Sofia Ulrich e José Avillez procuraram um espaço ainda antes da pandemia. O chef explica que começaram "à procura de um terreno ou de uma casa no Alentejo para passar fins de semana em família". Avillez refere que a ideia era "encontrar um terreno mais pequeno", mas acabaram por "ver este espaço, muito maior, em cima do lago, com uma vista única". E, pelo tamanho da propriedade, acrescenta "que fazia mais sentido pensar num projeto turístico, numa casa e propriedade que pudesse ser alugada por inteiro, com todo o conforto e privacidade". José Avillez conclui que a ideia é do casal "envolvidos desde o início".
A escolha do Alentejo tem a ver com o gosto do cozinheiro que, além da paisagem, aprecia a gastronomia e a cultura. A mulher, esclarece, "também tem uma ligação especial à região, porque a família da mãe tem um monte em Alcácer do Sal", o que os levou "a procurar no Alentejo mais profundo junto ao Alqueva". No que diz respeito à forma que a casa iria assumir, o chef salienta ter sido um processo que "foi evoluindo naturalmente" e, quando decidiram ficar com o terreno para fazer um projeto turístico, "as ideias começaram a aparecer". Não tem dúvidas que "a localização é única e a vista é deslumbrante". Destaca que a ideia foi "construir uma casa, bem pensada, com todo o conforto, que permitisse tirar partido do espaço de diferentes formas: convivendo, tendo privacidade, aproveitando o silêncio, a paisagem e o lago".
A Casa Nossa está pensada para ser alugada por inteiro ou, pelo menos, um mínimo de seis quartos e duas noites, que terá um preço indicativo de 4500 euros por dia. O edifício tem um total de 1500 metros quadrados e 65 hectares de paisagem natural e vista para o lago.
Apesar de estar disponível para estadias, José Avillez, avança que, como o espaço é muito versátil, pode "organizar eventos especiais com foco na cozinha e na música, por exemplo". Um dos destaques é a gastronomia assinada pelo chef com "refeições preparadas diariamente, seguindo o modelo farm-to-table, privilegiando sempre que possível os produtos sazonais, locais e da herdade", refere. A matriz portuguesa inclui uma seleção de pratos tradicionais e contemporâneos confecionados por uma equipa escolhida pelo cozinheiro detentor de duas estrelas Michelin em Lisboa. Não está definido um menu fixo, mas Avillez revela que "serão preparadas sopas, empadinhas de perdiz, croquetes de vitela, pastéis de bacalhau, tábuas de queijo e enchidos, saladas várias, guisados, assados, migas, sericaia com ameixas de Elvas e sorvetes, entre outros.
O nome Casa Nossa é explicado pelo chef como um projeto que nasceu a dois: "É a nossa casa, minha e da Sofia, porém queremos que quem alugue a propriedade também a sinta como sua". Avillez garante que a casa foi desenhada por si "com a participação ativa da Sofia" e, posteriormente, contou com a ajuda do Studio Astolfi para os interiores e decoração.
Localizada em Campinho, Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, a Casa Nossa tem suites entre os 30 e os 67 metros quadrados com pátio privado, ou varanda, ou alpendre. A sala de estar principal tem cerca de 180 metros quadrados, duas lareiras, mesa de jogo, piano, televisão, sistema de som e gira-discos. Na mesma divisão há uma mesa com capacidade para 20 pessoas e uma garrafeira com 800 referências. Existem duas piscinas exteriores, sauna, banho turco, cabana de massagem, estúdio de yoga e ginásio. A propriedade tem acesso direto ao Alqueva com uma pequena praia e um ancoradouro privado onde se podem marcar inúmeras atividades desde ski aquático, wakeboard e passeios de barco. O campo de ténis e padel, que se transforma num campo de futebol de cinco é uma das ofertas da Casa Nossa.
José Avillez refere que foram dois anos de preparação e "ainda está em fase de lançamento". Quanto a outros projetos o chef espera abrir brevemente o restaurante Maré, em Cascais, mas tem em mão outras novidades que revelará a seu tempo.