Vacheron Constantin Historiques 222
Num salão marcado por muitas novidades, algumas realmente incríveis, não é fácil ser-se "o relógio mais falado". Mas se algum atingiu esse estatuto foi o ultra elegante 222. O relógio é, na verdade, uma recriação de um modelo mais antigo, desenhado por Jorg Hysek em 1977 para celebrar os 222 anos da manufatura (a mais antiga sempre em produção). Era desportivo e luxuoso, então, e passado todos estes anos continua a ser igualmente moderno e sofisticado. Uma absoluta raridade. A Vacheron procurou ser o mais fiel possível nesta recriação, melhorando apenas o movimento para garantir outra fiabilidade. É um relógio ao qual é impossível resistir, até para quem não gosta de relógios de ouro.
IWC Pilot’s Watch Chronograph Top Gun Edition Woodland
A IWC renovou a sua linha de Pilot’s Watches, versão Top Gun, com várias surpresas. À cabeça um conjunto de caixas em cerâmica colorida, com as cores definidas em parceria com a própria Pantone. Teremos muito mais para dizer sobre o assunto, até porque o processo é complexo e muito interessante, mas para já basta contar como as novas caixas estão inspiradas nos locais onde os pilotos Top Gun costumam treinar. Temos assim, por exemplo, um Lake Tahoe branco, um Mojave Desert areia, ou um Woodland em verde-tropa. Depois a IWC foi mais longe e convidou o compositor – e fã da marca – Hans Zimmer, que acabou de vencer o Óscar pela Banda Sonora de Dune, para criar uma música ambiente para cada uma dessas cores. Aqui deixamos a sua criação inspirada pelo Woodland, que consegue ser hipnotizante.
Jaeger-Lecoultre Rendez-Vous Dazzling Star
Fiel à tradição, a JLC apresentou alguns modelos particularmente complexos no W&W, mas o mais surpreendente de todos foi este Dazzling Star - porque vai contra todas as regras conhecidas da relojoaria. Como nos contou o Diretor Criativo, Leonel Favre, e uma vez que o tema na manufatura era o cosmos e o céu, pediu à equipa de relojoeiros que criassem uma complicação imprevisível: uma estrela cadente que, tal como aparece alectoriamente no céu, assim deveria surgir no mostrador. A primeira reação foi dizer que isso era impossível – afinal, toda a história da relojoaria foi sempre no sentido de criar ordem no caos - até que um dos relojeiros se lembrou que podia ser feito, sim, se ligassem a nova complicação à massa oscilante e não ao movimento. Desta forma conseguiam esse fator de imprevisibilidade: quem mexer muito o pulso terá direito a mais estrelas cadentes. Simplesmente genial e genialmente simples. E não se esqueçam de pedir um desejo sempre que virem a estrela cadente.
Van Cleef Arpels Lady Arpels Heures Florales
Que horas são? Não é fácil perceber, admitimos, mas há muito que os relógios deixaram de ser meras ferramentas para dar horas, e passaram a ser objetos de prazer e sonho. Uma ideia que a casa de joalharia francesa encarna na perfeição, como neste Heures Florales, no qual as horas são indicadas pelo número de flores abertas – por isso se alguém lhe perguntar as horas é melhor tirar o telemóvel. Por outro lado, é um prazer imenso assistir ao abrir das pétalas no pulso. Uma peça de joalharia tanto quanto de relojoaria.
Oris ProPilot X Calibre 400
Quando a Oris apresentou o novo calibre 400, no final de 2020, era sabido que o movimento ia, com o tempo, surgir em vários modelos. Afinal, quantas manufaturas se podem orgulhar de ter um calibre automático com 5 dias de reserva de marcha e um intervalo de manutenção recomendado de dez anos?! Dito e feito, em 2022 chegou ao ProPilot, e logo numa caixa em titânio, com bracelete integrada no mesmo material. Com um mostrador salmão lindíssimo. Super cool, elegante, desportivo, resistente e leve. Um dos melhores modelos de uma das mais respeitadas marcas de relojoaria suíça.
