Omega Speedmaster Calibre 321
Comecemos por um dos relógios mais icónicos de sempre. O primeiro – e único – a ir à Lua. O Speedmaster da Omega dispensa grandes apresentações e para assinalar o 65º aniversário do seu nascimento, em 1957, a marca suíça abriu 2022 com um novo modelo inspirado no original, repleto de pequenos pormenores vintage como o logotipo Omega com o "O" oval, como nesses tempos, ou o famoso ponto sob os noventa (DON) na escala taquimétrica. Pormenores que fazem as delícias dos colecionadores.
A caixa tem 38,6 mm e é em ouro Canopus, uma liga de ouro branco que se distingue pelo seu alto brilho e longevidade e, talvez mais importante ainda, a inclusão do mítico calibre 321 - o mesmo que operava os primeiros Speedmaster e todos os que foram à Lua. A Omega recriou esse movimento exatamente com as mesmas especificações, mas materiais mais modernos, e aqui, graças a um fundo em safira, podemos observá-lo em todo o seu esplendor. No fundo, encontramos ainda a gravura do tradicional cavalo-marinho Seahorse, que surge com uma safira azul no lugar do olho para celebrar estes 65 anos. Mais uma vez, os pormenores a fazer toda a diferença.
Omega Speedmaster Chronoscope
Ainda recentemente a Omega tinha feito uma adição surpreendente à linha Speedmaster, com a introdução de um Chronoscope. O nome sugere um dispositivo usado para determinar com precisão a duração de um fenómeno, e de facto, para além da tradicional escala taquimétrica, vamos ainda encontrar um telémetro, que mede a distância com base na velocidade do som. Serve para indicar, por exemplo, a distância de um trovão. E tem também um pulsómetro, que mede o batimento cardíaco (como um smartwatch, mas com muito mais estilo). Este Chronoscope inspira-se num modelo da Omega dos anos 1940, com as escalas em caracol no interior do relógio, e é definitivamente exemplo de um design que envelheceu incrivelmente bem.
Audemars Piguet Royal Oak Offshore 43 mm
Da linha que separa a suíça francófona da alemã, rumamos agora para os vales gelados do Joux, no coração da região francesa onde a mais tradicional relojoaria suíça se desenvolveu. Foi aqui que a Audemars Piguet apresentou um novo Royal Oak Offshore, a versão grande, durona, do genial modelo que Gerald Genta criou em 1972 – preparem-se para as comemorações do 50º aniversário desse modelo. Para já, temos este Offshore, que recebeu a sua primeira renovação "a sério" em 20 anos e está disponível em aço, titânio ou ouro rosa - quase sempre com uma luneta em cerâmica preta contrastante, e uma nova caixa de 43 mm, o que mantém a essência do modelo, mas acrescenta ergonomia e subtileza. O mostrador "Méga Tapisserie" também foi ligeiramente redesenhado, para apresentar uma maior profundidade de campo e apelo visual e inaugura um novo sistema de troca fácil de braceletes. Como nem tudo é estético, temos ainda um novo cronógrafo, calibre 4401, com uma função melhorada de Flyback.
Jaeger LeCoultre Reverso Minute Repeater
Um par de quilómetros adiante (três, para ser mais preciso), a Jaeger LeCoultre tem vindo a apresentar diversos novos modelos do seu Reverso. Mas este repetidor de minutos, com o mostrador aberto, deixa admirar toda a beleza do movimento e os gongos em funcionamento de uma forma hipnotizante.
A caixa retangular do Reverso é, sem dúvida, uma complicação acrescida para o Minute Repeater, e a JLC revela toda a sua mestria neste movimento, muito mais precioso até do que a própria caixa em ouro amarelo.
Patek Philipe Patek Philippe 5905/1A
Para os lados da Patek Philippe, é o aço que é uma raridade. Por isso todos os seus modelos neste material mais "barato" chamam tanto a atenção. Neste caso, no entanto, o interesse justifica-se ainda pela adição do calibre CH 28-520, um cronógrafo flyback com um calendário anual, sobre um impactante mostrador verde. Já a bracelete, também em aço, vai buscar inspiração ao Aquanaut, oferecendo um acabamento contrastante entre o brilhante, nos links de fora, e o acetinado nos interiores. Este novo PP consegue uma vez mais apresentar uma simbiose perfeita entre o desportivo e o elegante, realmente admirável.
