A Mercedes-Benz abriu o seu museu a 19 de maio de 2006 numa combinação de tradição e futuro. Em nove pisos 16 mil m2 contam-se 120 anos da história. São 160 veículos (80 de passageiros, 40 comerciais e 40 de corrida). A representação gráfica do genoma humano inspirou o interior do museu, em forma de espiral. O objetivo é simbolizar a originalidade da marca na busca por novidades para melhorar a mobilidade das pessoas. A visita ao museu dura, aproximadamente, duas horas e pode seguir dois circuitos (tours) que podem ser trocados a qualquer altura. No primeiro há sete salas Legend (Lenda) que contam a história da marca na sequência cronológica. No segundo há cinco salas Collection com uma série de veículos de diferentes décadas que representam a marca e a sua diversidade.
O museu conta também a história dos veículos comerciais e estão em exposição 110 exemplares da marca. Ambos os circuitos terminam numa zona de nome Silver Arrows - Races and Records, onde os visitantes experienciam a essência da marca, e falta ainda referir a secção The Fascination of the Technology, onde se mostra o trabalho que é realizado diariamente e o que está a ser pensado para o futuro, na marca.
Onde? Estugarda, Alemanha
Museo Ferrari Maranello e Museo Enzo Ferrari
Não um, mas dois museus. Assim conta a Ferrari a história da marca e do seu fundador. Em Maranello, o Museo Ferrari convida a uma viagem pelo universo Ferrari, incluindo a equipa Scuderia Ferrari da Fórmula 1, os veículos mais icónicos que contribuíram para a história do automobilismo e para construir a marca até hoje. Além da exposição permanente, o museu conta também com exposições temporárias, como a Ferrari at 24 Heures du Mans que abriu a 15 de janeiro. Pode ainda fazer-se uma visita de autocarro com guia pelo complexo da fábrica. Não é possível sair do autocarro e estão proibidas as fotografias e as filmagens, contudo a viagem passa pelo Ferrari Campus, onde são construídos os carros, por edifícios criados por arquitectos de renome e por uma parte histórica da fábrica que inclui uma entrada original de 1947.
O Museo Enzo Ferrari em Modena celebra o fundador e os carros e motores Ferrari Gran Turismo. Este museu inclui a antiga oficina de Enzo Ferrari e um museu de motores da marca. Ambos os museus contam com dois simuladores semi-profissionais para os visitantes arrojados que queiram experimentar a sensação de correr num Fórmula 1 com vários circuitos à escolha (uma corrida tem a duração de sete minutos e o custo de €25). Os dois museus ficam a uma distância de cerca de meia hora, de carro. Em 2019, juntos, bateram o recorde de visitas ultrapassando os 600 mil visitantes.
Onde? Maranello e Modena, Itália
Um dos objetivos iniciais era criar o edifício mais espetacular da história da Porsche e o outro era contar a história da marca. Assim nasceu o Porsche Museum a 31 de janeiro de 2009, localizado ao lado do quartel-general da marca, em Estugarda. Num espaço de 5600 metros quadrados podem ser apreciados mais de 80 veículos e muitas histórias. A visita começa com uma introdução que explora os marcos da vida do fundador, Ferdinand Porsche, numa área que se chama Porsche before 1948. Seguem-se nesta viagem outras áreas dedicadas a temas como: os avanços tecnológicos desenvolvidos pela marca, a rapidez (questão essencial quando se trata de veículos desportivos), a análise de motores, os troféus e conquistas ou o design (onde o modelo 911 é a estrela). A acompanhar toda a visita do museu existe uma sequência cronológica dos carros de corrida da marca. Para usufruir ao máximo da experiencia Porsche existem ainda visitas guiadas, que percorrem toda a exposição e demoram uma hora, podendo ser complementadas com uma visita à fábrica dos modelos 911 e 718.
Uma vez que a marca tem a sua história muito enraizada em Estugarda, há ainda a possibilidade de ser feita uma visita a pé por Zuffenhausen, a zona da cidade onde está instalada a Porsche, (a Zuffenhausen History Walk), durante a qual se passa por edifícios históricos para a marca.
