O primeiro hotel Bulgari foi inaugurado em Milão, a 18 de maio de 2004. Marcou a entrada do grupo – que é um dos principais players mundiais do setor de luxo, parte do grande conglomerado LVMH – na hotelaria onde rapidamente se tornou numa referência. Distinguia-se por três elementos-chave: a localização única, o design contemporâneo e a variedade de serviços, com a mesma atenção à qualidade que sempre distinguiu as criações de joalharia da histórica marca italiana. O sucesso foi imediato, tornando-se desde então uma das moradas mais desejadas de Milão, principalmente durante as semanas de Moda. Seguiram-se hotéis em Bali, Dubai, Londres, Pequim e Xangai.
Não seria por isso de estranhar que as expetativas para Paris fossem elevadas. E nada parece defraudar os seus seguidores. Comecemos pela localização. O hotel, que abriu oficialmente as portas ao público em dezembro, situa-se na Avenue George V, uma das principais artérias de Paris, tendo como vizinhos o Four Seasons George V, do outro lado da rua, e o Plaza Athénée, a apenas alguns minutos a pé. A diferença é que este não é mais um grandioso hotel-palácio ao estilo parisiense. Pelo contrário, surpreende por ter um ambiente muito mais residencial, como se fosse uma casa… Só que não é bem uma casa qualquer.
Com assinatura de Antonio Citterio Patricia Viel, o atelier milanês que projeta todos os hotéis do grupo, a Bulgari passou seis anos a converter um antigo edifício corporativo de dez andares num hotel de luxo. O resultado é surpreendentemente moderno, o que não significa que não seja tão ou mais exclusivo.
No que diz respeito a interiores, o hotel de Paris adota a mesma paleta de cores e texturas que caracterizam os seus irmãos no resto do mundo: mármore, revestimentos de seda, granito, tapeçarias e madeira de eucalipto envernizada criam o ambiente perfeito para móveis de design e peças de arte.
Logo na zona da recepção, uma grande tela de malha de vidro e cobre – uma peça de assinatura desenhada especificamente para o hotel por Antonio Citterio – ocupa todo o espaço. Enormes portas trabalhadas em eucalipto fazem a ligação aos restantes espaços sociais. Foram finalizadas com a técnica gommalacca, muito utilizada pelos marceneiros italianos na década de 1930, criando um brilho cor de mel na madeira, e uma experiência sensorial intimista, que prossegue à direita, no Bulgari Lounge. Aqui há uma atenção especial aos tecidos vermelho rubi, marfim, verde jade e malaquita que contrastam com retratos de celebridades dos arquivos da Bulgari, uma extraordinária coleção de cerâmicas e as linhas muito simples de candeeiros com assinatura de Gio Ponti e Luigi Fontana, dois nomes lendários do design italiano.
Il Ristorante - Niko Romito, dirigido pelo mesmo chef três estrelas Michelin à frente de todos os restaurantes dos outros hotéis Bulgari, está escondido num jardim secreto. As suas 26 mesas servem clássicos italianos "modernizados" a par de dois ou três clássicos franceses, como uma deliciosa sopa de cebola. Há ainda um segundo restaurante e um bar onde se faz questão de manter a instituição que é o "Aperitivo Italiano", uma happy hour que junta o prazer de um cocktail com degustação de uma variedade de focacce, piatti di crudo, charcutaria, crostini e saladas. O Bulgari Hotel Paris também possui um spa exclusivo de 1.300 metros quadrados com uma piscina semi-olímpica de 25 metros e um estúdio de ginástica Workshop Gymnasium, muito na moda entre os ricos e famosos em todo o mundo.
Com 76 quartos, dos quais 57 são suítes, o Bulgari oferece uma experiência de alojamento que leva o conforto a outro patamar, basta dizer que os quartos mais pequenos têm 42 m2 e que as suítes de maior dimensão têm um mordomo dedicado! E entre a decoração vamos encontrar livros, fotografias e obras de arte que até dão a cada quarto e suíte o caráter intimista de um delicioso apartamento parisiense. Não faltam sequer tapetes com o célebre padrão em espiga, típico entre os soalhos da cidade. Disfarçado de mala de viagem, o minibar contém uma gama cuidadosamente selecionada de especialidades italianas, bem como bebidas especialmente criadas pelo chef. Sem esquecer detalhes como a representação em vidro da icónica serpente Bulgari em todas as casas de banho, usando a mesma técnica do mestre francês René Lalique. O exemplo perfeito de como o melhor do made in Italy é aqui aprimorado pela colaboração com os melhores artesãos franceses.
No topo do edifício está a Penthouse Bulgari que custa €35.000 por noite! São dois andares e um total de 400 m2 a que acresce um jardim suspenso de 600 m2 com vistas de 360 ??graus para a cidade. Quanto ao serviço é impecável, autêntico e informal para garantir que a experiência de luxo se expresse tanto nos detalhes como na personalidade única da própria Bulgari. Expetativas cumpridas, resta saber se o oitavo dos hotéis Bulgari (em expansão para cidades como Roma, Tóquio, Miami e Los Angeles) vai abrir como estava previsto, em Moscovo...