Vacheron Constantin Tradicionelle Complete Calendar
Fala-se muitas vezes de uma Santíssima Trindade suíça, composta por Audemars, Patek e Vacheron Constantin. Outros preferem falar num quarteto, pois adicionam a Jaeger LeCoultre ao grupo, mas independentemente da opção percebe-se que nos falta aqui falar da Vacheron, a mais antiga casa relojoeira em constante funcionamento. Ora, mesmo ao cair do (p)ano, a VC revelou um relógio com caixa em ouro, branco ou rosa, e um Calendário Completo num mostrador Open Face, revelando o coração da máquina e deixando perceber o funcionamento desta complicação. Um Calendário Completo não chega a ser Perpétuo, mas por uma fração do preço oferece data, dia da semana, mês, e as fases da Lua. Estas, corretas para os próximos 122 anos. Uma verdadeira maravilha no pulso.
Ressence Type 2
Do tradicional, saltamos agora para um dos relojoeiros mais inovadores que existem por terras helvéticas. Aliás, dividem-se entre Genebra e Antuérpia, na Bélgica. A Ressence é, sobretudo, conhecida pela forma como os seus relógios mostram as horas, sem ponteiros e com discos completos giratórios, que tornam o mostrador num elemento vivo. Mas o que nos traz aqui é outra inovação, sob a forma de uma "coroa inteligente", um módulo eletrónico ligado ao mecanismo completamente mecânico, que permite conectar-se automaticamente e, por exemplo, acertar imediatamente o relógio para um novo fuso horário. Este sistema deteta também quando não está a ser usado e "desliga" o movimento para preservar a reserva de marcha. Assim, quando voltar a usar bastam dois toques no cristal de safira para que volte à hora certa. Engenhoso!
Breitling Top Time Classic Cars
Apresentamos agora um conjunto de relógios cheios de adrenalina e rotações. Começando pela Breitling, que se inspirou no Chevrolet Corvette Sting Ray, no Ford Mustang e no Shelby Cobra – os clássicos carros desportivos americanos dos anos 1960 – para lançar um trio de cronógrafos coloridos com bracelete em pele perfurada. Verde para o Mustang, azul para o Shelby, e vermelho para o Corvette – este último com uma história particular, já que Louis Chevrolet, o cofundador da marca, foi um piloto de corridas suíço, nascido na cidade relojoeira de La Chaux-de-Fonds. Os dois modelos, Corvette e Mustang, têm uma caixa de 42 mm, enquanto o Cobra oferece uma ligeiramente mais pequena, com 40mm.
Chopard Mille Miglia Bamford Edition
Também não é difícil juntar Karl-Friedrich Scheufele e automóveis clássicos numa mesma frase. O copresidente da Chopard (junto com a irmã) é um apaixonado pelas quatro rodas e tem uma coleção impressionante de clássicos, com Ferraris, Aston Martin, Porsche, Mercedes e Bentleys à cabeça. Também nunca terá falhado uma Mille Miglia, pelo menos, não desde que que a sua casa se tornou parceira oficial da icónica corrida já lá vão trinta e tal anos. A cada corrida é lançado um novo modelo, e desta vez contou com a ajuda da Bamford House, uma espécie de garagem de customização de alta relojoaria em Londres. O Bamford Edition apresenta-se maioritariamente em negro e tons de cinza, pontuado por acentos em laranja, para dar contraste. É, no geral, um relógio com um look mais moderno e menos clássico.
Franck Muller Sporting CP Remember 115
Last, mas decididamente not least, a Franck Muller e o Sporting CP uniram-se para apresentar uma edição limitada comemorativa dos 115 anos do clube, no ano em que detém o título de Campão Nacional. O relógio escolhido foi um icónico, Cintrée Curvex na versão Remember, que tem a particularidade de os ponteiros girarem no sentido contrário ao habitual. Ou seja, no lugar das 11 horas está o 1, das 10 o 2 e assim sucessivamente. Os algarismos são verdes, no pantone Sporting CP, e o mostrador esconde mais alguns números icónicos para o eclético clube. A saber: referência à data de fundação do Sporting (1906), número de taças europeias conquistadas (39 à data de produção da peça), o número de campeonatos nacionais de futebol ganhos (23), número de modalidades (54) e número de atletas olímpicos (146). Este FM será certamente um must para os adeptos do clube verde e branco, ainda que difícil de alcançar, até porque está limitado a apenas 21 exemplares. Mais acessível, (500 exemplares, 500 euros) será a edição comemorativa do título de Campeão Nacional. Desta feita realizada pela Junghans, a maior marca de relojoaria alemã e que conta com uma história mais antiga ainda do que o clube de Alvalade (foi fundada em 1860). Um relógio muito minimal, de estilo Bauhaus, com os índexes no mesmo verde pantone Sporting CP.