Prazeres / Drive

Kia EV9, uma odisseia de espaço

Depois do EV6, o EV9. Grande, muito grande. Mas este Kia 100% elétrico não se limita a ser um carro grande – ele é, de pleno direito, um grande carro.

Kia EV9, uma odisseia de espaço
12 de fevereiro de 2024 | Luís Merca
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No princípio, era o concept-car

Historicamente, os concept-cars são exercícios de estilo, de design, até mesmo de mecânica e tecnologia. Por norma, estão para os automóveis como as tendências estão para a Moda: ninguém – vá, muito pouca gente – irá vestir aqueles trajes mais ou menos loucos que vemos nas passerelles. Mas nessas peças encontram-se detalhes, pormenores, cores, formas, texturas, materiais, que algum tempo depois veremos integrados na roupa que compramos nas lojas de pronto-a-vestir do centro comercial mais próximo.

O caso do concept-car que deu origem ao Kia EV9 alinha pelo mesmo diapasão, mas tem nuances próprias: apresentado no Salão de Los Angeles de 2021, chamava-se exatamente Kia EV9 Concept, ou seja, já dava a entender que se encontrava bastante próximo do modelo de série. E, de facto, isso veio a verificar-se: o modelo de produção é tão próximo do concept-car que é preciso ter um olho bastante apurado para detetar as diferenças.

Foto: DR
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O que é então o Kia EV9?

É um SUV considerado de tamanho médio (imagine-se o que seria um tamanho grande) e assume-se como o segundo modelo da denominação EV, com que a Kia batiza os seus modelos projetados desde o início como 100% elétricos. Virá a aparecer em breve um EV5, uma espécie de crossover compacto, mas a seu tempo falaremos dele.

Este EV9 é, então, grande. Bastante grande, diga-se: com 5.01m de comprimento, 1.98 de largura e 1.78 de altura, convenhamos que chamar-lhe "médio" é um pouco prosaico. E o que dizer, então, da distância entre eixos? Com 3.10m, adivinha-se que o espaço interior não seja de desdenhar – daí o título deste artigo, mas já lá iremos. As linhas do EV9 são angulosas, quase traçadas a régua e esquadro, e as rodas de dimensões generosas contribuem ainda mais para criar uma impressão de, como dizer... grande.

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Lá dentro faz eco?

Quase. O espaço interior é de tal forma amplo que os passageiros da segunda fileira de bancos – há uma terceira, sim, perfazendo sete lugares – podem esticar as pernas à vontade. Segunda fileira de bancos que, registe-se, pivotam (viram-se para trás), criando um ambiente de, palavras da própria Kia, escritório. Mas um escritório open-space, diríamos nós. O conforto é de alto nível, pelo menos para cinco dos passageiros, já que os dois da terceira fila de bancos, se forem medianamente altos, viajarão com os joelhos ao nível dos queixos. Nível de equipamento bastante elevado, um copy+paste dos "primos" IONIQ 5 e IONIQ 6, já aqui testados, com os quais partilha praticamente tudo menos a carroçaria. Motorizações: um só motor, sobre o eixo traseiro, ou dois, um em cada eixo, logo, tração integral. Potências entre os 201 e os 380 cavalos. Duas capacidades de bateria, uma de 76 kWh (autonomia standard) e outra de 99.8 kWh (a chamada ‘long range’). Autonomia? Até aos 540 km, norma WLTP.

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E ao volante?

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Surpreendentemente ágil para um SUV destas dimensões e que acusa na balança duas toneladas e meia (entre os 2405 e os 2664 kg, consoante a versão seja de um ou dois motores, e de bateria standard ou ‘long range’), o EV9 só denuncia as suas cotas no meio do trânsito mais intenso ou no momento de encontrar um lugar para o estacionar. De resto, quer em cidade, quer em estrada, comporta-se com à-vontade e safa-se das agruras do tráfego de forma airosa. E provoca nos transeuntes (e nos outros condutores) um efeito pronunciado de virar cabeças: o que é aquilo que acabou de passar?

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Estará por aqui o futuro próximo dos SUV?

Numa altura em que os poderes políticos se queixam que os automóveis estão a ficar cada vez maiores e mais pesados – com as lógicas consequências do lado ambiental – o Kia EV9 empunha a bandeira do ‘big is more’. Está muito bem conseguido como automóvel familiar, tem espaço para dar e vender, é uma escolha a considerar, não fosse... o preço. Aqui há que destrinçar entre o comprador particular ou empresário em nome individual (ENI) ou então a empresa. Para os primeiros, pouco acima dos 79 mil euros (versão de um motor) ou quase 91 mil (versão de dois motores). Para os ENI, respetivamente 63 mil e 72 mil (valores aos quais acresce IVA). Já as empresas, têm de longe as melhores condições: 61 mil ou 68 mil, também respetivamente e também mais IVA.

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