Opel Mokka, o crossover da piadola fácil
Vamos abster-nos de referir piadas mais ou menos imbecis à volta do nome deste modelo. É o que é, tem origem nos grãos de café da variedade arabica, e pouco ou nada há a acrescentar. Lançado em finais de 2012, o Opel Mokka apresentava-se como um crossover subcompacto, o formato e o tamanho ideais para ter sucesso na Europa. Então, como (ainda) hoje, tudo o que seja ou pareça ser um SUV tem meio caminho andado para se dar bem no mercado. Equipado com motorizações a gasolina e a gasóleo, em tração dianteira ou integral, e com caixas de velocidades manuais de cinco e seis relações, e automática também de seis, o Mokka teve um início de vida auspicioso, com as encomendas a atingirem valores bastante risonhos: meio milhão de unidades em 2016.
Mas em 2017 tudo a Stellantis levou
Não foi assim com tanto dramatismo, mas depois de pertencer ao mega-universo General Motors desde 1929, a Opel foi adquirida pelo Grupo PSA e posteriormente englobada no gigante industrial Stellantis que os franceses criaram com o Grupo Fiat. E depois de um breve interregno, em 2020 (o ano da pandemia, imagine-se...) o Opel Mokka regressava numa segunda geração, com um design totalmente novo, com linhas mais marcadas e mais personalizadas, indicativas da nova linguagem do fabricante alemão. Além do design, uma novidade na gama: um modelo 100% elétrico, o Mokka-e em apreço. Equipado com um motor elétrico de origem PSA a debitar 136 cavalos, e baseado na plataforma CMP do grupo francês, o Mokka-e recebia uma bateria de 50 kWh, o que lhe proporcionava (proporciona) cerca de 338 km de autonomia, de acordo com a norma WLTP.
Ao volante...
... uma agradável surpresa. Logo à partida com a ambiência que se vive no habitáculo, mais espaçoso do que o exterior permitiria adivinhar. O design mais personalizado e de cariz mais desportivo, visível nas linhas exteriores, foi transposto para o interior e causa boa impressão. O centro do tablier é dominado por dois ecrãs – o painel de instrumentos digital e o ecrã táctil multimédia – que são ligados entre si por uma superfície curva em vidro, que os harmoniza e integra bem no conjunto. Pé direito no acelerador, botão start-stop, caixa de velocidades em D... Onde está a manete da caixa de velocidades? Está na consola central, mediante uma patilha com a qual se seleciona RND+B, com o P a funcionar através de um botão.
Em andamento, os 136 cavalos estão longe de provocar uma overdose de adrenalina – eles permitem tão-só mover com relativa agilidade os quase 1600 kg em vazio, permitindo ao Mokka-e desenvencilhar-se sem grande dificuldade do tráfico citadino e aventurar-se em estrada. Em autoestrada é que, ‘hélas!’, tal como na larga maioria dos EV, o consumo esvazia de tal forma a bateria que será preferível nem sequer lá colocar as rodas. As performances são q.b., com a velocidade máxima limitada aos 150 km/h e a aceleração dos 0 aos 100 a fazer-se em 9 segundos. Em termos gerais, o Mokka-e recompensa o condutor com um andamento agradável e um comportamento sem falhas a apontar. Destaque para a capacidade de curvar (quase) sem inclinação da carroçaria.
Última hora!
PUB
E quanto custa?
Com a versão base Edition a começar abaixo dos 40 mil euros, o Opel Mokka-e tem aqui um dos seus melhores trunfos. As duas versões superiores – a mais clássica Elegance e a desportiva de topo GS – nem sequer se afastam muito desta ordem de valores, ficando ambas abaixo dos €42,000.