Sofia Coppola lança livro baseado nos seus arquivos pessoais
'Sofia Coppola Archive1999-2023' é da autoria da realizadora, será lançado no mês de setembro, numa edição limitada, e - atenção, colecionadores - já pode ser reservado online.
25 de maio de 2023 | Ângela Mata
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Foi em 2020, quando o mundo se encontrava fechado por conta da pandemia da Covid-19, que Sofia Coppola aproveitou o tempo para fazer arrumações e revisitar algumas caixas que tinha empilhadas na sua casa de família em Napa, Califórnia. E foi então que se apercebeu que simples objetos como um cartaz de estreia do filme As Virgens Suicidas no festival Sundance, ou a cópia de um artigo da Vanity Fair que a inspirou para o filme The Bling Ring, lhe despertavam um sentimento nostálgico.
Sempre que a realizadora, filha de Francis Ford Coppola e de Eleanor Coppola, acaba de gravar um filme, tem por hábito colocar numa caixa todos os documentos associados a ele: rascunhos do argumentos, recortes de revistas, polaroids de provas de guarda-roupa… Todas aquelas coisas que, por vezes parecem lixo por já não terem utilidade, mas que no fundo quando guardadas se transformam em recordações.
É muito disso que trata Sofia Coppola: Archives 1999-2023, que estará à venda, em edição limitada, em setembro deste ano. Construído inteiramente a partir dos seus documentos e arquivos pessoais, este livro oferece um relato visual detalhado da carreira da realizadora. Desde as filmagens de Kirsten Dunst nos bastidores de As Virgens Suicídas até às primeiras imagens do seu próximo trabalho no cinema - um biopic de Priscilla Presley. O livro conta com 488 páginas e é um verdadeiro tesouro para quem goste de cinema e aprecie a obra da cineasta. São centenas de fotografias inéditas captadas ao longos dos anos e agora aqui reunidas.
Até então já existiam vários livros sobre o trabalho da realizadora, mas este é o primeiro da sua autoria. As fotografias que Corinne Day tirou no set de filmagens de Virgens Suicidas é das coisas mais extraordinárias neste livro, segundo a própria. Isto, porque sempre quis fazer algo com elas, tendo chegado mesmo a pensar transformá-las em livro ou numa exposição, mas nunca chegou a fazê-lo. Agora que encontrou os negativos desaparecidos há 20 anos, finalmente eles vão poder ser vistos. A par disso, podemos também contar ver variadíssimas fotos que Sofia tirou durante as filmagens de Lost in Translation.
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Coppola é uma amante de fotografia e como tal, tinha sempre por hábito convidar fotógrafos cujo trabalho admirasse, para acompanharem as filmagens dos seus filmes. Assim, eles documentavam tudo enquanto ela se dedicava ao filme em si. Também as cartas de Sofia para Lady Antonia Fraser, a pedir os direitos do seu livro Marie Antoinette: The Journey, podem ser vistas neste livro, assim como episódios que a autora conta e que têm a sua graça, como o facto de ter passado um ano a tentar chegar ao ator Bill Murray para o seu filme Lost in Translation.
Além das fotografias de bastidores, o melhor do livro são as referências visuais que Sofia utilizou para cada filme. Como as fotografias de uma jovem Brooke Shields para As Virgens Suicidas, ou as sessões de John Galliano para Marie Antoinette. Para ela, é importante que toda a equipa, dos atores ao diretor de fotografia, passando pelo figurinista, tenha as mesmas referências visuais.
O livro só poderá ser comprado a partir do dia 1 de setembro, mas entretanto já pode ser reservado.