Prazeres / Lugares

As mais luxuosas viagens de comboio do mundo

De carruagens-spa a suítes com diversos quartos, as melhores viagens de comboio à volta do mundo.

Foto: Rovos
08 de junho de 2022 | Emma Beaumont
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O glamour das viagens de luxo em comboio nunca se desvaneceu, com uma fila constante de passageiros ansiosos por serem transportados de regresso aos anos 1920 a bordo de uma carruagem do Expresso do Oriente. Todavia, com a sempre crescente preocupação ambiental em torno dos voos comerciais e as atenções induzidas pela pandemia a incidirem sobre formas de deslocação mais lentas, há uma nova geração que poderá estar a ficar seduzida pelos prazeres das viagens ferroviárias de luxo. Da intemporal Rovos Rail da África do Sul à contemporânea Andean Explorer peruana, vamos passar em revista as mais opulentas viagens de comboio disponíveis pelo mundo fora.

Rovos Rail, África do Sul

A sul-africana Rovos Rail fixou o padrão das viagens ferroviárias de luxo a partir de 1989, com jantares formais de cinco pratos servidos em carruagens com paredes forradas de painéis de madeira, decoradas com candeeiros vintage e bancos de cabedal. A principal rota de três dias liga Pretória à Cidade do Cabo, mas mais recentemente foram acrescentadas viagens que incluem um safari de 10 dias à paisagem sobrenatural do deserto da Namíbia e uma épica excursão de fim-de-semana pela região Sul de África, que inclui as Cataratas de Vitória, diversas reservas de caça e termina em Dar Es Salaam. As Suítes Reais, que ocupam, metade de uma carruagem cada uma, classificam-se entre os mais espaçosos alojamentos em comboio do mundo – há uma banheira vitoriana com pés trabalhados e bordos redondos na casa de banho adjacente.

Foto: Rovos
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Belmond Andean Explorer, Peru

O primeiro comboio wagon-lit de luxo do Peru atravessa uma das rotas ferroviárias construídas a maior altitude no planeta e proporciona um cenário espectacular a partir do qual é possível apreciar as vistas de Cusco, do Lago Titicaca e de Arequipa. O comboio, lançado em 2017, não se poupa a nada, com dois vagões-restaurante onde os passageiros se atiram com gosto a sofisticados exemplos de comida clássica peruana e podem pôr à prova o seu talento a cozinhar ceviche. Ao contrário da maioria dos comboios nesta lista, o Andean Explorer prescinde de um estilo vintage clássico em prol de um look mais contemporâneo – imagine-se paredes de tons creme e explosões de cor das almofadas de tecelagem andina. E depois de um dia passado a explorar alguns dos pontos de maior êxito do país, nada como um retiro na carruagem-spa para uma massagem.

O Royal Express, Japão

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Ao Japão o que não faltam são viagens ferroviárias de luxo e entre as suas melhores está a do Royal Express, que traça uma rota que se estende entre Yokohama (a cerca de meia hora da bem central capital Tóquio) e a cidade de Shimoda, na ponta sul da Península de Izu. O comboio de 100 lugares não tem carruagens-cama – em itinerários mais longos, os clientes ficarão em alguns dos melhores ryokans [hospedaria típica japonesa] – o que significa que há mais espaço para explorar a bordo. Com acabamentos de madeira ao longo de todo o comboio, cada carruagem tem um estilo único e pode apresentar janelas de coloridos vitrais, um bar com piano de cauda ou uma zona de espectáculos para músicos que acompanharão certas viagens.

Foto: Royal Express

Sete Estrelas Kyushu, Japão

Outra opulenta opção no Japão é o Sete Estrelas Kyushu. Este comboio viaja através da ilha mais a Sul do país, passando por vulcões, praias e cidades, incluindo Oita, uma estância e spa conhecida pelas suas fontes termais de água quente. A bordo há 12 quartos com casa de banho e duas suítes de luxo, a melhor das quais tem uma janela nas traseiras que oferece a insuperável vista do cenário afastando-se vertiginosamente. As cabinas são decoradas com a aromática madeira de cipreste hinoki, persianas de bambu e telas de papel japonesas. Comber bem é um dos pontos altos: espere encontrar camarão-tigre, caviar e o bife local Wagyu.

