Prazeres / Drive

Os 10 melhores EV’s de 2023

Não é um comparativo, muito menos um ranking de posições definidas e medalhas para os três primeiros. Trata-se apenas de enumerar os 10 melhores 100% elétricos testados no ano que agora finda. Em 2024 haverá mais, muitos mais.

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03 de janeiro de 2024 | Luís Merca
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Audi Q4 e-tron 40

Mobilidade elétrica premium é o que a marca dos quatro anéis oferece no Q4 e-tron, seja na carroçaria SUV clássica, seja na sportback, de caráter mais desportivo e com uma silhueta de coupé. De resto, a alma é a mesma: a plataforma MEB do Grupo Volkswagen, sobre a qual vive uma bateria de 55 ou de 82 kWh de capacidade, consoante as versões. Um ou dois motores são instalados sobre os eixos e as respetivas potências vão dos 168 (Q4 35) aos 300 cavalos (Q4 50 quattro). O "nosso" foi um Q4 40, de tração traseira e 200 cavalos de potência. Um comportamento exemplar em quaisquer condições – não seria de esperar outra coisa da parte de um Audi.

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BYD Atto 3

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Build Your Dreams ("constrói os teus sonhos") é a sigla que identifica esta marca chinesa, um caso sério de crescimento de vendas, não só na sua China de origem, mas também de expansão para outros mercados, neste caso o europeu. O Atto 3 é um SUV compacto, concorrente do VW ID.3 e do KIA e-Niro/Hyundai Kauai electric. Baseia-se numa plataforma própria da BYD, criada especificamente para modelos 100% elétricos. A bateria tem uma capacidade de 60.5 kWh e alimenta um motor elétrico de 204 cavalos, colocado sobre o eixo dianteiro. A autonomia é de 420 km em ciclo combinado e de 565 km em cidade (ambos WLTP). Num posto de alto débito, a bateria demora 29 minutos para ir dos 30 aos 80% (80 minutos para a carga completa). Já numa tomada doméstica, leva quase 10 horas a carregar dos 0 aos 100%.

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Fiat Novo500e 

Leonardo DiCaprio deu o mote no anúncio em que aparece ao volante de um 500 nas ruas de Roma. Ah, mas era verde? Não, era azul na pintura, mas verde no conceito ambiental. E por falar em Roma, cidade de sete colinas, o nosso test-drive a este Fiat 500 elétrico foi feito em Lisboa, a cidade das sete colinas. As linhas do modelo original estão lá todas, evidentemente adaptadas ao estilo e tecnologia de um automóvel do século XXI. E elétrico, ainda por cima. Sendo sempre um carro pequeno, claramente citadino (3.63m de comprimento, 1.68m de largura e 1.53m em altura), apresenta uma boa habitabilidade no interior. Boa posição de condução, bom equipamento a bordo e eletrónica q.b., 118 cavalos podem parecer uma manada algo limitada. Mas se pensarmos que o Novo 500 pesa entre 1255 e 1405 kg, e que a sua filosofia não é propriamente bater recordes de aceleração, eles cumprem sem problema a sua função. Não há grande brilhantismo na aceleração, mas também não se arrasta – e, mais uma vez, drag racing não é a razão de ser deste modelo.

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Ford Mustang Mach-E RWD & Polestar 2 single motor

São dois, mas contam como um. Ambos estes modelos já tinham sido testados em 2022, mas nas respetivas versões de tração integral, ou seja, com dois motores. Este ano foi a vez das versões single motor, de tração atrás, no que se refere ao Mustang, e de tração dianteira, no caso do Polestar. A ideia era determinar se é assim tão importante dispor de tração às quatro rodas, de atingir melhores acelerações e mais alta velocidade. A resposta é "nim". Quem quiser (e puder), que se atire às versões de topo. Mas, bem vistas as coisas, o diferencial de comportamento e de prestações na estrada não é assim tão importante que justifique alguns milhares de euros no preço final. Ambos os modelos são bons com dois motores, mas também se aguentam muito bem, obrigadinho, só com um.

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Jeep Avenger     

Um carro de estreias: o primeiro Jeep 100% elétrico, o primeiro modelo da marca americana a conquistar o troféu ‘Car of The Year’ europeu, e também o primeiro EV a ser eleito Carro do Ano pela prestigiada associação de revistas europeias da especialidade. O Jeep Avenger baseia-se na plataforma ‘STLA Small’ da Stellantis, uma variante da eCMP desenvolvida inicialmente pelo Grupo PSA. Outros modelos, como o Peugeot e2008, o Opel Mokka-e e o DS 3 Crossback E-Tense, partilham esta plataforma. No caso do Avenger, os 156 cavalos do motor elétrico colocado sobre o eixo dianteiro servem na perfeição para mover o pequeno jipe (4.08m de comprimento), que apresenta uma habitabilidade interior digna de registo para um veículo deste tamanho. O prazer de condução é outra pequena surpresa, principalmente para quem pudesse achar que o conceito era completamente desconhecido entre os EV.

