Não deve ser nada mau ter uma sala com vista para o rio Tejo e o Cristo Rei ao fundo. Naturalmente que há muita gente que tem esse luxo, basta viver na colina certa e ter janela virada para sul. O que já não é tão fácil é unir uma vista de sonho a um apartamento de fazer inveja aos amigos ainda a cheirar a tinta fresca. Pois, não é fácil, mas, de vez em quando, aparece uma oportunidade. Se tem entre meio milhão e 1,5 milhões a pesar-lhe na carteira, está na altura de ficar mais leve. Os edifícios do Palácio Sasseti e das antigas instalações da CUF Lisboa, localizados entre a Tapada das Necessidades e a avenida Infante Santo, na Estrela, foram reabilitados e transformaram-se na Villa Infante, um empreendimento de luxo com 87 apartamentos com tipologias entre T1 e T4 duplex. Fica pronto em meados do ano – tempo mais que suficiente para prepara a mudança.
Estes simpáticos apartamentos, com áreas entre os 62 metros quadrados – perfeito para o solteirão (ou divorciadão, nada de julgamentos por aqui) endinheirado – e os 203 metros quadrados – bom para quem tem meia dúzia de filhos e dois border collies para os arrebanhar –, têm assinatura do arquiteto Frederico Valsassina. O design de interior foi pensado para aproveitar ao máximo a luz natural (morte às janelas que parecem seteiras!) e tem o tipo acabamento que está na moda: cores claras, paredes despojadas, minimalismo, sofisticação, grandes janelas, grandes varandas, elegância, frescura… – o leitor sabe.
Todos os apartamentos têm varandas e terraços, alguns com vista para o Tejo – o que só prova que mesmo na colina certa nem sempre se tem uma janela virada a sul, nem mesmo com muito dinheiro. O condomínio tem um grande jardim, estilo os pátios interiores dos antigos bairros lisboetas – embora, lamentavelmente, não tenha uma drogaria propriedade de um senhor chamado Evaristo. Em compensação tem parque infantil, ginásio, estacionamento e arrecadações privadas.
A Villa Infante fica perto de museus, restaurantes, espaços verdes, como o Jardim da Estrela ou a Tapada das Necessidades, e ainda de hospitais, escolas, serviços e comércio. Isto, claro, assumindo que os novos proprietários vão querer sair dos seus apartamentos, o que é uma assunção muito pouco razoável.