Passaram-se dez anos desde que Juliana Bezerra arriscou e criou a sua marca de joias, numa altura em que a joalharia de autor ainda era um mercado em emergência em Portugal, com pouco mais de uma mão cheia de artistas contemporâneos - sim, porque clássicos, no nosso país, há bastantes. Hoje, Juliana é um dos nomes que se destaca na indústria, através de cruzamentos de diferentes culturas e da vontade de estar sempre um passo à frente no que toca a esta arte manual.
"A concorrência é cada vez maior e para mim é imperativo distanciar-me, não só através do desenvolvimento de uma linguagem cada vez mais forte e singular, mas também ao procurar abordar temas inesperados e novas formas de comunicar", afirmou Juliana em comunicado de imprensa. Foi do seu desejo de criar uma coleção dedicada ao género masculino que nasceu a Távola, algo inédito para a marca, depois de no ano passado ter desenvolvido uma colaboração de amuletos sem género.
Távola surge assim como um complemento à nova coleção O Banquete, ambas com a mesma inspiração: a Idade Média e seus símbolos e estética. "Criei uma pulseira, diferentes anéis e vários amuletos com texturas e gravações que para mim são pistas para este imaginário masculino", disse. Há correntes trabalhadas e medalhas com castelos e desenhos que lembram brasões de família; há anéis despretensiosos mas cheios de personalidade em prata, prata dourada ou oxidada, tal como a restante coleção.
"Imaginamos o futuro da marca com peças também criadas especificamente para eles, ainda que hoje em dia o futuro se adivinhe, cada vez mais, com coleções sem género", conclui a joalheira. A coleção já está disponível online e no atelier da marca em Lisboa.