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Nissan Ariya

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Uma proposta de alto nível, da parte de um fabricante que tem grande currículo entre os veículos 100% elétricos. Mas aqui termina qualquer possível comparação com o "irmão" Leaf: o Ariya é um SUV de dimensões generosas e linhas algo futuristas (coisa não muito comum no construtor japonês), que é servido por uma bateria de 63 ou de 87 kWh de capacidade, e motor(es) simples ou duplos, desenvolvendo potências entre os 215 e os 389 cavalos. A autonomia pode ir aos 536 km, segundo o ciclo WLTP, e o carregamento pode fazer-se em postos até um máximo de 130 kW. O interior está muito bem concebido e a ambiência a bordo é de muito bom nível. E se no exterior o Nissan Ariya dá ares de nave espacial, lá dentro a vontade que dá é ordenar: "Warp 2, Mr. Sulu".

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Opel Mokka-e                          

Logo à partida, o espaço e ambiência interiores surpreendem. O design mais personalizado e de cariz desportivo, visível nas linhas exteriores, foi transposto para o interior e causa boa impressão. Pé direito no travão, botão start-sto, caixa de velocidades em D... onde está a manete da caixa de velocidades? Está na consola central, mediante uma patilha com a qual se seleciona RND+B, com o P a funcionar através de um botão. Em andamento, os 136 cavalos estão longe de criar arrepios, mas permitem que os 1600 kg do Mokka-e se desenvencilhem sem grande dificuldade do tráfico citadino e se aventurem em estrada. Já em autoestrada, tal como a larga maioria dos EV, o consumo esvazia de tal forma a bateria que será preferível nem sequer lá pôr as rodas. As performances são q.b. (velocidade máxima limitada a 150 km/h e 0 aos 100 em 9 segundos). Em termos gerais, o Mokka-e recompensa o condutor com um andamento agradável e um comportamento sem falhas a apontar.

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Toyota bZ4X

Um SUV Toyota 100% elétrico não é coisa que seja lançada todos os dias, ainda mais sendo o fabricante nipónico um adepto dos híbridos e um estudioso do hidrogénio. E o que quer dizer o nome "bZ4X"? Vamos por partes: "bZ" significa "Beyond Zero", "para além do zero"; o algarismo "4" identifica o tamanho, o que indicia que, se calhar, virá a haver um "bZ3" ou um "bZ5"; por último, o "X" indica que se trata de um SUV/crossover. Complicado? Já passou. A motorização elétrica tem duas versões: apenas um motor, colocado sobre o eixo dianteiro, ou dois motores, um em cada eixo. Potências de, respetivamente, 204 e 218 cavalos. Autonomia de 516 km na versão FWD, que acelera dos 0-100 km/h em 7.5 segundos, enquanto na AWD (dois motores e tração integral) a aceleração baixa para os 6.9 segundos, baixando também a autonomia (470 km). O andamento em geral, e o comportamento em estrada, não o envergonham minimamente. Tal como na maior parte dos EV, o baixo centro de gravidade perdoa o excesso de peso que as baterias acarretam. Ao longo do ensaio, o nosso consumo médio ficou-se pelos 17 kWh aos 100 km, o que permite imaginar que os 420, 430 km reais podem ser atingidos com uma condução, digamos, normal.

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VW ID. Buzz          

A reencarnação da popular carrinha "Pão de Forma", a.k.a. Volkswagen Type 2, transposta para o século XXI. Ao longo de todo o 2023, o carro que mais cabeças fez virar, ao passar pelas ruas, despertando grande curiosidade nos transeuntes. Grande (4.71m ou 4.96m de comprimento por 1.99m de largura e 1.94m de altura), o ID. Buzz dá nas vistas, ainda mais com o esquema de cores, em que o laranja, ou o amarelo-limão, ou o verde claro, é um autêntico "estalo" na visão de quem o contempla. Motor na traseira, a desenvolver 204 ou 282 cavalos, enquanto não chegam os 334 da versão de tração integral. Cinco lugares (distância entre eixos normal) ou sete (distância entre eixos mais longa), tecnologia a rodos, para tudo e mais alguma coisa, e eletrónica também para tudo e mais não sei quê. A sustentabilidade e a ecologia também estão presentes – por exemplo, os estofos são feitos a partir de plástico reciclado, não havendo opção em cabedal. A repetir o test-drive logo que possível, juntamente com a versão comercial, Buzz Cargo, de carroçaria fechada.

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ZEEKR 001

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Ainda não chegou a Portugal, já que o particular sistema de venda/subscrição da ZEEKR ainda não bafejou Lisboa como um dos centros de distribuição. A marca, pertencente ao universo Geely (a dona da Volvo), já comercializa na Suécia e na Holan... perdão, nos Países Baixos, este sedan de linhas desportivas, a que se juntou mais tarde um SUV – tinha de haver um SUV – chamado ZEEKR X. Concretamente sobre o 001: foi desenhado em Gotemburgo, no centro de design da marca, e isso nota-se nas linhas fluidas, "europeizadas", elegantes, de belo efeito estético, diga-se, chegando a fazer lembrar uma shooting brake – aquelas carrinhas de linhas desportivas em que os lords ingleses iam à caça. O motor elétrico debita 272 cavalos e pode ser montado só sobre o eixo traseiro (na versão Long Range) ou então dois, um sobre cada eixo, nas versões AWD. Velocidade máxima de 200 km/h e, nas versões de dois motores, os 0-100 cumpridos nuns estratosféricos 3.8 segundos. A ver se 2024 traz aos portugueses (boas) novidades sobre esta marca.

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