Can e Cem Terzihan são dois irmãos turcos que cresceram no meio da joalharia: há 40 anos que a sua família está no negócio. A marca Terzihan – que na altura ainda não tinha o nome da família – foi fundada em Istambul, em 1974. Os irmãos, que são a segunda geração do negócio, trouxeram um lado mais fun, vibrante e criativo à nova geração da marca, e escolheram Portugal para primeira boutique europeia, mais precisamente a Avenida da Liberdade, em Lisboa, contando com o braço direito do sócio Gonçalo Pinheiro. "Aos 13 anos já trabalhávamos com o meu pai, então esta sempre foi a nossa realidade, aprendemos muito os dois, aos 16 anos já vendíamos joalharia no Grande Bazaar [o maior e mais antigo mercado da cidade]. O meu irmão está mais dentro da área da publicidade e vendas, e eu estou mais no negócio em si."
Dos desenhos da loja à criação das peças, tudo se passa num atelier em Istambul, que garante a personalização máxima, quando um cliente assim o deseja. Literalmente, não há limites quando falamos em valores com Can Terzihan, que nos reconstrói o percurso da marca: é o que o cliente quiser. "O meu pai, Murat, é o fundador, chegou a Istambul vindo de uma parte a sul da Turquia, em 1961, tendo começado a trabalhar com apenas 10 anos no Grande Bazar. Começou com uma loja, tudo começou devagar." As pedras preciosas e os diamantes que adornam as peças da Terzihan vêm de fornecedores globais, conta-nos Can. A boutique de Lisboa abriu em 2013, e é daqui que se desenvolve todo o negócio para outros pontos de venda: no total, são mais de 100.
As coleções viajam com frequência, e algumas das peças são retocadas ou personalizadas num pequeno atelier dentro desta boutique. "Usamos as pedras mais preciosas do mundo, só trabalhamos ouro de 18 quilates (e em Portugal, às vezes de 19,2 quilates, para alguns clientes). É um material maleável o suficiente para criar algo bonito de forma fácil, mas também resistente o suficiente para ser uma peça robusta", conta-nos Can Terzihan. "E, claro, diamantes, um elemento chave nas nossas joias, e também usamos esmeraldas, rubis, safiras, e outras mais raras como safiras multicolor, safiras rosa, safiras verdes… E há três anos que temos uma linha chamada Neutra, onde usamos malaquites, ónix, lápis, corais… Pedras que se vêm a tornar mais populares a cada dia, pela sua natureza diferente."
As peças mais vendidas são sempre as mais raras, e todas as que simbolizam amor e amor eterno – como as pulseiras da eternidade ou as solitárias. "Tentamos satisfazer todos os clientes, é por isso que há peças a começar nos 500 euros, e podemos mexer nos quilates que usamos nas peças", que vão das mais clássicas às mais personalizadas, como os medalhões com nomes ou datas, e até designs criados pelo próprio cliente. Ao todo são 8 linhas fixas – da Clássica à de noivado, passando pela Unique, pela Fizzy ou pela Animals - que vão mudando os estilos à medida da procura e gosto deste mercado. "A peça que mais demorou a criar foi um colar, que levou 8 meses. Chama-se Aztec, inspirada nas pirâmides aztecas, e leva 1521 diamantes, na sua produção, porque foi o ano em que essa civilização acabou", uma peça pensada para ser exibida na feira de joalharia anual JCK Las Vegas, a maior neste segmento, nos EUA. "Usámos ouro, diamantes, mas também lápis-lazúli e ónix preto, e foi muito desafiante, porque também tinha de ser confortável." Uma peça para ser admirada ao detalhe.