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Foto: Cruise Train Seven Stars

O Simplon-Orient-Express de Veneza, Europa

Sendo a Grande Dama das viagens ferroviárias de luxo, poucos trajetos de comboio podem rivalizar com o prestígio e estravagância associados ao Belmond Simplon-Orient-Express de Veneza, que serpenteia a partir de Londres para as capitais europeias clássicas. As carruagens do comboio restauradas remontam às décadas de 1920 e 1930 e estão devidamente decoradas num sumptuoso estilo Art Déco. Ao jantar são apresentados os melhores produtos frescos europeus – pensem na lagosta da Bretanha. Embora o comboio esteja imbuído do glamour do velho mundo, o produto está constantemente a ser reinventado: a novidade para 2021 são três magnificas suítes. Dedicadas às cidades que inspiraram o seu design – Viena, Budapeste e Praga –, estas cabinas situam-se nas carruagem mais antiga do comboio, que foi construída em 1926.

Foto: Belmondelmond
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Rocky Mountaineer, Canadá e EUA

As viagens no Rocky Mountaineer podem ser lineares ou circulares, com os itinerários de vários dias a atravessarem as espectaculares cordilheiras das Montanhas Rocky ou Whistler canadianas durante o dia e detendo-se em hotéis de luxo à noite. O pacote mais longo é o Grand Rail Circle de 12 noites, ida-e-volta a Vancouver, via Lago Louise e Quesnel. O cartão-de-visita do comboio são as suas carruagens com tetos em abóboda de vidro, que maximizam as vistas dos picos cobertos de neve das montanhas e das florestas de sequóias. Decorridos 30 anos, a operadora expandiu-se para os EUA. A rota das Rockies às Red Rocks, que foi lançada este verão, é uma viagem de dois dias entre Denver, no Colorado, e Moab, no Utah, com pernoita na cidade montanhosa de Glenwood Springs. Os pontos altos incluem vistas do acidentado Byers Canyon e do grandioso rio Colorado.

Expresso do Marajá, Índia

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A Índia é maravilhosa vista de comboio: locais património da UNESCO erguem-se majestosamente em terrenos arenosos, cidades antiquíssimas resplandecem recortadas contra rosados pores-do-sol e luxuriantes florestas escondem inúmeras espécies animais. O Expresso do Marajá proporciona ambientes faustosos que podem não igualar exactamente aqueles palácios indianos, mas não lhes ficam muito atrás. De facto, a Suíte Presidencial tem dois quartos e os serviços de um camareiro pessoal 24 horas por dia. Há diversos itinerários possíveis, incluindo o Panorama Indiano de sete noites, que começa em Deli e pára para um jogo automóvel de detectar-o-tigre no Parque Nacional de Ranthambore, antes de seguir para Agra e o Taj Mahal e continuar para Varanasi, para uma viagem de barco no Ganges.

Foto: Maharaja Express

O Expresso Ocidental e Oriental, Sudeste asiático

Outra excelente oferta da Belmond é o seu comboio do Sudeste asiático, que faz a ligação entre Banguecoque, Singapura e Kuala Lumpur. Carruagens verde e douradas escondem interiores inspirados no Expresso de Xangai, o filme de 1932 protagonizado por Marlene Dietrich, e que apresenta painéis de cerejeira e macias sedas tailandesas. A viagem inicia-se com estilo a partir de Singapura, com os passageiros a serem recebidos no hotel Raffles e transferidos para o comboio. Durante duas noites, o comboio vai serpenteando por entre arrozais e passando por templos, com paragens junto à famosa Ponde do Rio Kwai e com uma opção de ter uma aula de cozinha numa aldeia rural.

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Foto: Belmond

O Ghan, Austrália

Percorrendo, do princípio ao fim, os 2.995 quilómetros da viagem entre Darwin e Adelaide, o serviço ferroviário do Ghan divide o centro de tons ocre da Austrália, que pára a meio da sua rota em Alice Springs, onde podem ser organizados tours de helicóptero, e na famosa cidade interior de Katherine. As espaçosas cabinas do comboio têm acabamentos de faia-murta tasmaniana polida, enquanto as refeições incluem produtos que reflectem o melhor das regiões por onde o comboio passa e são acompanhadas por vinhos locais. O ponto alto da viagem de três dias é quando o comboio passa através do apertado estreito da Cordilheira MacDonell, que tem espaço para acomodar apenas a linha férrea, o rio Todd e uma estrada de duas faixas.

Foto: Jorney Beyond Trail
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Emma Beaumont/The Telegraph/Atlântico Press

Tradução: Adelaide Cabral

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