A testosterona é o que alimenta o desenvolvimento dos tecidos reprodutores masculinos e um símbolo tipicamente do homem. Os automóveis tipicamente masculinos (sexismo à parte, pois existem mulheres que também os apreciam) costumam envolver mais emoção e menos razão. Adora conduzir? Então o que se segue é para si. Os roadsters de dois lugares, bem perto do chão e com pouco conforto, mas emoções bem fortes na hora de conduzir, são exemplos desse tipo de carros onde as sensações, atrás do volante, fazem-no querer continuar a fazer quilómetros e muitas curvas. O mesmo se pode dizer dos jipes ou pick ups – noutro tipo de emoções ao volante, é certo – que passam por todo o lado sem dificuldade; ou dos desportivos mais intensos, ou mesmo do luxo, repletos de mordomias e, claro, de cavalos de potência. Todos eles suscitam emoções diferentes, como os típicos Renault Clio, Peugeot 208 e Renault Mégane (não nas versões mais potentes), que foram os três modelos mais vendidos em Portugal, em 2016. O que se segue tem como única regra o facto de serem relativamente carros recentes (e entusiasmantes, claro) e com preço-base até aos 100 mil euros, para que o sonho masculino não esteja apenas ao alcance de magnatas milionários.
Alfa Romeo 4C
A marca italiana tem sido, ao longo dos anos, mais do agrado do público masculino. Aposta sempre em linhas agressivas e que apelam a uma condução mais intensa. Nos últimos anos surgiram modelos que passaram a ter um público mais feminino. Não é o caso do Alfa Romeo 4C, um roadster de dois lugares fabricado em Modena, na fábrica da Maserati, que é apaixonante só de olhar para ele. Seguem-se características apetecíveis para quem gosta de conduzir. Além de tracção traseira, tem uma estrutura repleta de alumínio e de tubos de carbono. E o que é que isso significa? Permite um peso baixo, de 895 kg, que torna o modelo mais rápido, intenso e mais facilmente controlável (e entusiasmante) nas curvas. Há um senão em relação ao conforto por não existir direcção assistida, o que complica manobras como o estacionamento, mas que lhe dá uma condução mais genuína. O 4C apresenta rotações mais elevadas e está tão próximo do chão que balança pouco ou quase nada nas curvas. Não é o modelo mais confortável e fácil nos roadsters, mas é um daqueles que chamará mais atenções pelo design incrível e à italiana.
Morgan 3 Wheeler
Uma mota tem duas rodas (há algumas scooters com três) e um automóvel tem quatro rodas. Certo? Errado. Os ingleses nunca gostaram de cumprir as normas – conduzem do lado esquerdo da estrada! – e foram eles que criaram o roadster, o modelo de dois lugares, muitas vezes descapotável e bem perto do chão para dar prazer redobrado. Exemplo disso é o Morgan 3 Wheeler, um chamado cyclecar. Quem o vê pensa que é um clássico antigo, muito bem conservado. As linhas são próprias de um clássico e inspira-se nos modelos dos anos de 1930 e 1940, da Morgan. E o funcionamento é à maneira desses tempos: um luxo, embora sem mordomias de conforto. Mas o modelo ? que faria o criador da marca, Harry Morgan, ficar orgulhoso ? é dos tempos modernos. Foi lançado há quatro anos, mas só recentemente chegou a Portugal. Na frente do cyclecar, o que parecem ser dois ‘canecos’, bem à vista, dão-nos apenas 1000 cm³ de cilindrada num motor que é de uma mota. Não é por acaso: o Morgan 3 Wheeler é uma espécie de carro que permite muitas das emoções de conduzir uma mota – foi esse o conceito imaginado por Herry Morgan quando criou a marca, há quase 100 anos. A potência (tem tracção traseira) chega e sobra para o modelo que pesa 550 kg e que atinge os 100 km em apenas 4,5 segundos. As emoções ao volante surgem logo que arrancamos com o modelo repentino, o que exige alguma habituação. O que se segue é uma alegria constante a cada curva – a 40 km/h parece que vamos a 120 km, colocando sempre as emoções à flor da pele. É de experimentar, pelo menos uma vez na vida.
Land Rover Discovery
Um carro de excessos, muitos deles entusiasmantes. Assim é o Land Rover Discovery. O modelo da marca de origem britânica não só permite sentar sete ocupantes como, não sendo o mais elegante dos SUV – é enorme em altura (1m 85cm), largura (2m 07cm) e em comprimento (quase 5m) –, é luxuoso e um devorador de quilómetros fora da estrada. É, portanto, ‘pau para toda a obra’, sendo que estamos a referir uma obra repleta de mordomias e de luxo. Aventura é o seu nome do meio ou não conseguisse circular com água até 90 cm de profundidade e passar com facilidade por vários obstáculos. O espaço no interior é generoso, permitindo a todos os passageiros ficarem confortáveis nas belas poltronas em pele (pode-se encomendar aquecimento em todos os bancos). Os bancos da terceira fila são um pouco mais apertados e estão ocultados por debaixo do piso da bagageira. Dá ainda para controlar, pelo painel multimédia à frente, o rebatimento dos vários bancos de trás. Apesar do tamanho, o Discovery é estável nas curvas e um deleite luxuoso no todo-o-terreno. Para alimentá-lo pode escolher o motor menos potente da gama (2.0 diesel de 240 cv), que já chega para aventuras entusiasmantes. Preço: desde €86.000
Kia Stinger V6
Tem nome de míssil terra-ar (Stinger), ou seja: promete. E quem o experimentar vai ficar ‘picado’. A Kia (o grupo coreano Hyundai/Kia) contratou, há dois anos, o chefe da divisão M (desportiva) da BMW, Albert Biermann. O resultado foi conhecido, agora, sob a forma do intenso Kia Stinger. Há muitos BMW – M2, M3, M4 ou M5 – que podíamos sugerir, mas este novo Kia é a abertura da marca coreana, normalmente associada a modelos racionais, a um maravilhoso novo mundo arrojado. A nível de design, o Stinger é uma mistura entre BMW e Maserati – inspira-se, mesmo, nos modelos grande turismo da marca italiana. A versão V6 do Stinger é a mais entusiasmante, com um motor de 3.3 litros, duplo turbo, com 370 CV de potência, que deixa qualquer um com ‘água na boca’ – e o preço não é propriamente ‘pornográfico’. O interior também dá mais ares de BMW do que de Kia – e até tem uma pequena inspiração da Ferrari. Depois, como bom grande turismo que é, tem espaço razoável para quatro ocupantes e chega aos 100 km/h em apenas 4,9 segundos. Nada mau para um Kia! O Stinger possui rotações elevadas e é fácil guiá-lo nas curvas, de sorriso nos lábios.