Onde? Estugarda, Alemanha
Este grande edifício de esquina no famoso bairro de Miracle Mile, em Los Angeles, foi, na década de 1960, ocupado pelos armazéns japoneses de luxo (de nome Seibu) que apenas estiveram abertos três anos. De seguida passou a ter como inquilinos os armazéns americanos Orbachs, ainda mais exclusivos, que estiveram abertos entre 1965 e 1986 e, depois de dez anos abandonado, este espaço tornou-se o museu de automóveis que hoje lá se mantém. O Petersen Automotive Museum abriu a 11 de junho de 1994 pela mão do magnata do universo das revistas Robert E. Petersen e pela mulher Margie. Ele era um aficionado dos automóveis e viu no Museu de História Natural de Los Angeles um parceiro, uma vez que esta instituição tinha uma coleção de automóveis únicos que estavam quase sempre guardados e longe do olhar do público. A sua visão mostrou-se certa uma vez que o museu foi um sucesso. No ano 2000 os dois museus pararam a parceria e o Museu Petersen passou a pertencer à Petersen Automotive Museum Foundation. Em 2015 uma intensa remodelação trouxe mudanças por dentro e por fora. A fachada foi redesenhada e tornou-se um dos elementos mais característicos do museu, com linhas prateadas sobre um fundo vermelho, inspirada nos movimentos do ar em contacto com o automóvel em andamento.
No interior, o Petersen divide-se em três pisos mais o Vault (cofre) e com a renovação passou a ter 25 galerias. O museu Petersen tem o objetivo é explorar a história do automóvel e, para tal, conta com a coleção que os fundadores foram construindo e com doações que foram sendo feitas num total de mais de 300 veículos, além de uma série de peças complementares, como motores, acessórios, livros, fotografias e filmes. Normalmente, em exposição estão 100 automóveis, 23 motociclos, quatro scooters, um trenó e uma versão do carro desenho animado da Disney, Faísca McQueen, em tamanho real, assim como quase 300 objetos e mais de 50 imagens em fotografias, posters e obras de arte, e ainda vídeos distribuídos pelos três pisos da exposição. O museu conta ainda com zonas de jogos electrónicos, com dez lugares para participar em corridas numa Microsoft Xbox, e três lugares para jogos de computador. No cofre estão, por norma, entre 125 a 150 veículos e cerca de 40 destes estão expostos nas Vault Tours, visitas especiais.
Onde? Los Angeles, Estados Unidos da América
A BMW começou a expor produtos em 1922 e em 1966 um museu de história da marca ganhou forma, mas só em 1973 abriu o BMW Museum num edifício independente. Em 1999 foi considerado um monumento nacional em conjunto com o quartel-general da marca, ambos da autoria do arquiteto vienense Karl Schwanzer. Estavam em exibição carros históricos, motas, carros de corrida, motores aéreos e um piscar de olho ao que seriam as tecnologias do futuro. O interesse do público no museu tornou-o um dos mais visitados na Alemanha (além de ser também um dos museus de carros mais antigos do país) e chegou a ter três exposições ao mesmo tempo durante os primeiros 30 anos. Em 2002 arrancaram os projetos para uma modernização do espaço e em 2008 o museu reabriu com uma área aumentada em cinco mil m2.
No edifício circular, conhecido em Munique como Bowl (taça), têm lugar as exposições temporárias, enquanto a exposição permanente está na parte mais baixa do edifício logo ao lado, assim como uma tour que passa por 25 áreas de exposição, incluindo espaços dedicados ao design, aos motores e à aerodinâmica (há várias outras tours disponíveis). Esta parte do museu conta com sete espaços de exposição diferentes - a que o museu chama "casas" (houses) - e cada um com identidade própria, segundo os temas do museu.
