Entre histórias de ficção muito próximas da realidade, famílias altamente disfuncionais e sátiras capazes de nos fazer imaginar se são mesmo assim os bastidores dos serviços públicos, uma coisa fica clara: o universo da política não tem só drama, há também uma boa dose de comédia. Antes de se deslocar às urnas no próximo domingo, dia 24, preparámos o guia de séries que lhe dá (ainda) mais motivos para ficar por casa.
Roadkill, HBO
Um thriller político que chegou em outubro à HBO, Roadkill marca o regresso de Hugh Laurie, conhecido do grande público pelo popular Dr. House. A série britânica explora os meandros da política, em que as fronteiras entre o público e o privado são escrutinadas até ao mais alto nível. Laurie veste a pele de Peter Laurence, um político conservador, mediático, popular e corrupto. São os esqueletos que tem no armário (e são muitos) que comandam as reviravoltas desta série que se estreou na BBC One e que não vai além da primeira temporada. São quatro episódios para devorar de uma assentada.
House of Cards, na Netflix
Adaptada a partir do livro de Michael Dobbs, a série criada por Beau Willimon que colocou Kevin Spacey no papel de Frank Underwood foi um marco desde logo por ser uma das primeiras séries produzidas pela Netflix. A personagem de um homem ambicioso capaz de tudo para chegar ao topo da política norte-americana guiou-nos durante cinco intensas temporadas em que, surpreendentemente, demos por nós a torcer pelo vilão da história. Após as acusações de abuso sexual, Spacey foi afastado do projeto e coube a Robin Wright protagonizar a sexta e última temporada.
Parks and Recreation, Amazon Prime
Quem vê um episódio de Parks and Recreation facilmente a cola a The Office, pelo estilo mockumentary que coloca as personagens a falarem diretamente com o espetador. A série passa-se no departamento de parques da cidade de Pawnee e é uma sátira aos serviços públicos e às burocracias, e também à corrupção e aos constrangimentos e desafios da administração política local. Tem sete temporadas e um elenco de luxo: Amy Poehler, Rashida Jones, Aziz Ansari, Chris Pratt, Nick Offerman, Aubrey Plaza, entre muitos outros. Durante anos indisponível em Portugal, a série de comédia está agora no catálogo da Amazon Prime.
Succession, na HBO
Uma família disfuncional que por acaso controla um dos maiores grupos de media do mundo. Numa frase é isto que é Succession, uma série da BBC que chega à HBO com uma banda sonora tão implacável como Logan Roy e os seus quatros filhos, herdeiros que tudo farão para alcançar o poder – mesmo que isso implique prejudicar a própria família. As ligações entre o mundo dos media e a política são apenas um dos argumentos para começar já a ver as duas temporadas da série. A terceira temporada sofreu um atraso em virtude da pandemia, mas também já está a caminho.
O Mecanismo, na Netflix
É uma série brasileira sobre a Operação Lava Jato. Realizada por José Padilha, o argumento tem por base o livro "Lava Jato – Os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil", do jornalista Vladimir Netto. O Mecanismo tem duas temporadas e explora as ligações entre o governo e as empresas petrolíferas que levaram a um dos maiores escândalos no Brasil. A segunda temporada conta com a participação da atriz portuguesa Maria João Bastos. Está disponível na Netfilx.
The Good Wife, Amazon Prime
Podia ser só mais uma série de advogados. Só que Alicia (Julianna Margulies), a advogada protagonista desta história, tem como marido um player político que, mesmo após um escândalo sexual e de corrupção, volta à cena política. A série de Michelle e Robert King é inspirada em escândalos sexuais que envolveram políticos norte-americanos e foi incrivelmente bem-recebida pela crítica desde o primeiro episódio. Terminou em 2016, após sete temporadas.
Years and Years, na HBO
Um país democrático a caminhar para uma ditadura? É isso que acontece em Years and Years, a série que acompanha uma família num Reino Unido dominado pela ascensão do populismo, pela evolução da tecnologia, pela crise dos refugiados. É uma coprodução BBC e HBO que resulta em seis episódios de 60 minutos tão viciantes quanto perturbadores. É a chamada de atenção para uma ficção que parece cada vez menos ficcionada e a prova de que a Humanidade não caminha necessariamente no sentido da evolução.
Designated Survivor, na Netflix
Um ataque terrorista durante o discurso do Estado da União mata o Presidente dos Estados Unidos da América. Mas não só. Morrem também todos os que lhe poderiam suceder. A presidência de uma das principais potências mundiais acaba assim nas mãos de um secretário de Estado da Habitação e Desenvolvimento Urbano, já que era ele que tinha sido escolhido como "sobrevivente designado". Este cargo, para muitos desconhecido, existe na vida real e para situações limite, como esta. Kiefer Sutherland, conhecido pela popular série 24, é o protagonista deste drama político que tem três temporadas.
Veep, na HBO
Sete temporadas foi quanto durou a série de comédia com Julia Louis-Dreyfus passada em Washington. Selina Meyer (interpretada por Dreyfus), antiga senadora, torna-se Vice-presidente dos Estados Unidos da América, mas descobre que o trabalho é… uma desilusão. A série de sátira política arrecadou prémios atrás de prémios e pôs políticos norte-americanos agarrados ao ecrã. Esta é a altura ideal para a ver, até porque há episódios sobre campanha política, eleições e muitos jogos de poder.
The Crown, na Netfilx
The Crown segue mais popular (e mais polémica) do que nunca, mesmo com as acusações de que o argumento se deixa levar demasiado pela imaginação e menos pelos factos. A nova temporada, a quarta, continua a contar a história da família real britânica, mas cada vez mais próxima do momento presente. Se ainda não está a par, esta é a altura certa para começar já que, dizem os fãs, é perfeita para um fim de semana de binge watching.