Estilo / Relógios e Jóias

Que horas extraordinárias!

Quem quer um relógio com um meteorito de Marte no mostrador? Um Patek em aço? Um Cartier inclinado? Venha descobrir os relógios mais surpreendentemente elegantes do ano.

10 de julho de 2020 | Bruno Lobo
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Patek Philippe, um Calatrava original

A Patek Philippe demorou para lançar a sua primeira novidade do ano, mas quando o fez foi uma enorme surpresa: um relógio em aço - uma raridade para os lados da luxuosa PP - lançado para comemorar a nova manufatura da marca, em Genebra. Edifício que permitiu concentrar, finalmente, todos os ateliers e unidades de produção debaixo do mesmo teto e que custou qualquer coisa como 600 milhões de euros! Quem mais se poderia dar ao luxo de fazer um investimento assim nesta altura?  Imaginamos que as longas listas de espera para os modelos mais cobiçados o justifiquem… e até podia ser esse, também, o caso deste novo Calatrava, não fosse uma edição limitada a 1000 unidades. À semelhança da arquitetura da manufatura, a Ref 6007A-001 apresenta um design bem mais moderno do que é habitual, característica acentuada pelo "carbono" no centro, e pela cor azul acinzentado que se prolonga pela bracelete.

Hermès nas horas do espaço

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Então quem quer um relógio com um meteorito marciano no mostrador que levante o pulso! Porque foi isso mesmo que a Hermès ofereceu este ano - algo nunca visto em relojoaria - numa edição limitadíssima a duas unidades. O material não abunda(!), mas felizmente ainda pode optar por meteoritos Lunares e Black Sahara, uma pedra de origem desconhecida encontrada no deserto. O L’heure de la Lune coloca ainda a técnica relojoeira ao serviço da emoção de uma forma particularmente genial: dois discos apresentam horas e data, enquanto giram sobre outro par de discos em madrepérola, indicando desta forma as fases da lua. Duas fases da lua, a do hemisfério norte e a do sul, ao mesmo tempo.

Cartier, beleza assimétrica

O Tank, de 1918, foi uma ideia genial de Louis Cartier. Inspirado nos tanques Renault da I Guerra Mundial, tornou-se rapidamente num dos modelos mais icónicos da relojoaria - e ainda hoje o é. É um dos melhores exemplos do estilo Art Déco que se conhecem, mas em 1936 Louis Cartier teve outra ideia: pegar nesse modelo e descentrá-lo 30 graus para a direita. Apresentava assim um invulgar relógio assimétrico, em forma de losango. Foi esse desenho que a casa parisiense recriou passado quase um século, e continua tão incrivelmente elegante e ultramoderno como então. De notar, ainda, como os tradicionais números romanos do Tank foram substituídos por numeração árabe.

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Girard Perregaux, olhos de gata

Mais uma complicação "romântica", que recorre a uma pequena flor da árvore de ameixa para assinalar a passagem do tempo. Neste caso girando sob si mesma, marcando os segundos, como um carrossel hipnotizante. A flor da ameixeira assume especial importância agora, pois é tradicionalmente entendida como um símbolo de recomeço, de vida nova, na cultura japonesa. O novo Cats Eye tem também uma linha protetora em diamantes, simplesmente porque este é o material mais resistente do universo, mas também porque o diamante multiplicado por 100 vezes cada fio de luz que o ilumine, num importante jogo de luz e de cor: num dos mostradores o nácar da madrepérola faz brilhar uma aurora boreal, ao passo que no outro a aventurina replica um céu noturno estrelado.

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Oris Momotaro, cool, cool, cool

Se, por princípio, desconfia das colaborações entre marcas ponha os olhos nesta e duvide nunca mais. Este diver sixty-five é realmente único com o seu mostrador verde menta, a caixa em aço, a luneta em bronze e, obviamente, a bracelete em ganga índigo com as duas listas brancas, peça de assinatura da Momotaro. À partida uma manufatura de relógios suíça e uma casa de jeans japonesa teriam poucos pontos em comum, mas o mote da última estabelece essa ponte: made by hand without compromisse. Dito isto, e apesar de ser um relógio de mergulho, faríamos o compromisso de não o levar para a água, evitando arruinar a pulseira.

Bell Ross HUD

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O HUD, ou Head Up Display, encontra-se em automóveis e aviões comerciais, mas foi na aviação miliar que nasceu e continua a ser mais importante. Um piloto de caça não tem tempo para desviar os olhos, nem perder a preciosa concentração, e para que isso não aconteça algumas informações vitais são apresentadas num ecrã transparente ou na própria viseira do capacete. A legibilidade é absolutamente vital, naturalmente, esteja noite escura como o breu ou um dia de sol abrasador. Foi esta ferramenta que a Bell & Ross decidiu recriar num relógio, criando um "visor" em camadas: a superior no próprio vidro de safira, com tratamento anti-reflexo verde e 4 esquadros nos cantos; no nível intermédio os ponteiros dos minutos e segundos; e no nível inferior as horas, indicadas por um marcador triangular no centro de um disco concêntrico. A tridimensionalidade é incrível, e o verde acentua obviamente a legibilidade. 

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