Tudor Black Bay Pro GMT
Este ano surgiram muitos modelos com a função GMT (ou Travel Time) provavelmente porque andamos cheios de vontade de viajar. Dentro do lote, este Tudor BBP destaca-se claramente na lista dos mais desejados, com a sua caixa de 39 mm (que já conhecíamos do BB58) perfeita para todos os pulsos. O ponteiro GMT, a amarelo, faz a volta completa em 24 horas e sim, lembra um pouco o Explorer, da Rolex, mas inspirar-se na irmã mais velha não é, necessariamente, uma coisa má – é, aliás, um traço da personalidade da Tudor que também não tem qualquer problema em afirmar as suas diferenças.
Hermès Arceau Le Temps Voyageur
À primeira vista, este Le Temps Voyageur parece um típico Travel Time, com os 24 fusos horários no mostrador, mas um olhar mais atento revela como é muito mais do que isso. Desde logo por um par de pormenores deliciosos, como o fuso horário da Europa central, normalmente indicado por Paris, ter sido substituída pela morada da Hermès: 24 Fauburg. Depois, o mundo é uma invenção artística, baseado num antigo carré, no qual os continentes ganham nomes ligados ao universo da equitação. Mas é diferente, sobretudo, porque o segundo fuso horário é indicado por um submostrador central, que se movimenta ao longo dos 24 fusos, ligando a hora ao sítio onde está posicionado. Tecnicamente, não é um feito simples. Quanto à hora local, essa é indicada pela janela digital às 12 horas. Um relógio surpreendente.
Montblanc Ice Blue Diver
A Montblanc tem vindo a progredir enormemente em termos de relojoaria, e da coleção constam já modelos ultracomplicados, e modelos que se destacam pela excelente relação qualidade preço. É o caso, por exemplo, de um dos calendários anuais mais baratos do mercado. Faltava-lhes, estranhamente, um Diver, o que agora se resolveu. Trata-se de um verdadeiro relógio de mergulho, com um movimento automático, e bracelete com micro ajuste, um plus muito apreciado, por 3000 euros. Para alguns pode ser muito dinheiro, mas não é decididamente caro. Mas o destaque aqui vai ainda para o mostrador "gelado" inspirado na Mer de Glace, um glaciar no topo do Monte Branco. Uma ligação perfeita para a marca.
Cartier Tank Chinoise
Em 1922 – há precisamente 100 anos – a Cartier aproveitava as formas do seu Tank para lançar um modelo inspirado nos pórticos e janelões orientais. A arte oriental estava na moda e o Tank Chinoise encarnava na perfeição essa atração. O modelo nunca chegou, no entanto, a ter o mesmo apelo de outros Tank, como o Française e o Américaine, mas neste centenário isso está prestes a mudar, porque esta recriação do modelo histórico está simplesmente espetacular – em particular a versão Privé, com motivos lacados deixando antever o movimento (de corda manual) esqueletizado.
Patek Philippe Annual Calendar Travel Time
A Patek Philippe tem uma longa tradição em relógios Travel Time, isto é, com um segundo ponteiro das horas no mostrador, que indica o fuso horário. Maior parte das marcas chama a estes relógios de GMT, mas a Patek está longe de ser como as outras marcas, como bem sabemos. E esta foi a primeira vez que juntou à função um calendário anual (com data, dia e mês, mais fases da Lua) que apenas necessita de ser ajustado em fevereiro. Duas complicações extremamente úteis, e um mostrador impactante com um toque granulado que recorda as caixas das Leicas e outras camaras vintage. Ultramoderno e retro, ao mesmo tempo.
Rolex GMT Master II
Por esta ninguém esperava. No meio de toda a loucura gerada à com os GMT Master II Pepsi e Batman - com a luneta em azul e encarnado ou azul e preto – hoje em dia impossível de encontrar - a Rolex virou à esquerda e apresenta um novo GMT, mas… para canhotos! Para quem usa o relógio na mão direita, daí a inversão da coroa. Para esta nova edição escolheu uma combinação de verde e preto, e não tardará certamente muito até ganhar uma alcunha? 7Up? Lanterna Verde?