Em Todos os Momentos Estamos Vivos, de Tom Malmquist (Porto Editora)
Não raras vezes, a realidade ultrapassa a ficção. É assim neste romance autobiográfico, onde o premiado autor sueco conta como, a poucas semanas de ser pai, descobriu que a mulher tinha uma doença grave, acabando por morrer. Uma vida em colapso e um bebé no colo, num livro sobre dor e luto que também é uma lição de coragem e de resiliência.
O Jornalista Desportivo, de Richard Ford (Porto Editora)
Originalmente publicado em 1984, foi o primeiro volume da trilogia Bascombe, que projetou este premiado escritor natural do Mississippi, apontado como um sério candidato ao Nobel. O romance centra-se em Frank Bascombe, um jornalista desportivo de 38 anos que, por detrás da aparência de uma vida perfeita, vive atormentado por perdas e lutos. Uma personagem realista e ao mesmo tempo simbólica, que retrata de forma profunda e multidimensional o homem da América contemporânea.
O Rapto de Edgardo Mortara, de David I. Kertzer (Editorial Presença)
Finalista do National Book Award, este livro parte de um episódio histórico pouco conhecido mas de um enorme impacto, já que abalou a estrutura do Vaticano, enquanto poder secular. A história remonta a 1858, ano em que uma criança é arrancada dos braços do pai, em Bolonha, após ter sido baptizada. Filha de judeus, é então levada por dois oficiais da Inquisição, sob o pretexto de concluírem a sua conversão. A partir deste momento chocante, o historiador desenha um thriller que é também um documento do seu tempo, retratando a Itália do século XIX.
O Diabo Foi Meu Padeiro, de Mário Lúcio Sousa (D. Quixote)
Mário Lúcio Sousa nasceu no Tarrafal, na ilha de Santiago. Homem de múltiplos talentos, este cabo-verdiano licenciado em Direito já foi deputado e Ministro da Cultura do seu país. É ainda compositor, instrumentista e autor de vários livros premiados. Nesta obra, publicada 45 anos depois do encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal, relata a história da prisão que haveria de ficar na história pelo horror e violência, acabando assim por homenagear todos os que por lá passaram.
Augustus, de John Williams (D.Quixote)
É um livro em formato de sublime colagem, uma obra em que o autor se rodeia de cartas, biografias e memórias para recriar o império romano, da morte de Júlio César até aos últimos dias de Augusto. Internacionalmente aplaudido, este romance histórico tem sido elogiado pela sua grandeza da história mas, simultaneamente, pelo rigor e detalhe da escrita, trançando uma narrativa cativante já distinguida National Book Award.