bZ4X, o primeiro Toyota 100% elétrico
Mais de 20 anos depois de inovar com o Prius, a Toyota lança finalmente um EV. Com um nome esquisito? Sim, é verdade, mas o resto é menos estranho: o até agora único Toyota 100% elétrico faz jus aos pergaminhos do maior fabricante automóvel à face do planeta.
Bê-quantos?
"bZ4X" – assim mesmo, com um "b" minúsculo. E o que quer dizer esta algaraviada de nome? Vamos por partes: "bZ" significa ‘Beyond Zero’, para além do zero, presume-se que seja uma referência às emissões de gases com efeito de estufa. Ou seja, não emite. Depois, o algarismo "4" identifica o tamanho, o que indicia que, se calhar, virá a haver um "bZ3" ou um "bZ5". E, por último, o "X" indica que se trata de um SUV/crossover. Os senhores do marketing da Toyota bem podiam ter tido um pouco mais de imaginação e, em vez de usarem um codename para batizar o novo modelo, escolhiam um nome mais consensual e, principalmente, que ficasse na memória.
Bom, mas o que é então o bZ4X?
Trata-se do primeiro EV baseado na nova plataforma e-TNGA, desenvolvida em parceria com a Subaru, que comercializa o mesmo veículo sob o nome Solterra. Quanto à Toyota, até 2025 irá lançar sete modelos "bZ" baseados nesta plataforma. Em termos estéticos, o bZ4X é mais um SUV, sim, porque é necessário cavalgar esta onda global dos veículos que dão ares de todo-o-terreno, mas cujos donos apenas os usarão para subir passeios e estacionar onde não devem.
Um pouco maior que o RAV4 (daí o algarismo "4", para sinalizar que o tamanho andará pelo gabarito do já existente SUV da marca), o bZ4X mede 4.69m de comprimento, mas a distância entre eixos é maior, semelhante à do Land Cruiser (2.85m), o que lhe confere maior espaço interior. O design exterior é tipicamente Toyota: ou se gosta... ou não. Mas não engana ninguém: está ali um Toyota. Umas linhas mais futuristas do que é habitual, um piscar de olho ao futuro, para a frente é que é o caminho, e preferencialmente sem emissões. Por falar nisso, a motorização elétrica reveste-se de duas versões: apenas um motor, colocado sobre o eixo dianteiro (logo, FWD, um tração à frente) ou dois motores, um em cada eixo. As potências são, respetivamente, de 204 e 218 cavalos. Em termos de autonomia, 516 km com uma única carga da bateria é o que promete a versão FWD, que acelera dos 0 aos 100 km/h em 7.5 segundos, enquanto a versão AWD (de dois motores e tração integral) se fica por uma aceleração que baixa para os 6.9 segundos, baixando também a autonomia para os 470 km.
Ao volante
Entra-se no bZ4X e o espaço a bordo impressiona, cortesia da já referida distância entre eixos. Ambiência de muito boa nota, como é apanágio da Toyota, sem qualquer defeito a apontar, quer à qualidade dos materiais, quer aos nível dos acabamentos. O fabricante japonês tem um registo irrepreensível neste departamento. Tal como acontece com o design exterior, também o interior transporta o ADN da Toyota – e gostos não se discutem, como diz o povo, sendo que fazê-lo perante um japonês é o cúmulo da má educação. Em termos de equipamento, o bZ4X recebeu tudo o que a eletrónica disponibiliza na atualidade e é preciso ser muito mesquinho para lhe apontar o que quer que seja.
Já em termos dinâmicos, a agilidade não é o seu ponto forte – não esquecer que as duas toneladas de peso em vazio são um fardo demasiado pesado para uns "curtos" duzentos e poucos cavalos. Mas o andamento em geral, e o comportamento em estrada (mesmo nas mais tortuosas) não o envergonham minimamente. Tal como na maior parte dos EV, o baixo centro de gravidade perdoa o excesso de peso que as baterias acarretam. A regeneração da carga faz-se a bom nível, permitindo recuperar uns pozinhos na desaceleração e na travagem, mas há que saber dosear a pressão do pé direito no acelerador, caso contrário lá se vai a poupança. Ao longo do ensaio, o nosso consumo médio ficou-se pelos 17 kWh aos 100 km, o que permite imaginar que os 420, 430 km reais podem ser atingidos com uma condução, digamos, normal.
O que vale este modelo no cada vez mais disputado mercado dos EV?
Com o preço a começar nos €52.990 – e a subir até aos 61.590, consoante a versão – o bZ4X está estrategicamente colocado na média do que a concorrência oferece nesta altura. E se é verdade que a Toyota tem um cliente-alvo de características muito especiais e pode (vai) bater forte nessa tecla, há que ter atenção a uma nova variável na equação: o recente abaixamento de 10 mil euros daquele fabricante americano, propriedade daquele senhor que envia foguetões ao espaço, irá decerto baralhar e dar de novo neste mercado cada vez mais competitivo.
Opel Mokka-e: foi você que pediu um EV?
Prestes a mudar de nome (calma, vai continuar a ser Mokka) e a melhorar a autonomia, este será porventura o mais lógico modelo da Opel a receber uma motorização 100% elétrica. Dir-se-ia mesmo que só podia ser um EV, tal o modo como esta lhe assenta como uma luva.
Já aqui o havíamos afirmado: 2021 é um belo ano para efemérides automóveis. E esta é uma das mais importantes.
Não é bem isso. É mais uma segunda vida para o construtor que já foi inglês, mas mudou de bandeira, e que agora é uma marca chinesa fabricante de viaturas elétricas.
O modelo da marca francesa de automóveis não só é fácil de estacionar, como pode ser conduzido a partir dos 16 anos. A Citroën oferece a possibilidade de total personalização, abrindo o elétrico ao mercado profissional. Falamos, claro, do Citroën AMI, que até já chamou à atenção do mercado chinês, que o copiou por cerca de 2000 euros.
Pois, é natural que não. Para todos os efeitos, ainda não é vendido em Portugal. Trata-se de um SUV plug-in chinês, “primo direito” do Volvo XC40, que tivemos a oportunidade de testar em Madrid – a marca Lynk & Co está a lançar-se em Espanha e antes de 2023 não virá para Portugal – infelizmente...