No dia 15 de abril de 2019, a Catedral de Notre-Dame de Paris foi destruída. O incêndio que assolou este símbolo de Paris fez, inclusive, ruir o pináculo central do edifício. A catedral, construída a mando do bispo Maurice de Sully em 1163, era visitada por cerca de 13 milhões de visitantes anualmente, cerca de 35 mil por dia. Ainda em 2019, o presidente francês prometeu que a catedral de estilo gótico seria reconstruída em cinco anos – o prazo foi cumprido.
Os fundos, vindos de vários países, nem todos com uma tradição cristã, como avança o jornal da presidência francesa Élysée, culminaram em 500 milhões de euros utilizados na obra onde estiveram envolvidas quase duas mil pessoas. Mais 140 milhões de euros ficaram destinados a obras de manutenção futuras.
No dia 29 de novembro, as obras fecharão finalmente, dando tempo ao presidente francês e à diocese de visitar a catedral e de agradecer a todos os envolvidos. No início do mês já foi possível ouvir os oito sinos da catedral. Mas, para a diocese, o maior passo para a reinstalação foi dado a semana passada, quando a estátua de tamanho quase real de Virgem Maria e Jesus, do século 14, que chegou a Notre-Dame só no século 19, voltou para o seu lugar, depois de ter sido recuperada no incêndio que a deixou desalojada.
Desde 1905, França declara-se um Estado laico, separando o Estado da Igreja. Assim, a organização dos festejos de inauguração da Catedral reconstituída foi marcada por discussões entre as duas entidades. Segundo o Le Figaro, "foi finalmente acordado um plano em várias fases - laico, republicano, religioso e cultural".
No primeiro dia de celebrações públicas, dia 7 de dezembro, Emmanuel Macron irá discursar na praça da catedral – o plano inicial de falar dentro do edifício foi mudado dado as críticas que sofreram enquanto Estado laico.
Depois do discurso do presidente, o arcebispo Ulrich irá bater à porta, marcando a abertura oficial de portas. O órgão tocará finalmente, depois de cinco anos de silêncio na catedral e o arcebispo dará a celebração religiosa. A missa inaugural será, naturalmente, no domingo, dia 8 de dezembro, pelas 10h30.
Durante a primeira semana, até dia 15 de dezembro, a catedral estará aberta ao público até as 22h, possibilitando que os visitantes vejam a catedral à noite, mas também para vazar a alta afluência esperada. A visita exigirá reserva, feitas no dia anterior ou no próprio dia, online ou numa aplicação que será lançada nas próximas semanas. A partir de dia 16, a normalidade será instituída.
A ministra da cultura francesa terá sugerido um bilhete de €5 para entrar na catedral. O dinheiro, que resultaria numa estimativa de 75 milhões de euros anualmente, seria depois distribuído pelas dioceses francesas com poucos fundos para restauro das suas instalações. No entanto, a diocese de Paris negou a proposta de impor um valor para entrada na catedral até ao momento.