Onde? Munique, Alemanha
Cité de l'Automobile. Musée National Collection Schlumpf
Fica numa antiga fábrica de lã e a coleção de automóveis pertence aos irmãos Schlumpf. Embora o espaço e o nome se mantenham os mesmos, desde que a família Schlumpf se instalou em Mulhouse em 1906, muito aconteceu… Em 1935 os irmãos fundaram uma empresa que negociava lã, compraram várias fábricas desta área de negócio, uma delas é em Mulhouse em 1957, o mesmo ano em que morre a mãe dos dois irmãos e um deles, Fritz, começa a colecionar carros vintage depois de participar em vários rallys. A coleção cresceu e em meados da década de 1960 já era famosa, pelo que parte da fábrica foi transformada no Schlumpf Museum. Inicialmente o espaço estava dividido em 23 secções separadas por ruas com nomes próprios. No final da década de 1970 a indústria do têxtil entra em crise e os irmãos deixaram tudo e partiram para Basileia. A partir daqui desenrolou-se um enredo de filme: o museu foi tomado pelos trabalhadores da fábrica, mais tarde a coleção foi dada como monumento histórico pelo governo francês, depois foi colocada à venda e comprada pelo National Motor Museum Owner’s Association (uma série de instituições daquela zona de França), em 1982 a coleção voltou a estar exposta ao público com a inauguração do National Motor Museum (e com a referência obrigatória aos veículos como Collection Schlumpf). Desde 1999 o museu pertence à Culturespaces (entidade francesa que reúne uma série de museus e espaços culturais) e assim se mantém. Em 2006 foi inaugurada uma remodelação do museu com vários novos espaços e no ano seguinte passa a ter o nome que hoje conhecemos. Depois de umas décadas turbulentas a coleção Schlumpf na Cité de l'Automobile é uma referência nos museus de automóveis do mundo.
A visita começa num espaço industrial e está pensada para que os visitantes possam circular segundo o ritmo e circuito que preferirem. Atualmente, a coleção conta com 437 automóveis de 97 marcas divididos em diferentes secções: as principais são Motor Car Experience, Motor Racing, Motorcar Masterpieces e a secção Bugatti Veyron. Este espaço tem o seu próprio autódromo (inaugurado em 2011), onde se podem ver os carros da coleção em andamento, tem espaços para conferências e eventos e um restaurante argentino de nome Le Fangio, em homenagem ao piloto de Fórmula 1. O museu conta com uma coleção de carros de criança, tem 101 exemplares e chama-se Jammet Collection. Além disto tem também várias atividades para crianças, como por exemplo um pequeno rally para competirem, uma oficina equipada com várias ferramentas e uma visita guiada especial para os mais pequenos. Há também uma visita de elétrico pelo museu que funciona como um aperitivo à visita realizada a pé.
Onde? Mulhouse (França)
E ainda…
Na década de 1920 o médico Jerónimo de Lacerda criou a maior estância sanatorial da Península Ibérica, uma obra avançada para a época em Portugal, e com ela a localidade do Caramulo. Em 1921 e 1923 nascem, respetivamente, os filhos Abel e João, que viriam a transformar a zona de destino dedicado à saúde, em destino dedicado ao turismo e à cultura. Os irmãos fundaram na década de 1950 um museu. Nele expuseram a coleção de arte de Abel de Lacerda, composta por 500 peças que incluem pintura, escultura, mobiliário, cerâmica e tapeçarias, desde o antigo Egipto até ao século XX. Um edifício anexo foi construído para expor também a coleção de veículos do irmão, João de Lacerda. Um conjunto de 100 automóveis e motos num espaço onde pudessem entrar e sair facilmente para manutenção e exibição. Hoje o Museu do Caramulo, um dos primeiros museus modernos em Portugal, pertence à Fundação Abel e João de Lacerda e conta com coleções distintas: uma coleção de arte, uma coleção de brinquedos antigos e uma coleção de automóveis, motos e bicicletas, sendo esta última a maior exposta ao público em Portugal, com modelos únicos no mundo. A coleção de automóveis percorre 150 anos de história em mais de 100 modelos e conta com exemplares de diferentes épocas, desde a década de 1880 até à primeira década do século XXI.
Este museu é uma referência no universo dos automóveis clássicos e, além da exposição permanente, realiza também exposições temporárias e eventos, como o Salão Motorclássico em Lisboa (a realizar-se este ano entre 24 e 26 de abril), o Caramulo Motorfestival (entre 4 e 6 de setembro e onde se inclui a famosa Rampa Histórica Michelin), ou o Rider – Passeio de Motos Clássicas (entre 19 e 21 de junho).
Onde? Caramulo, Portugal