A Costa Boal acaba de lançar um branco de Trás-os-Montes, produzido a partir de uma única barrica que, desde muito cedo, tinha revelado um potencial enorme para fazer um vinho diferente. O enólogo, Paulo Nunes, fala na "descoberta de um tesouro."
Na verdade, a barrica nunca foi "esquecida", mas também não foi utilizada para produzir o Vinhas Velhas Grande Reserva Branco como estava previsto. Foi, antes, guardada, permitindo ao vinho estagiar por mais algum tempo, ganhar textura, aromas e sabores. Outra complexidade, até porque, para se perceber melhor a confiança depositada nessa barrica, este Grande Reserva aqui preterido chegou a ser distinguido como um dos 30 melhores de Portugal…
Assim, os 6 meses originais passarem a 12, e estes a 18, procurando sempre, como explicou António Boal, "retirar todo o potencial daquelas uvas". Chegaram aos 20 meses e a uma conclusão: "Arriscámos e correu muito bem!", diz o produtor com evidente satisfação. Com esse "tesouro" foi então decidido criar uma versão branco do Palácio dos Távoras Gold Edition, o topo de gama da marca. Foram lançadas 666 garrafas − um número quase sacrílego, mas foi o que a barrica deu – que serão agora vendidas a 95 euros, juntando-se às 1150 garrafas da versão tinto, estas vendidas por 80 euros.
Para o enólogo Paulo Nunes − também ele eleito por duas vezes como o melhor do país− trata-se de um vinho só possível de fazer em vinhas muito especais, como aquelas que a Costa Boal possui entre Mirandela e Sendim. "Foram as vinhas velhas que me convenceram a aceitar liderar a equipa de enologia da Costa Boal. Estas vinhas são um património único em termos mundiais, e continuam a surpreender a cada vinho." Alguns mais do que outros…