Adam Driver – cujo apelido, neste caso concreto, assenta como uma luva – é o protagonista do novo filme Ferrari. A longa metragem, realizada por Michael Mann, decorre no verão de 1957 e retrata um momento difícil da vida de Enzo Ferrari. Com o seu império automóvel em crise e à beira da falência, e o seu casamento em ruínas na sequência da morte do filho, Enzo leva-se a si próprio e à sua equipa de pilotos ao limite quando se preparam para enfrentar a Mille Miglia (Mil Milhas), uma traiçoeira corrida de mil milhas (cerca de 1610 quilómetros) que atravessa Itália. Os resultados foram de tal forma desastrosos, que a corrida nunca mais se fez.
O filme, que foi um sucesso no Festival de Veneza, chega aos cinemas portugueses no dia 4 de janeiro e conta com interpretações de Penélope Cruz, que dá vida a Laura, mulher e cofundadora de empresa de Enzo, e de Shailene Woodley, que faz de Linda Lardi, amante de Enzo Ferrari. Patrick Dempsey, ator e famoso piloto de corridas na "vida real", interpreta Piero Taruffi, o piloto que venceu a corrida em 1957.
Michael Mann, o realizador que esteve por detrás de filmes tão emblemáticos quanto Heat – Cidade Sob Pressão e O Último dos Moicanos, é também um entusiasta de carros, de corridas e de perseguições rodoviárias em grande velocidade e diz, por isso, que este é o seu filme de sonho. Um bom motivo, portanto, para regressar ao grande ecrã depois de uma paragem de oito anos.
Com rodagens em Itália, o filme traz-nos um pouco do universo de Enzo Ferrari e das frenéticas e emocionantes corridas de carros dos anos 50, levantando também o véu sobre a sua vida pessoal, repleta de impasses e obstáculos.
Baseado no livro Enzo Ferrari: The Man and the Machine, este é um filme obrigatório para amantes de automobilismo, bem com para apreciadores de dramas biográficos no geral. Afinal, quem viu Rush – o filme que conta a história da rivalidade entre os pilotos de Fórmula 1 Niki Lauda e James Hunt – sabe que não é preciso gostar de carros para apreciar um bom filme.