Prazeres / Lugares

Assim serão as casas do futuro

A arquitetura e o design estão a unir pensamentos para uma habitação de nível superior, tanto na criatividade como na tecnologia.

Foto: Charles Wright Architects
27 de agosto de 2020
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Desafiam a gravidade

Foto: Instagram @charles_wright_architects

Com mais de 280 metros quadrados, a Stamp House, do arquiteto australiano Charles Wright, combina a sua dinâmica escultural com a paisagem tropical de uma zona rural de Queensland, Austrália. Concluída em 2013, a casa "flutua" num lago artificial e por isso só é acessível por uma ponte. Os quartos e áreas da casa estão contidos em seis asas que se erguem da construção principal. Os volumes de betão são fortes o suficiente para suportar ciclones e também impedem a entrada de água, já que as tempestades são comuns por aqui. O nome deve-se ao facto de a casa ter sido encomendada por um renomado negociante de carimbos e, até a forma da piscina se baseia no contorno de um selo australiano de 1955.

Levitam

Foto: Instagram @felipeassadi

A arquitetura de Felipe Assadi tem sempre um forte sentido de estabilidade, já que o próprio diz preferir habitar uma estrutura em vez de estruturar uma sala. E assim é a Casa H, no Chile, situada no alto de uma colina com vista para o Oceano Pacífico, perto de Zapallar, na região de Valparaíso. Concluída em 2018, é tudo menos convencional, assumindo a forma de uma vasta viga colocada na colina que corre paralela à costa. O perfil linear do edifício com estrutura em betão é criado por duas lajes gigantes: a base é colocada sobre os contornos naturais da paisagem, baseando-se na ideia de levitação. O telhado também parece flutuar, graças a dois vidros inseridos num espaço aberto entre as duas vigas.

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Fundem-se com a natureza

Foto: Instagram @lance.gerber

Do lado de fora, a casa lembra um tatu, mas também há quem veja uma criatura marinha ou os fósseis de um dinossauro. Certo é o elemento orgânico que parece viver na High Desert House, do arquiteto californiano Kendrick Bangs Kellogg. A casa fica no Parque Nacional Joshua Tree, na Califórnia, e parece emergir da paisagem remota e rochosa do deserto, vê-se que não está sob a colina, mas parece fazer parte dela. A construção orgânica é feita por lajes de betão fundido na rocha e vidro. A ideia do arquiteto foi desenhar uma casa que ficasse instalada na paisagem, como se um animal estivesse agachado ou adormecido nas rochas. O artista e designer de interiores John Vugrin ficou responsável pela decoração da casa, que mantém o tom da construção. O projeto total levou 20 anos a ser feito e foi concluído em 2014.

Ou transmorfas

Foto: Instagram @wallacecunningham

O trabalho do arquiteto norte-americano Wallace Cunningham tem um fio escultural constante, no qual as casas que desenha têm linhas fluidas e estruturas que se conectam visual e fisicamente com a paisagem. Um exemplo é a Crescent House, em Encinitas, norte de San Diego, Califórnia. A casa de dois andares, concluída em 2014, possui janelas do chão ao teto, com vistas impressionantes sobre a água, enquanto uma série de varandas e terraços reforça o senso de conexão com o exterior. O arquiteto quis capturar o máximo do exterior, mas ao mesmo tempo também escondeu as estruturas circundantes, para dar a sensação que a casa estava isolada. A casa foi cenário da última temporada da série Westworld, haverá melhor exemplo da habitação do futuro?

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E por que não surrealistas?

casas-futuro-arquitetura-Casa-para-el-poema-del-angulo-recto-Smiljan-Radic Foto: Instagram @estudiopalma | Cristobal Palma

O arquiteto chileno de origem croata Smiljan Radic projetou o Pavilhão Serpentine Gallery de Londres, em 2014, e criou para si próprio uma casa no Chile igualmente cativante. Situada na floresta perto do sopé dos Andes, perto de Vilches, chama-se Casa para el poema del ángulo recto, inspirada pela obra Le Poème de l'Angle Droit de Le Corbusier. Smiljan afirmou que as referências para o exterior e o espaço interior se uniram aqui, e que se inspirou num crustáceo marinho da costa chilena chamado picoroco, que se prende às rochas. Três estruturas pretas com tampa de vidro emergem do edifício em betão. O bosque também está dentro da própria casa, num pátio central com quatro árvores.

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