A família real inglesa é, sem dúvida, a mais famosa entre todas as famílias reais e, a julgar pela revista Forbes, a mais rica também. Com uma fortuna avaliada em 28 mil milhões de dólares (são 25,5 mil milhões em euros ou 22,5 mil milhões em libras à taxa de cambio atual) não lhes falta dinheiro para esbanjar nalgumas extravagâncias, e talvez seja surpreendente o quão despretensiosa e clássica é a sua coleção de relógios reais. Evidentemente que encontramos alguns modelos especialmente preciosos e raros, mas, na sua maioria, são peças muito pouco extravagantes e surpreende ainda a fidelidade que os royals dedicam aos seus modelos preferidos, mesmo os mais antigos.
Rei Carlos III e o Parmigiani Fleurier Toric Chronograph
Podemos dizer que a preferência de Carlos vai para o seu Parmigiani Fleurier Toric Chronograph, um modelo de final dos anos 1990, com a referência C00940. A Parmigiani é uma marca relativamente desconhecida do grande público, mas não certamente entre os apreciadores, apesar da sua relativa juventude. O modelo de Carlos é mesmo um dos primeiros da marca suíça e há quem diga que foi adquirido discretamente na loja da marca em Londres, por um primo do rei, embora também haja quem defenda que foi o próprio Michel Parmigiani quem o entregou a Carlos. Independentemente da proveniência, o certo é que o rei escolheu comprar este modelo em específico e foi com ele no pulso que assinou a sua proclamação como rei. Usou-o também no Jubileu da rainha e em várias outras ocasiões solenes.
Parmigiani Fleurier Toric Chronograph C00940
Um relógio muito semelhante, mas com o mostrador em negro, está atualmente à venda por 25,600 euros no site Chrono 24. O relógio do rei apresenta o calibre 400Z, um cronógrafo automático com 3 submostradores e data. Tem caixa de 40mm em ouro rosa e mostrador cinza em guilhoché. É um modelo simultaneamente elegante e casual.
Patek Philippe Calatrava Ref 3445
Carlos tem naturalmente uma coleção extensa de relógios, e outro relógio importante na sua coleção é o Patek Philippe Calatrava Ref 3445, com data a pequenos segundos às seis horas. O relógio de 35 mm e caixa em ouro tem o calibre 27-460 M, o primeiro automático com data da PP. É um modelo dos anos 1970, mas continua a ser uma das suas escolhas de eleição.
Outros relógios
Ao longo dos anos, Carlos foi visto com vários modelos, incluindo um Jaeger-LeCoultre Reverso que, diz-se, poderia teria pertencido ao anterior príncipe de Gales, o seu tio Eduardo VIII. Nesse caso seria um relógio oferecido pela própria Jaeger-LeCoultre ao futuro rei, mas que nunca teria sido usado, uma vez que foi entregue dias antes de Eduardo ter abdicado.
Outras opções comuns seriam o Cartier Santos em aço e ouro, e o Hamilton que recebeu como parte do equipamento oficial de piloto britânico, quando completou o treino na RAF. Carlos tem também um Breguet com o seu selo real gravado. Trata-se de um Breguet Classique, modelo 3680BA, e foi-lhe oferecido pela própria marca no seu 60º aniversário.
Camilla, a rainha consorte e a Cartier.
No dia 6, não será apenas Carlos a ser proclamado rei, também Camilla sairá da cerimónia com o título de rainha consorte. E na sequência de outros membros da família real, notavelmente o tio do marido que chamou a Louis Cartier "rei dos joalheiros, joalheiro dos reis", a sua escolha também recai sobre a casa francesa. Notavelmente, Camilla é inseparável do seu Cartier Tank Française, um modelo em ouro amarelo de tamanho médio, embora a sua nova posição pudesse indicar uma troca pelo modelo Tank Anglaise, outra versão do icónico modelo da Cartier.
Omega, a escolha de William
No que toca a relógios, o príncipe William parece ter um único amor, o seu Omega Seamaster Professional 300M que a mãe, a princesa Diana, lhe ofereceu. Há três décadas que o futuro rei não é visto com outro relógio no pulso, e não se trata sequer de um relógio com destaque mesmo, nem sequer para a Omega, já que é um modelo de quartzo. O lado sentimental da peça fala mais alto junto de William e foi inclusivamente com ele no pulso que se casou com Kate Middleton.
O Ballon Blue da princesa de Gales
Por ocasião do terceiro aniversário de casamento, o príncipe William ofereceu a Kate um Cartier Ballon Bleu, referência W6920071. Um relógio que usa em quase toda as ocasiões formais e públicas, normalmente em conjunto com o anel de noivado que o marido também ofereceu, e onde brilha uma imponente safira azul. Anel, aliás, que Carlos já tinha oferecido a Diana e que a anterior princesa de Gales também usava frequentemente. O Cartier Ballon Bleu, em aço, com a sua tradicional safira azul na coroa, assim como os ponteiros em azul, combina na perfeição com o anel.
Os relógios da rainha
Depois de 70 anos no trono, não surpreende que Isabel II tivesse os modelos mais importantes – e que terá passado na sua maioria a Carlos, junto com mais algumas coisinhas… Uma coleção que começou a ser construída desde o primeiro dia.
Jaeger-LeCoultre 101
O relógio foi oferecido à jovem rainha pelo então presidente francês, Vincent Auriol. Isabel foi vista várias vezes com o relógio durante os primeiros anos do seu reinado e, notavelmente, no dia da sua coroação. De notar que o calibre 101 da Jaeger-LeCoultre é, também, um movimento histórico e de incrível longevidade, já que foi desenvolvido em 1929 e permanece, aos dias de hoje, como o calibre mecânico mais pequeno do mundo. É possível que o paradeiro desse relógio original se tenha perdido (algo que nunca foi confirmado nem desmentido pelo palácio), mas em 2012 a marca helvética presenteou a rainha com um novo modelo, por ocasião do seu Jubileu de diamante.
Patek Philippe 4975/1G e Vacheron Constantin 4481
Dizem que a rainha deveria possuir cerca de 15 relógios de luxo, onde se incluem ainda um raríssimo Patek Philippe 4975/1G, cravejado com diamantes e uma bracelete de pérolas. Um relógio/joia de rara mestria, e feito em exclusivo para Sua Majestade. Em 1947, por ocasião do casamento como o príncipe Philip, o governo suíço ofereceu-lhe também um Vacheron Constantin, modelo 4481. Em ouro e diamantes, a rainha usou-o bastante até o oferecer à princesa Diana, aquando do seu casamento com o príncipe Carlos. O relógio tornou-se rapidamente no modelo preferido também da princesa de Gales.
Omega DeVille Ladymatic e Audemars Piguet Jules Audemars
Quando foi lançado, em 1955, o Omega Ladymatic tornou-se no mais pequeno calibre automático a passar com distinção todos os testes de precisão cronométrica. Ainda aliava elegância a esta proeza técnica, e por esse motivo tornou-se rapidamente num sucesso de vendas. Entre os seus fãs estava a rainha Isabel II. Outro relógio visto muitas vezes no pulso de Sua Alteza foi um Jules Audemars, modelo entretanto descontinuado pela Audemars Piguet. Em ouro e diamante, Isabel gostava de usar este relógio muito largo no pulso, o que se tornou numa espécie de imagem de marca.