Depois de parcerias com designers como Marc Newson, Virgil Abloh ou Comme des Garçons, patrocínios com os maiores atletas do mundo, vídeos publicitários virais, livros e um filme dedicado à história da marca, a Nike abre uma nova divisão na sua história numa exposição com a curadoria de Glenn Adamson que viaja pelo arquivo da marca americana, em sigilo até agora. A exposição, que inaugura a dia 21 de setembro, termina no dia 4 de maio do próximo ano de onde partirá para outros museus internacionais.
O Vitra Design Museum, em Weil am Rhein na Alemanha, com um edifício principal da autoria de Frank Gehry, arquiteto canadense responsável por obras como a Fundação Louis Vuitton ou o Museu Guggenheim Bilbao, foca-se na investigação e apresentação de design, tanto histórico como contemporâneo. Nas suas exposições procuram relacionar o design com a arquitetura, arte e cultura popular. Mateo Kries, diretor do museu conta "Quando contactámos a Nike, foi-nos apresentado o seu incrível arquivo de design – um tesouro imenso que nunca havia sido mostrado ao público. Esta mostra apresenta uma oportunidade única de vermos o design através da lente de uma só marca e de exibirmos objetos fascinantes que ilustram o processo de desenvolvimento do design."
Organizada cronologicamente, a exposição conta os 50 anos de história da marca, com o design como foco, desde uma pequena empresa criada nos anos 60 por um atleta e o seu treinador, até chegar ao topo da indústria do desporto, com uma receita anual de 50 mil milhões de dólares. Nos últimos 50 anos, "o desporto teve um impacto tremendo na nossa perceção do corpo humano, muito para além da pista de atletismo e do court de ténis – em termos dos papéis sociais de género, por exemplo", como explica Glenn Adamson, curador da exposição. Envolver o design no seu contexto social e histórico foi uma das preocupações do curador.
O primeiro capítulo Track, além da história dos primórdios da marca, conta a história inspiradora das Tennessee State University Tigerbelles, um grupo de atletas afro-americanas que, em 1978, quebraram o recorde mundial dos 880 metros, concedendo à Nike o seu primeiro recorde mundial.
O capítulo Air passa-se no grande salto da marca, nos anos 80, com a sua expansão para o basquetebol, ténis, futebol, skate, entre outros, e difundido-se na cultura pop e de street style.
Focado no futuro da Nike, o penúltimo capítulo, Sensation transporta o visitante para o laboratório de investigação e desenvolvimento da marca no estudo do movimento do corpo e da redução do impacto ambiental através da evolução de recursos materiais e reciclagem de plástico.
Por fim, o tão esperado capítulo final apresenta as mais icónicas colaborações com designers e atletas, das mais invejadas às mais controversas, rematando a exploração da simbiose entre o design e a cultura popular e social.