Das escolhas dos destinos aos transportes, o ano que aí vem pede sugestões sustentáveis e cada vez mais amigas do ambiente. Mas há mais, muito mais!
03 de dezembro de 2019 | Must
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O top de tendências de viagem para a década que se avizinha é imenso. Fala-se em turismo espacial, em cruzeiroshipsters, em voos de luxo, na ausência de dinheiro físico e, claro na personalização, sempre a personalização. No entanto, à luz do paradigma atual de urgência climática e consequente consciencialização ecológica mas também social, elaborámos uma lista que consideramos mais proeminente – e down to earth – daquelas que serão as opções de jornada mais verdes para o viajante do ano 2020.
1. Transportes mais ecológicos O ecoturismo ou turismo ecológico define-se como o setor que pretende aliar a indústria turística à ecologia, através de atividades turísticas sustentáveis, que promovam um equilíbrio no meio ambiente. A consciencialização massificada para a questão ambiental nunca foi tão proeminente e milhões de jovens – já ouviu falar de Greta Thunberg? – e graúdos estão, no mínimo, atentos. Organizar uma viagem passa agora por ter o planeta em consideração. Assim, planear, vivenciar e repetir a expedição, se desejável, tornou-se atualmente um processo muito mais criterioso aos olhos do viajante. Da mesma forma, companhias aéreas, empresas de aluguer de automóveis, operadoras turísticas, hotéis e outras formas de alojamento, restaurantes e, basicamente, todo o tipo de empresas ligadas à industria estão a adaptar-se a esta tendência, que só aumentará no futuro. A oferta e a procura unem-se assim em esforços conjuntos para encontrar soluções mais queridas ao ambiente.
2. V de Vegan O mundo está a mudar os seus hábitos alimentares e de consumo em geral. O veganismo foi o tópico mais popular de 2019, segundo o The Economist que o denominou mesmo de O Ano do Vegan. Já a revista Forbes fala numa massificação de um estilo de vida plant based como nunca antes se observou. Esta explosão puramente vegetal atingiu, naturalmente, as ofertas aos turistas e viajantes. Opções vegan em menus já não são novidade em cafés, restaurantes e hotéis. Estes espaços e experiências querem-se antes verdes de uma forma mais holística, onde dormir em edredões de lã, seda ou penas não é opção. O cliente emergente não almeja só a ausência de carne, peixe, ou produtos animais, na verdade, quer-se igualmente um menor desperdício, um menu mais ético e, no fundo, um comércio mais justo. 3. Opções B O overtourism coloca um desafio imenso à indústria que o comporta e na prática torna-se insustentável quer para o comum turista – recorda-se da última vez que conseguiu ver a Mona Lisa para lá de um aglomerado de selfies? Ou mesmo passear sem percalços na baixa pombalina? – quer para as infraestruturas das metrópoles que o acolhem e claro, sem falar no impacto ambiental decorrente. Em resposta a esta dificuldade surge o que o Booking denominou da ascensão do Viajante de Segunda Cidade. Segundo o conhecido site agregador de tarifas de viagens, cerca de metade dos viajantes a nível mundial deseja ser um participante ativo na redução deste excesso de turismo, pelo que a mesma percentagem aproximadamente revela que substituiria o seu destino de eleição por outro alternativo menos conhecido, com propósitos ecológicos em mente. Coimbra, Málaga, Lille ou Antuérpia: atreve-se? 4. In Loco No seguimento da terceira tendência, a verdade é que a novidade não se quer só em segundas cidades, mas mais além, em destinos improváveis, rotas inovadoras e atrações distintas em oposição aos locais de sempre, os quais, aliás, conseguimos nomear de cor. Por sua vez, o viajante moderno quer imergir por completo na experiência local. Quer testemunhar paisagens e conhecer lugares menos acessíveis; quer provar os produtos locais com ingredientes orgânicos e as frutas colhidas na estação; quer participar nas tradições da terra e interessar-se pelos residentes locais. Estes, aliás, desempenham um papel único, pois é através da sua palavra enquanto guias informais que o viajante dominará a região onde se encontra. Longe vão os tempos das viagens integrais planeadas em agência, onde os turistas eram remetidos para um resort, pulseira com direito a tudo – mas sem grandes novidades – e onde interagiam sobretudo com as pessoas do seu grupo. Quer-se tudo fora da caixa, portanto. 5. Viajar pelo bem Outra das tendências de viagem que sem dúvida integra o catálogo de 2020 prende-se, muito em linha com as já citadas, na ideia de que uma viagem pode ser uma experiência transformadora. Não só com o próprio, mas através do contacto com o outro, seja em projetos de sustentabilidade, contributo social ou promoção da economia local. Tudo isto, claro, num ambiente de entreajuda e numa troca constante de aprendizagens, valores, ideias e ideais. Muitas pessoas sentem que para fazerem a diferença é importante saírem da sua zona de conforto e algumas decidem mesmo tirar férias para isso ou fazer uma pausa na carreira. Viajar para fazer o bem, seja num santuário de conservação de elefantes na Tailândia, numa escola em Moçambique ou a limpar uma praia na Indonésia nunca fez tanto sentido. Já existem, inclusivamente, plataformas criadas para permitir intercâmbios culturais deste tipo, com vantagens para todos os participantes envolvidos.