa.

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