Está na hora do tudo elétrico? Ou será que é no meio que está a virtude? - parte 2
Depois dos 100% elétricos, uma segunda parte dedicada aos híbridos plug-in. O melhor de dois mundos (motor de combustão + elétrico) e uma fase intermédia, de transição entre a clássica mobilidade dita “térmica” (do motor de combustão interna) e a moderna, elétrica, de que se diz ser o futuro: sustentável, sem emissões, amiga do planeta.
02 de julho de 2021 | Luís Merca
O que é um híbrido plug-in?
É a verdadeira menina dos olhos de todos os construtores – todos têm um modelo destes, ou gostavam de ter, e aqui a ideia é poder circular, ainda em que em distâncias curtas (algumas dezenas de quilómetros) em modo exclusivamente EV (electric vehicle), mas sempre com o motor de combustão presente para assegurar as quilometragens mais longas, as de várias centenas de km.
Como funciona?
Em termos muito simplistas, é um sistema composto por dois motores: um convencional, de combustão interna, normalmente de cilindrada média e a gasolina; e um motor elétrico, alimentado por uma bateria de tamanho médio e cuja capacidade permite percorrer quatro, cinco, seis dezenas de km em modo 100% elétrico. Essa bateria pode ser carregada ligando a viatura a um posto de carregamento público ou a uma tomada doméstica, mas a sua limitada capacidade obriga o híbrido plug-in a ficar-se apenas por pequenas deslocações, normalmente citadinas, em modo 100% elétrico.
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Quais as vantagens?
Em relação ao veículo elétrico propriamente dito, desaparece o fantasma da falta de energia – seja porque os ainda escassos postos de carregamento estão longe e demasiado dispersos, seja porque se encontram ocupados, avariados, vandalizados... Apesar da reduzida quilometragem permitida em modo exclusivamente EV, se em cada um dos extremos da viagem média (casa-trabalho ou trabalho-casa) houver um carregador ou a hipótese de ligar o veículo à corrente, perfeito: caso a quilometragem diária não seja superior à média diária estimada (30-40-50 km/dia) pode até dar-se o caso de não precisar de recorrer ao motor de combustão durante vários dias – até que venha a precisar de fazer uma deslocação maior.
Mas há desvantagens...
Não há bela sem senão. Logo à partida, o preço. Dotados de tecnologia complexa e cara, os híbridos plug-in são vendidos bastante acima dos seus congéneres de combustão interna, sendo mesmo mais caros que alguns EV de mais baixo custo. Outro fator negativo a ter em conta é que o consumo de combustível, sempre que se recorre a 100% ao motor dito "térmico", é por norma mais elevado do que num convencional modelo a gasolina ou a gasóleo.
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Há hipóteses de desenvolvimento?
A tecnologia das baterias – a mesma que permite cada vez maior quilometragem nos EV – irá decerto continuar a evoluir e possibilitar que se use o híbrido plug-in em modo 100% elétrico durante mais quilómetros. Será de esperar que venha a atingir e até ultrapassar os 100 km com uma única carga da bateria, o que já constituiria um bom valor.
Que futuro para os híbridos plug-in?
Com as legislações dos vários países europeus a colocarem metas altamente ambiciosas, mas ao mesmo tempo difíceis (para não dizer impossíveis) de serem atingidas, a completa transição do motor de combustão para o elétrico, a verificar-se, demorará ainda algumas décadas. O veículo híbrido plug-in tem ainda pela frente algum tempo de vida útil.
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Que marcas/modelos existem no mercado?
Muitos – aliás, quase todas as marcas aderiram a este sistema e apresentam modelos para este segmento. A listagem abaixo não pretende ser exaustiva, tratando-se apenas de um apanhado de alguns desses modelos e das suas principais características. Foi estabelecida com base nos seguintes critérios:
1) potência;
2) quilometragem estimada em modo 100% elétrico;
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3) consumo – utilizando ambos os motores e não exclusivamente em modo 100% combustão;