O duro e longo percurso rumo à primavera vai ser mais fácil de percorrer em Arcos de Valdevez. Não que faça lá menos frio – não faz – mas porque todos os sábados, de 2 de fevereiro a 22 de março, serão sábados de música, com a 23ª edição do festival Sons de Vez. Ana Moura, Capitão Fausto, Mão Morta e The Last Internationale são alguns dos 14 artistas que vai ser possível ouvir durante oito sábados consecutivos, na Casa das Artes, em Arcos de Valdevez. O melhor da música nacional regressa, assim, àquele que é o primeiro festival do ano. Se nunca foi a Arcos de Valdevez – um pouco acima de Ponte de Lima, um pouco abaixo de Paredes de Coura –, tem aqui oito boas oportunidades.
O festival arranca ao som de Capitão Fausto, no primeiro sábado de fevereiro. A banda leva ao Sons de Vez o seu último álbum, Subida Infinita, que marca a despedida de Francisco Ferreira. Já a primeira parte do espetáculo fica a cargo de Bilrus, um projeto de João Robim, Márcio Silva e Nuno Biltes, que percorre as vertentes mais alternativas e experimentais do rock, caracterizando-se pela forte presença de elementos da eletrónica.
A 8 de fevereiro, Mazgani, o cantor e compositor nascido no Irão, regressa ao festival com Cidade de Cinema, o seu primeiro disco integralmente em português. Na mesma noite, Ana Lua Caiano explora a fusão da música tradicional portuguesa com música eletrónica.
No sábado seguinte, a 15 de fevereiro, a cantora moçambicana Selma Uamusse promete uma viagem espiritual que mistura africanidade com influências do rock, eletrónica, afro-beat e experimental. A transmontana emmy Curl – assim mesmo, com letra minúscula – junta-se ao cartaz no mesma noite para uma homenagem à herança cultural portuguesa, apresentando Pastoral, o seu mais recente álbum, celebra o folclore português e as paisagens mágicas do interior do país.
No último fim de semana de fevereiro, 15 anos depois da sua última visita, a Casa das Artes recebe Ana Moura que traz Casa Guilhermina, o álbum onde assumiu pela primeira vez a escrita das suas canções.
O primeiro sábado de março traz uma banda de Nova Iorque, The Last Internationale, que promete um espetáculo intenso, combativo e socialmente questionador que revisita alguns dos seus álbuns mais emblemáticos. A primeira parte estará entregue a Unsafe Space Garden e à sua peculiar forma de protesto existencial, usando como ingredientes o humor, a cor, o absurdo, o caos e a intimidade.
No dia internacional da mulher, 8 de março, o palco é da rainha do soul e do funk, Marta Ren – fundadora dos Sloppy Joe e membro dos Bombazines, é uma das vozes mais carismáticas da música portuguesa. A primeira parte fica a cargo de A SUL, projeto musical de Cláudia Sul.
A 15 de março, Jorge Cruz apresenta o disco Transumante, bem como outros marcos da discografia de Diabo Na Cruz e fados escritos para outros artistas. Na primeira parte da noite, Diogo Zambujo, jovem cantautor natural de Beja e herdeiro de uma forte tradição musical e familiar, aposta numa abordagem minimalista e emocional, com melodias simples e letras sinceras.
Para fechar esta edição em grande os Mão Morta, que em 2024 celebraram 40 anos da sua fundação, trazem um espetáculo que reflete a sua postura crítica e interventiva, ligada à luta pela liberdade e contra o fascismo, misturando a música de intervenção com o rock e o experimentalismo característicos da banda.
Os bilhetes para a 23ª Edição do Festival Sons de Vez custam entre 6 e 10 euros e ficam disponíveis para compra no primeiro dia da semana de cada espetáculo, unicamente via telefone pelo número da Casa das Artes 258 520 520.